quinta-feira, 30 de maio de 2013

Serviços policiais marroquinos injetam bolhas de ar em manifestantes saharauis

Sultana Jaya, as forças policiais marroquinas já a cegaram do olho 
direito, agora injetaram-lhear comprimido no sistema circulatório...
 Os serviços policiais marroquinos de ocupação andam a injetar ar em alguns manifestantes saharauis detidos, o que constitui um alto risco de perigosidade para as suas vidas. A gravidade desta injeção a que são sujeitos manifestantes saharauis foi revelada terça-feira, 28 de maio, por um médico marroquino que tratou estes casos e que, segundo a Rede Radio Maizirat, pede para permanecer no anonimato porque a sua vida pode correr perigo.

O médico explicou que a injeção de ar que a polícia administra nos manifestantes se trata de uma bolha de ar comprimido, de forma que a agulha transmita uma quantidade de ar nas veias e que este ar acabe por destruir o tecido celular com o passar do tempo.

O médico marroquino afirmou que se o paciente se submeter a um exame imediato os resultados serão positivos numa primeira fase, porque não será possível detetar nada. O perigo surge com o passar do tempo quando o ar injetado for bloqueando os vasos sanguíneos e afetando a circulação do sangue, tendo por resultado o coágulo do sangue e a destruição do tecido celular, com o surgimento de sinais de debilitamento e a possibilidade de morte num prazo de 5 anos, segundo os casos.

A Rede Radio Maizirat e os defensores de Direitos Humanos saharauis fazem um apelo urgente às organizações internacionais competentes para que abram uma investigação sobre esta desconhecida injeção que afetou dezenas de cidadãos saharauis entre eles a defensora de direitos humanos Sultana Jaya, o defensor Abd Lekrim Emboirkat, o jovem saharaui Mohamed Babeir e o ativista de Smara Lehmami Malainin Mojtar.

 
O ar introduzido no sistema circulatório pode provocar uma trombose,
um enfarte ou ter outras graves consequências... 
Nota retirada da Revista ‘Muy Interesante’: “A entrada de ar num vaso sanguíneo cria bolhas que se movem pela corrente circulatória. Se a quantidade é pouca será absorbida, mas um volume grande pode formar bolhas que obstruem artérias e veias, e chega a ser mortal a partir de 50 cm3.
Quando a punção é feita numa veia, a embolia de ar usualmente afeta os pulmões; se o ar é injetado numa artéria, o colapso circulatório geralmente afeta o sistema nervoso central (hemiplegia) ou o coração (angina de peito, enfarte ). Além disso, há que referir que o ar contém micróbios e bactérias que a nível intramuscular ou subcutâneo causam infeções, letais em 30%  dos casos.

Fonte: Rede Info Radio Maizirat, El Aaiun


quarta-feira, 29 de maio de 2013

A nova diplomacia de John Kerry (I)



O novo chefe da diplomacia norte-americana John Kerry dará que falar. É uma pessoa muito intrépida, com muita iniciativa e enfrenta os problemas com valentia e diretamente. Além disso, é um político experiente, tendo desempenhado durante anos o cargo de presidente da Comissão de Assuntos Exteriores do Senado. Foi candidato presidencial em 2004 e perdeu com Bush numas eleições muito discutidas (recorde-se a votação na Florida).

Para Kerry a águia norte-americana deve brilhar e liderar: “Os Estados Unidos devem criar ordem onde não a há e consertar o que está quebrado”. E também, "a política dos EUA não se define apenas por ‘drones’ e intervenções", mas com uma visão ampla que inclui também a segurança alimentar e energética, a ajuda humanitária e o desenvolvimento. Estas frases definem-no de corpo inteiro.

Visitou as regiões que “queimam” como o Afganistão, Israel, Gaza, Síria e Paquistão. Quer que as relações israelo-turcas se normalizem. Qualificou de inaceitáveis as declarações do primeiro-ministro turco Recep Erdogan, que equiparou o sionismo com um “crime contra a humanidade”, que dificultam uma solução para o conflito do Próximo Oriente. Inclusive Israel deu o primeiro passo ao desculpar-se pela morte de 9 ativistas turcos que integravam uma frota “humanitária”.

E no caso do Sahara Ocidental, quando apresentou a iniciativa, em abril último, de dotar o contingente da ONU (Minurso) com atribuições de defesa de Direitos Humanos pelas contínuas violações de Marrocos aos saharauis, se bem que abortada pelos anunciados vetos da Rússia e Françaa, constituiu uma chamada de atenção a Rabat.

Por: Ricardo Sánchez Serra, jornalista. Membro da Imprensa Estrangeira. Analista internacional

Twitter: @sanchezserra
Blog: http://rsanchezserra.blogspot.com/
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Publicado no diário LA RAZÓN, a 29 de maio de 2013

Mohamed Abdelaziz reúne com Navanethem Pillay, Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos.

Navanethem Pillay
Genebra, 29 maio 2013 - O Presidente da RASD e SG da Frente Polisario, Mohamed Abdelaziz, reuniu-se hoje com a senhora Navanethem Pillay, Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos no Palácio Wilson, sede da organização.
O encontro abordou a situação no Sahara Ocidental e particularmente a situação dos DDHH no território. Mohamed Abdelaziz lembrou à sua interlocutora que o Sahara Ocidental constitui um território não-autónomo segundo o Capítulo XI da Carta da ONU e que o seu povo deve exercer o seu direito à autodeterminação.

Em relação à responsabilidade do Alto Comissariado dos DDHH, o Presidente saharaui lembrou as conclusões da missão do organismo que visitou o Sahara Ocidental em 2006, e que concluiu que todas as violações dos direitos humanos no Sahara Ocidental são consequência da não aplicação do direito inalienável do povo saharaui à autodeterminação.

Abdelaziz lembrou os recentes relatórios do SG da ONU, de governos, assim como os testemunhos de organizações da sociedade civil insistindo na necessidade de um mecanismo de supervisão independente, imparcial e permanente dos Direitos do Homem no Sahara Ocidental.



"A zelosa oposição de Marrocos à iniciativa americana no decurso do último debate no Conselho de Segurança é a prova de que Marrocos foge às suas responsabilidades internacionais e que tem qualquer coisa a esconder", afirmou o SG da Frente Polisario.

Mohamed Abdelaziz fez um apelo "veemente" à Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos a "assumir plenamente as suas responsabilidades na proteção dos civis saharauis vítimas dos abusos das forças de ocupação marroquinas".  

A senhora Navanethem Pillay afirmou que segue com interesse a situação dos direitos humanos no Sahara Ocidental, inclusive as recentes manifestações de maio nos territórios ocupados do Sahara Ocidental.

Exprimiu também a sua preocupação face ao julgamento em tribunal militar dos 25 militantes saharauis (grupo de Gdeim Izik), reafirmando o seu empenho em seguir os desenvolvimentos da situação sobre o terreno.

Para além de Mohamed Abdelaziz, a delegação saharaui era composta pelo membro do Secretariado nacional da Frente Polisario, Mhamed Khadad, o Conselheiro da Presidência da República, Abdati Breika e pela senhora Omeima Mahmoud, representante da Frente Polisario na Suíça.


(SPS)

Saharauis participantes numa marcha pacífica "assediados" por forças de ocupação marroquinas




Saharauis participantes numa marcha pacífica desde a cidade de Zak (no sul de Marrocos) em direção à região de Mahbes nos territórios ocupados, foram assediados e cercados por forças de ocupação marroquinas.

Os refugiados saharauis foram cercados pela gendarmeria marroquina de maneira a os obrigar a renunciar a prosseguir a sua marcha em direção à localidade que está sob controlo da ONU.

As autoridades de ocupação impediram também que outros cidadãos saharauis se juntassem aos membros do protesto ou que lhes fornecessem assistência alimentar, segundo a mesma fonte.


Um grupo composto por 17 saharauis, acompanhados das suas famílias, partiu no dia 21 de maio da cidade do sul de Marrocos, Zak, em direção à localidade de Mahbes, junto à fronteira com a Argélia e dos acampamentos de refugiados saharauis (localizados na região de Tindouf) para reivindicar pacificamente os seus direitos diante da sede da Minurso em El Mahbes.


(SPS)

terça-feira, 28 de maio de 2013

Delegação do Congresso dos EUA visita os acampamentos de refugiados saharauis




Uma delegação do Congresso dos Estados Unidos inicia amanhã, quarta-feira, uma visita de trabalho aos acampamentos de refugiados saharauis.

A delegação norte-americana reúne 12 congressistas que serão recebidos na wilaya (província) de Smara pelo governador e membro do Secretariado Nacional da Frente POLISARIO, Ada Brahim Ahmeim.

A delegação dos EUA assistirá a um ato popular em Smara e, posteriormente, reunirá com responsáveis da União Nacional de Mulheres Saharauis na mesma wilaya.

A delegação visitará o Museu da Cultura na wilaya de Bojador, reunirá com o Presidente do Parlamento e visitará a sede da Associação de Familiares de Presos e Desaparecidos Saharauis, AFAPRESA, e o Museu da Resistência.


(SPS)

50º Aniversário da União Africana: o rei Mohamed VI celebra-o com um revés diplomático


A diplomacia do rei Mohamed VI de Marrocos acaba de receber um forte revés diplomático no cenário africano. Na XXI Cimeira da União Africana (UA) realizada este fim-de-semana em Addis Abeba, capital etíope, foi-lhe dito a claro e bom som que não há nenhum inconveniente que o seu país regresse à organização sempre que seja sem querer pôr condições que afetem a participação na mesma da RASD, a República Árabe Saharaui Democrática.

La advertencia la hizo el responsable de la Comisión de Paz y Seguridad de la UA, Ramtane Lamamra, y siguió a ciertas maniobras con las que el Gobierno marroquí ha intentado dar a su opinión pública la esperanza de que la habilidad diplomática del rey Mohamed VI estaba a punto de acabar con la ausencia de Marruecos de la Unión Africana.

Lamamra dijo no hay problemas de parte de la UA para que Marruecos deje de ser el único país del continente africano que no forma parte de la organización integrada por 54 Estados. Al fin y al cabo el conflicto tuvo origen en la espantada que dio el padre de Mohamed VI, el fallecido Hassán II, con portazo incluido, cuando en 1984  la Organización de Unión Africana (OUA), antecesora de la UA, admitió a la RASD que se convirtió así en su miembro número 51. Desde entonces no hay más obstáculo a su regreso que la promesa que entonces hizo el rey Hassán II de que Marruecos no volvería hasta que no se expulsase a la RASD.

El rey Mohamed VI hizo recientemente un gira africana (que en realidad se limita a los satélites más sumisos a la influencia de Francia) a la que la prensa de palacio sacó jugo para subrayar que, pese a la ausencia de la UA, su monarca mantiene una gran influencia en el continente africano. Aún así, a Mohamed VI le ha debido de resultar difícil de explicar a su muy nacionalista y orgullosa opinión pública que Marruecos fuese seguidamente el único país africano que no iba a estar en las fotos de familia de la la XXI cumbre celebrada este fin de semana y, peor aún, en las de las solemnes celebraciones que en Addis Abeba han marcado el 50 aniversario del nacimiento de la OUA el pasado viernes, día 25, el Día de África.

Menuda diferencia con lo que allí llaman la “República fantoche” saharaui: mientras el máximo dirigente Mohamed Abdelaziz viajaba a Addis Abeba con una nutrida delegación, los marroquíes se tenían que contentar con celebrar el Día de África con una fiesta casera que consistió en la  inaguguración de una estela conmemorativa en una plaza de Rabat que han rebautizado con el nombre de Plaza de la Unión Africana. Una ceremonia con mucho empaque a cargo del ministro des Asuntos Exteriores marroquí Saad-Eddine El Othmani que subrayó “la profunda e indeleble unión de Marruecos a su continente”.


Pero, la verdad, no hay color entre este plan y la oportunidad que Mohamed Abdelaziz tuvo en Addis Abeba de oír sonar el himno saharaui en el acto de inauguración, ver ondear la bandera saharaui en igualdad de condiciones con las de los demás 53 Estados africanos, y poderse encontrar en los pasillos o los salones del Millenium a la flor y nata de la diplomacia internacional que había acudido a la capital etíope poniendo de relieve la importancia del evento, desde el secretario de Estado norteamericano John Kerry, al secretario general de la ONU Ban Ki-moon, pasando por  el presidente francés François Hollande o la presidenta de Brasil Dilma Roussef, entre otros.

Para compensar, la prensa oficialista marroquí dio mucho bombo a las a las declaraciones con las que el decano de los embajadores africanos en Rabat aseguró que Marruecos es un Estado del que África “no puede prescindir” a la hora de afrontar sus desafíos y que se está haciendo lo posible para que pueda volver con el resto de la familia (es decir, a la UA) por la puerta grande y pisando alfombra roja. El optimista era el embajador de la República Centroafricana, que actualmente, está sumido en el caos y la violencia desde que la guerrilla del Seleka en marzo logró abrirse  camino hasta la capital, Bangui, y obligó al Gobierno a salir corriendo. Pero, omitiendo este detalle, sus solemnes declaraciones podían interpretarse como que en Addis Abeba algo se estaba cociendo a favor de la diplomacia marroquí.

Probablemente, el realce dado en Rabat a estas felices expectativas motivó que en la rueda de prensa que dio el responsable de la Comisión de Paz y Seguridad al final de la cumbre, un periodista preguntase por la posible vuelta de Marruecos a la UA. Pero el argelino Lamamra fue tajante al decir que no había habido cambios en la posición de la organización africana en relación al conflicto saharaui y, por lo tanto, no hay problema en que Marruecos vuelva pero siempre que sea compartiendo escenario con los saharauis. También dijo en términos inequívocos que la UA sigue pensando que la solución del conflicto debe estar en esa consulta libre y transparente que la ONU prometió a los saharauis. Lo hizo con varios giros, uno de ellos destacando que lo que hay que hacer es poner en marcha esa  “R” que hay en el nombre de MINURSO, la Misión de la ONU para el Referéndum del Sáhara Occidental.

Además de la contundente respuesta de Lamamra hay que destacar que esta cumbre extraordinaria en Addis Abeba ha dado la oportunidad a Mohamed Abdelaziz de subir al estrado con una intervención con la que pidió a la UA que ayude a los saharauis a liberar el Sáhara Occidental ocupado por Marruecos. En otra sala del edificio, Aminetu Haidar dio una conferencia de prensa sobre las violaciones de los derechos humanos y en la exposición dedicada a la memoria de africanos que destacaron en la lucha por la libertad de su pueblo, fueron incluidas las efigies de varios mártires saharauis, empezando por Bassiri, el padre del nacionalismo saharaui desaparecido en el trágico verano de 1970.

Autora: jornalista Ana Camacho, ex-correspondente do “El Pais” no Magrebe.

Parlamento de Timor-Leste aprova moção que reafirma o apoio à causa saharaui




O Parlamento de Timor-Leste votou por unanimidade uma moção sobre o Sahara Ocidental em que reitera o apoio de Timor-Leste à causa saharaui.

A moção pede ao Governo de Timor-Leste para apoiar a causa saharaui nas instâncias internacionais, já que Timor-Leste é membro do Conselho de Direitos Humanos em Genebra.

O Parlamento timorense rende homenagem à Frente POLISARIO no seu 40.º aniversário da sua criação e do início da luta armada de libertação nacional.

A moção lamenta que o Conselho de Segurança não tenha aprovado a ampliação das competências da MINURSO para que pudesse abarcar o monitoramento e a proteção dos direitos humanos, um pedido feito pelo próprio Parlamento timorense na sua Recomendação N º 2/2011, aprovada a de março de 2011.

Nesse sentido, o Parlamento de Timor-Leste lamenta o facto de alguns membros do Conselho de Segurança terem submetido os valores fundamentais, como os direitos humanos, à "lógica dos interesses".

A moção apela aos Estados Unidos da América para que intervenha ante o Governo marroquino e os membros do Conselho de Segurança para pôr fim ao sofrimento do povo saharaui, e pelo estabelecimento de um mecanismo de observância e controlo de direitos humanos dentro dos mandatos da MINURSO.

O Parlamento expressa o seu total agradecimento ao apoio concedido pelo povo saharaui aos timorenses durante a sua luta de libertação, reafirmando uma vez mais a solidariedade e o apoio da República Democrática de Timor-Leste, à justa causa e ao direito inalienável do povo saharaui à autodeterminação.

A moção pede ao Reino de Marrocos, que não tem vínculos de soberania sobre o Sahara Ocidental, que respeite as resoluções pertinentes da UA e das Nações Unidas na organização de um referendo sobre a autodeterminação do Sahara Ocidental sob a supervisão do Secretário- Geral das Nações Unidas.

A moção insta o Reino de Marrocos a pôr fim a todas as formas de violações de direitos humanos, que cesse a perseguição aos cidadãos saharauis e liberte todos os presos políticos dos cárceres marroquinos.

A instituição timorense anunciou a criação de um comité de acompanhamento da luta do povo saharaui pela liberdade e a independência. O comité é constituído por todos os partidos políticos representados no Parlamento de Timor-Leste, principalmente a Comissão de Assuntos Exteriores.


(SPS)

Sahara Ocidental: o apoio "incondicional" da União Africana é um "grande sucesso" para o povo saharaui (Aminetu Haidar)

  


A militante saharaui dos direitos humanos Aminetu Haidar, qualificou hoje em Addis-Abeba (Etiópia) de "grande sucesso" o apoio « incondicional" dos países membros da União Africana (UA) ao direito do povo do Sahara Ocidental à autodeterminação.

"O apoio incondicional da UA à questão saharaui é um grande sucesso. Isso confirma de novo a justa causa do povo do Sahara Ocidental na sua luta pela independência", afirmou à agência APS Aminetu Haidar, convidada de honra das festividades do cinquentenário da OUA-UA, à margem das quais se realizou a 21.ª Cimeira da UA.

Os chefes de Estado e de Governo dos países membros da UA, reunidos em cimeira durante dois dias, aprovaram um relatório no qual exprimem o seu "apoio indefectível e incondicional à luta do povo do Sahara Ocidental pelo exercício do seu direito à autodeterminação".



"O apoio da UA poderá fazer avançar o processo de negociações entre a Frente Polisario e Marrocos para se chegar a uma solução política definitiva que ponha fim aos sofrimentos do povo saharaui", afirmou.

Aminetu Haidar referiu que os países africanos, através das suas "ações concretas" a favor do povo do Sahara Ocidental, podem contribuir para pressionar a comunidade internacional, a ONU e o Conselho de Segurança a "empenharem-se" para pôr fim a este conflito que já dura há mais de 38 anos.

 (SPS)

segunda-feira, 27 de maio de 2013

União Africana rende homenagem aos líderes saharauis falecidos

 
Mohamed Sid Brahim Basiri e EL-Ouali Mustapha Sayed

A União Africana (UA), cuja cimeira de Chefes de Estado e de Governo acabou de ter lugar em Addis Abeba, rendeu homenagem por ocasião do 50.º aniversário Organização de Unidade Africana (OUA) aos líderes saharauis falecidos, o desaparecido Mohamed Sid Brahim Basiri (1942 - 1970?) - durante ainda a colonização espanhola - , e EL-Ouali Mustapha Sayed (1948 – 1976) (morto durante uma operação militar às portas da capital mauritana), em reconhecimento do seu combate enquanto líderes africanos para a libertação e a independência dos países do continente.

A UA rendeu igualmente homenagem a outros líderes africanos, como Hailé Sélassié e Meles Zenawi da Etiópia; Jomo Kenyatta do Quémia; Julius Nyerere da Tanzânia; Houari Boumédiène e El-Arbi Ben M'hidi da Argélia; Naomi Nkrumah do Ghana; Oliver Tambo e Miriam Makeba da África do Sul; Amílcar Cabral da Guiné-Bissau; Peter Onu da Nigéria; John Ya-Otto da Namíbia; Samora Moisés Machel de Moçambique; John Garang do Sudão do Sul; Muhammad Ahmad al-Mahdi do Sudão; Gamal Abdel Nasser do Egipto; Omar Moukhtar da Líbia.

Outras personalidades internacionais foram igualmente homenageadas pela UA, nomeadamente Mahatma Gandhi da Índia, Olof Palme da Suécia e Martin Luther King dos EUA.

SPS

A Comissão da União Africana convida Christopher Ross

 
Nkosazana Dlamini Zuma
A Presidente da Comissão da União Africana, Dra. Nkosazana Dlamini Zuma, convidou o Enviado Pessoal do Secretário-Geral das Nações Unidas para o Sahara Ocidental,  Christopher Ross, para a visitar Addis Abeba, em carta dirigida ao SG  da ONU Ban Ki-Moon.

A Presidente da Comissão da UA informou Ban Ki-Moon  da decisão da UA de encomendar à Comissão a tarefa de trabalhar a favor da organização do referendo no Sahara Ocidental, solicitando a presença do seu Enviado Pessoal para o Sahara Ocidental, Christopher Ross,  em  Addis Abeba para coordenar entre as duas organizações, que compartilham uma  especial  cooperação sobre a questão do Sahara Ocidental, tendo em conta que as mesmas haviam apresentado propostas conjuntas às partes em 1988.

A  Frente POLISARIO e Marrocos aceitaram estas propostas conjuntas, conhecidas posteriormente por Plano de Resolução de 1991, em virtude do qual as partes aceitam organizar um referendo e um cessar-fogo, mas Marrocos continua a procurar livrar-se dos seus compromissos e obrigações acordadas e subscritas  sob os auspícios das duas organizações.

Depois de duas décadas, afirma a carta, o parceiro africano faz um apelo à Organização das Nações Unidas para que trabalhe a  favor de ultimar  o processo de  descolonização do Sahara Ocidental, em conformidade com as resoluções e as responsabilidades das duas organizações sobre o tema.


SPS

domingo, 26 de maio de 2013

Dezenas de cidadãos saharauis bloquearam a entrada do porto de Dakhla condenando o saque e a exaustão dos recursos marinhos



Correspondentes da Rede de Meios Radio Maizirat, desde a cidade ocupada de Dakhla, informam que sábado pela noite, dezenas de cidadãos saharauis, bloquearam a entrada do porto de cidade, condenando o saque dos recursos piscícolas.

Segundo os correspondentes, as forças da polícia de ocupação deslocaram-se de imediato para o local para amedrontar os manifestantes saharauis, que gritavam palavras-de-ordem condenando o Estado ocupante marroquino, que beneficia dos recursos marinhos do Sahara Ocidental.


Fonte: Rede Maizirat

Vasta campanha de detenções após o anúncio da inclusão da cidade de Smara no programa de visitas de Christopher Ross



Este procedimento surge após uma manifestação pacífica organizada sexta-feira à noite no bairro Tan-Tan. Bandeiras da RASD foram içadas enquanto os manifestantes gritavam slogans políticos antes que as forças de ocupação tivessem intervido para os dispersar. Prenderam uma criança de 12 anos, Ada Ali Daf, que ficou ferido na perseguição e teve que ser transportado ao hospital da capital, El Aaiún.

O cenário de detenções repete-se, como aconteceu recentemente em El Aaiún e que conduziu à prisão de seis jovens, um dos quais menor. Agentes de segurança especiais cercaram a casa do cidadão saharaui Lbachir Lbsair antes de o deterem e o terem levado para fora da cidade onde foi agredido, despojado do seu dinheiro e do seu telemóvel.

Este sábado de manhã em Smara, as forças de ocupação começaram as suas operações pelo cerco à casa da cidadã saharaui M’Barka Alina Mailad antes de terem tomado de assalto o telhado da casa e terem penetrado no domicílio para prender o seu sobrinho Salah Lbsair. M’Barka Alina, que passou 16 anos num centro de detenção secreto no sul de Marrocos, afirmou que as forças de ocupação marroquinas destruíram deliberadamente os móveis e o equipamento da casa apesar de saberem que o seu sobrinho Salah Lbsair não se encontrava lá.

Às 5h da madrugada, no bairro El Wahda, as forças de ocupação cercaram a casa do cidadão saharaui Walda Lghzal para prender o seu filho Buchraya. Este não se encontrava na casa de seus pais o que não impediu as forças policiais de destruírem os equipamentos do lar e insultar a mãe Bakkara Chakouti .

Operações similares tiveram por alvo ativistas da intifada, como  Khalil Lamjad no bairro El Fatah, Khalil Mayara, no bairro Taqadum, e Salah Sbaiti e Mohamed Salouki, no bairro Esalam.

Segundo fontes saharauis em Smara, foi o comissário Abdelhakim em pessoa que dirigiu as operações ilegais. Estes atos, tal como os ocorridos em El Aaiún, revelam as intenções das autoridades de ocupação de aterrorizar os cidadãos saharauis e de os dissuadir da sua luta pacífica, em particular após o anúncio da inclusão de Smara no programa de visitas previstas do Enviado Pessoal do SG da ONU, Christopher Ross.


Fonte: Equipe Media-WSHRW

Aminatu Haidar – De cara ao vento






sexta-feira, 24 de maio de 2013

Cidade de Smara ocupada: bairro Sacna foi palco da maior manifestação pela autodeterminação


Segundo correspondentes da Rede de Meios Radio Maizirat, na madrugada de sexta-feira, 24/05/2013, as forças de ocupação marroquinas, com a ajuda de unidades do exército marroquino, atacaram o bairro "Sacna" e Tamir", onde se registou a organização da maior manifestação na história do movimento popular saharaui na referida cidade, atualmente  a quarta mais populosa das cidades do Sahara Ocidental sob ocupação, depois de El Aaiún (a capital), Dakhla e Bojador.

Finanças Públicas : Marrocos bate no fundo



No final de abril, o déficit do orçamento do Estado já atingiu mais de 21 mil milhões de dirhams (1887 milhões de euros). O enorme montante equivale ao dobro do valor registado em igual período de 2012.

Enquanto a briga política grassa nos corredores do poder, as contas da nação vão-se afundando mais e mais no vermelho. No final de abril o défice orçamental atingiu 21
mil milhões de dirhams, ou seja o dobro do buraco registado nos primeiros quatro meses de 2012. Em questão: o elevado aumento das despesas, face a receitas que praticamente não aumentam. Estas registaram, com efeito, um acréscimo de apenas 1,6%, quando o valor das despesas explodiram mais de 11,6% atingindo 77 mil milhões de dirhams (ou seja, 6 919 milhões de Euros), mais 8 mil milhões de dirhams  (719 milhões de Euros) que no ano passado. Um montante enorme, do qual cerca de dois terços são absorvidos por salários dos funcionários (34 mil milhões de dirhams) e encargos de compensação (16,5 mil milhões). 
Camponês marroquino

Do lado das receitas, é quase a hemorragia. As receitas fiscais baixaram 3,7%. Resultado que se explica, segundo a Tesouraria Geral do Reino, pelas “más ‘performances’ e maus resultados de alguns grandes contribuintes, como a Maroc Telecom, as cimenteiras ou ainda o setor financeiro”. Isto sem contar com as taxas aduaneiras, que entraram em queda livre com uma baixa registada de 19,3%. Baixas que foram compensadas ​​pelo fortalecimento das receitas dos monopólios que registaram um crescimento de 172%, graças nomeadamente aos 3 mil milhões de dirhams de dividendos pagos pela OCP (Office Chérifien des Phosphates) (270 milhões de Euros) e aos impostos sobre conservação fundiária.

Para cobrir este enorme déficit, e até que os políticos se metam de acordo quanto à urgente reforma da compensação, a única solução parece ser o recurso ao endividamento. Um empréstimo de mil milhões de dólares está em preparação.


Repressão em El Aaiún




Quarta-feira, 22 de maio, pelas 17h locais, as forças de ocupação marroquinas intervieram violentamente para dispersar várias manifestações pacíficas saharauis em diferentes bairros e ruas da capital do Sahara Ocidental ocupado, El Aaiún, que comemoravam o 40.º aniversário do começo da luta armada pela independência do Sahara Ocidental.

Numa operação policial sem precedentes para dispersar os pacíficos manifestantes saharauis, as forças de repressão marroquinas utilizaram centenas de efetivos da polícia e das forças auxiliares, assim como elementos da segurança vestidos à paisana, nas redondezas do bairro de Maatala e ao longo da Avenida Smara, rua Dadach, e no início da noite nas cercanias do forno de Manolo.

De sublinhar que estas medidas de segurança coincidiram com a visita de uma delegação do Conselho da Europa ao território.

O governador de El Aaiún ordenou o encerramento obrigatório de todos os estabelecimentos comerciais, lojas e cafeterias na Avenida Smara, ameaçando os comerciantes ao dizer-lhes que “não se responsabilizava” de que lhes pudesse acontecer se se negassem a cumprir as ordens de encerramento. Foram dadas também ordens de recolher obrigatório a todos os cidadãos presentes nesta avenida, com o intento de impedir a presença de testemunhas que pudessem filmar e fotografar a brutal atuação das forças de repressão, de que resultaram muitos cidadãos saharauis feridos.
 
Sultana Jaya, uma vez mais agredida e espancada
Lista preliminar de feridos saharauis:

O cidadão saharaui Mahmud Lahesan
O cidadão saharaui Al-amari Mohamad Fadal
A cidadã saharaui Sultana Jaya
O cidadão saharaui Zarwali Yaslam
O cidadão saharaui Laherach Hasna
O cidadão saharaui Lahsan Dalil
O cidadão saharaui Tobali Abdel Hay
A cidadã saharaui Fadah Agla Manhum
A cidadã saharaui Hayat Arguebi
A cidadã saharaui Anhabuha Butanguiza
A cidadã saharaui Hayat Jatari
O cidadão saharaui Ahmad Fal walad Ahmad Ali
A cidadã saharaui Salha Butanguiza
O cidadão saharaui Jalihana Albar Bumari

Fonte: Rede de Meios Radio Maizirat

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Países africanos adotam relatório sobre a situação no Sahara Ocidental




Os países membros do Conselho Executivo da União Africana (UA) adotaram, durante a sua 22.º sessão ordinária que teve início quarta-feira em Addis-Abeba, um relatório sobre a situação no Sahara Ocidental.

O relatório elaborado pela Comissão da UA em conformidade com as conclusões da 22.ª sessão ordinária do conselho executivo que teve lugar em janeiro último sobre o conflito do Sahara Ocidental, insiste que as Nações Unidas e o Conselho de Segurança «tomem as suas responsabilidades em relação a este dossiê cuja resolução já demorou demasiado tempo», refere este órgão panafricano.

O relatório lança também um apelo à «disponibilidade da parte da União Africana para contribuir no processo de resolução da questão saharaui que é hoje da responsabilidade das Nações Unidas».

O relatório adotado faz um exaustivo balanço do dossiê do Sahara Ocidental desde 1963, data da sua inscrição nas Nações Unidas como território não autónomo, recordando a aplicação da resolução 1514 que consagra o direito do povo saharaui à autodeterminação.

 Os países africanos reiteram igualmente o seu «apoio à luta do povo do Sahara Ocidental no exercício do seu direito à autodeterminação». Apelam igualmente a que seja consumada a descolonização deste território, o último ainda colonizado em África.

 A 23.ª sessão dos países membros do Conselho Executivo da UA, onde a RASD tem assento como membro fundador, é preparatória da 21.ª sessão ordinária da Conferência de Chefes de Estado e de Governo, prevista para os dias 26 e 27 de maio na sede da UA, e que coincide, este ano, com a celebração do 50.º aniversário da criação da OUA/UA.

(SPS)

quarta-feira, 22 de maio de 2013

AMNISTIA INTERNACIONAL denuncia falta de liberdade de expressão em Marrocos


 

Em Marrocos, no ano passado, restringiu-se a liberdade de expressão, produziram-se agressões contra os emigrantes e refugiados, e perseguiu-se os saharauis que defendem a autodeterminação do Sahara Ocidental, afirma um relatório da AI difundido hoje em Londres.

O dossiê da Amnistia Internacional sobre o “Estado dos direitos humanos no mundo” de 2013 denuncia também que “as mulheres e meninas foram discriminadas”, e, “pelo menos sete pessoas foram condenadas à morte, se bem que não tenham havido execuções”.

A AI indica que “as autoridades continuaram a reprimir jornalistas e outras pessoas críticas com a monarquia ou as instituições do Estado” e cita o caso do estudante Abdelsamad Haydour, que foi “multado e condenado a três anos de prisão por ‘insultar o rei’ num vídeo na internet”.

O relatório recorda também que em julho “o tribunal de Apelação de Casablanca confirmou a sentença de um ano de prisão imposta a Mouad Belghouat, um cantor de rap, por insultos à polícia”.

Em agosto, “a polícia empregou força excessiva contra pessoas que se manifestavam às portas do Parlamento em Rabat, para protestar contra a celebração anual de um ato que comemorava a ascensão do rei ao trono”.

AI comenta que as autoridades “perseguiram os saharauis que defendem os direitos humanos ou propugnam pela autodeterminação do Sahara Ocidental, e utilizaram força excessiva para reprimir ou impedir manifestações no referido território”.

O texto acrescenta que “continuaram a receber notícias sobre tortura e outros maus-tratos, a que estão especialmente expostas as pessoas que eram detidas pela  Direção para a Vigilância do território com o objetivo de as interrogar”.

“Em outubro o Conselho Nacional de Direitos Humanos afirmou que o pessoal penitenciário continuava a cometer abusos contra os reclusos e que rara era a vez em que esses abusos eram investigados ”, prossegue o relatório.

 “As pessoas suspeitas de delitos de terrorismo contra a segurança corriam perigo de sofrer torturas e outros maus-tratos e de sem julgadas sem as devidas garantias”.

Em setembro, o relator especial da ONU sobre a tortura expressou que “haviam aumentado os casos de agressões brutais, violência sexual e outras formas de maus- tratos contra migrantes indocumentados e instou a as autoridades a investigar e prevenir estes atos de violência contra migrantes subsaharianos”.

Sobre os direitos de mulheres e moças, a AI denuncia que “estavam expostas a sofrer violência sexual e eram descriminadas ante a lei”.

O governo marroquino recusou a recomendação formulada no exame periódico universal da ONU de rever o Código de Família para garantir a igualdade entre homens e mulheres nas questões relacionadas com a herança. “Os homens culpados de violação podiam ainda iludir o castigo se se casavam com a vítima”, refere o texto.

Pelo menos sete pessoas foram condenadas à morte, mas não houve execuções desde 1983.

Finalmente, a AI recorda que nos campos da Frente Polisario, os “seus responsáveis continuaram sem tomar medidas para pedir responsabilidades aos autores de abusos contra os direitos humanos cometidos em instalações sob seu controlo durante as décadas de 1979-1980″.

Fonte: terra.com.co / EFE

Grupos da Assembleia de Madrid comprometem-se a trabalhar juntos em busca de uma solução para o povo saharaui



Todos os grupos da Assembleia de Madrid participaram neste fim-de-semana na reunião do Intergrupo Paz e Liberdade para o Sahara, estrutura em que estão representados um grande número de parlamentos autonómicos de Espanha, onde foi apoiada uma declaração institucional em que se comprometem a trabalhar na procura de uma solução para o povo saharaui.

Segundo explicou o deputado da IU (Esquerda Unida) Mauricio Valiente nos corredores da Assembleia de Madrid, este sábado os intergrupos dos parlamentos regionais subscreveram uma declaração conjunta em que declaram o seu "compromisso" para encontrar "uma solução negociada no Sahara Ocidental",

"Aprovámos por unanimidade uma resolução que solicita o reconhecimento do estatuto diplomático da Frente Polisario como legítimo representante do povo saharaui em Espanha", referiu Mauricio Valiente, que sublinhou que outra das questões acordadas foi "exigir que a missão das Nações Unidas deslocada no Sahara assuma competências em matéria de direitos humanos ante as violações que se têm constatado".

Os representantes das diferentes regiões de Espanha aprovaram também o pedido de libertação dos presos políticos e de consciência; enviar grupos de observação para analisar o que seestá a passar e manter a cooperação para ajudar os saharauis dos campos de refugiados.

Ana Abella, do Partido Popular destacou o trabalho conjunto que estão levando a cabo os parlamentares da Assembleia para conseguir solucionar o problema deste povo e a socialista Julia Martínez referiu que a Câmara autonómica já aprovou uma declaração institucional neste mesmo sentido.

Por último, o deputado da UPyD Gabriel López contou  que há algumas semanas o intergrupo madrileno visitou um acampamento de refugiados em Tinduf (Argélia), onde puderam compartilhar as condições de vida dos saharauis. Tendo, na altura, se reunido com os ministros da Saúde e Cooperação e com o primeiro-ministro da República Árabe Saharaui Democrática.

Decisão do Conselho Nacional Saharaui : Repovoar e desenvolver os territórios libertados





Tifariti (territórios saharauis libertados), 21 maio 2013  - O Primeiro-Ministro saharaui, Abdelkader Taleb Omar, afirmou segunda-feira que a realização do Conselho Nacional Sahara na localidade libertada de Tifariti no âmbito das festividades comemorativas do 40.º aniversário do desencadeamento da luta armada" reveste uma dimensão particular".

A Frente Polisario levou a cabo uma política de reconstrução na localidade libertada de Tifariti que representa um terço dos territórios saharauis libertados, precisou o chefe do governo saharaui no discurso que proferiu.

Estes territórios eram campos de batalha após a ocupação marroquina ter destruído e saqueado as diferentes localidades, mas depois do cessar-fogo de 1991, a Frente Polisario trabalhou na reconstrução e repovoamento desses territórios libertados, sublinhou o responsável saharaui.

Referiu que infraestruturas de base, como escolas, hospitais e postos administrativos foram construídos no âmbito dessa política em Bir Lahlou, Tifariti, Mijek, Aghouinit, Mhiriz e Doukj.

Inúmeras infraestruturas sanitárias e educativas são asseguradas em todas as localidades onde os esforços prosseguem para concretizar novas infraestruturas, nomeadamente rodoviárias.



Através destas festividades comemorativas, o governo saharaui pretende dirigir uma forte mensagem ao mundo e ao inimigo dizendo que " estes territórios são libertados " e que "não se tratam de regiões tampões como pretende dar a entender o regime marroquino", afirmou o responsável saharaui.

Estes territórios "contam com cidadãos saharauis residentes, regiões militares e administração nacional saharaui que exerce a sua soberania em conformidade com as disposições do direito internacional", acrescentou.

Alguns saharauis que viviam sob a ocupação mudaram-se para esta parte libertada do Sahara Ocidental, afirmou, acrescentando que outros se encontram nos campos de refugiados ou na diáspora.

O repovoamento prosseguirá progressivamente até à libertação e o exercício da soberania sobre o conjunto dos territórios saharauis, sublinhou.

(SPS)

terça-feira, 21 de maio de 2013

Eslovénia: Presidente do Comité de Relações Exteriores do Parlamento reitera apoio à autodeterminação do povo saharaui


Janja Klasinc
A presidente do Comité de Relações Exteriores do Parlamento, Janja Klasinc, reiterou ontem, 2.ª Feira, o seu apoio ao direito do povo saharaui à autodeterminação, durante uma audiência ao representante da Frente Polisario, Malainin Mohamed Bagada, na sede do Parlamento esloveno.

Durante o encontro, a deputada Janja Klasinc recordou que o Comité de Política Exterior esloveno, nos últimos anos, incluiu em várias ocasiões a questão do Sahara Ocidental na sua agenda e  reiterou a posição do seu país de apoio ao direito de autodeterminação do povo saharaui.

Liubliana, 21/05/2013 

(SPS)

A oportunidade perdida de Mohamed VI de manter ocupado o Sahara Ocidental e “ficar bem na fotografia”


Uma das manifestações realizadas em El Aaiún após a aprovação
da resolução 2099, a  25 de abril. Foto: 
Rede de Meios Radio Maizirat.


A imprensa marroquina próxima do rei Mohamed VI continua a propagar como um grande triunfo diplomático do seu monarca o ter conseguido mexer os ‘cordéis’ para impedir que, no Conselho de Segurança da ONU, tivesse tido êxito a iniciativa norte-americana sobre direitos humanos e, em seu lugar, tivesse sido aprovada a “descafeinada” resolução 2099. Tudo aponta, porém, para o facto de o majzén ter perdido uma grande oportunidade de conseguir muito a troco de muito pouco.

Uma concessão do monarca alauita em matéria de direitos humanos, já o afirmei, não garantia uma aplicação imediata nem efetiva a favor das vítimas saharauis. Os casos do Congo, Ruanda ou da Costa do Marfim constituem um bom exemplo de grandes fracassos na defesa dos direitos humanos pelos capacetes azuis da ONU, seja por lentidão burocrática ou porque há membros do Conselho de Segurança ativamente empenhados em favorecer uma das partes do conflito.

O silêncio no relatório do secretário-geral da ONU sobre o escandaloso incidente que custou um brutal espancamento a três jovens saharauis sequestrados por polícias à paisana à entrada do quartel-general da MINURSO, em El Aaiún, reflete a pouca pressa de Ban Ki-moon em retificar os mais de vinte anos de inação onusiana em matéria de direitos humanos no Sahara Ocidental.

Na hora de explicar a negativa marroquina a tese mais habitual é a de que o rei Mohamed VI opôs-se ao projeto de resolução proposto pelos EUA para evitar o perigo de os saharauis, ao sentirem-se protegidos pela ONU, saíssem em massa à rua pedindo a independência. Um sim marroquino à iniciativa norte-americana teria dado uma importante vitória moral ao povo saharaui, é bem verdade mas, por sua vez, teria assegurado à diplomacia marroquina a comodidade de converter-se na mesa de arbitragem na parte que acabava de ganhar pontos com tal mediática concessão. Nessa base, para França, Estados Unidos e Espanha teria sido muito mais fácil enredar a Frente Polisario numa negociação eventualmente muito mais vantajosa para a parte marroquina, pelo simples facto de situarem num mesmo plano agressor e agredido, como se o ladrão tivesse direito a discutir se devolve ou não o que roubou ao seu legítimo dono.

De facto, Gerard Araud, o embaixador de França junto da ONU voltou a recordar, após a aprovação da resolução 2099, que a opção favorita de Marrocos para a realização de uma solução pacífica é a via da negociação e que o Governo de François Hollande sempre considerou que a melhor forma de avançar em relação ao respeito pelos direitos humanos dos saharauis é através de um diálogo bilateral da Frente Polisario com Marrocos. A estratégia do principal aliado do anexionismo marroquino é clara: pôr o foco nos direitos humanos e correr uma densa cortina sobre o direito à autodeterminação do povo saharaui e ao referendo, como se os abusos marroquinos fossem a causa do desaguisado e não a consequência do mesmo.



O próprio secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, seguiu nesta direção no seu último relatório em que prefigurava um cenário dominado pela negociação entre saharauis e marroquinos em que cada uma das partes devia preparar-se para fazer concessões e responder a cada “dádiva” do contrário, com uma “troca” de igual valor. Se Marrocos tivesse dado o seu braço a torcer no que diz respeito a competências da MINURSO, seria provavelmente agora a Frente Polisario quem deveria estar a mover a ficha da "troca", para não ficar como a parte sem vontade negociadora.

Mas a bola continua do lado marroquino e, afinal, o pesadelo de Mohamed VI acabou por acontecer igualmente porque a indignação superou o medo e dezenas de milhares de saharauis manifestam-se nos territórios ocupados, desde que em Nova Iorque foi aprovada a resolução 2099.  O pior para o monarca marroquino é que agora é do domínio público que a total falta de competências dos capacetes azuis da MINURSO não é normal na história das missões de paz das Nações Unidas. Persistir nesta anomalia, desacredita a ONU e carrega de razão o grito com que os saharauis exigem justiça após 22 anos de espera, sem que a MINURSO tenha organizado esse referendo que era o propósito e objetivo da missão. 

Uma “cedência” marroquina em direitos humanos talvez tivesse tirado do centro das atenções a agitação de tua. Embora fosse de prever que o júbilo popular adquirisse elevados decibéis, a Administração de Obama teria podido aproveitar o prestígio que ganhou junto dos saharauis com a sua frustrada intervenção para pressionar os dirigentes da Frente Polisario a apelar à calma. O não assentimento aos seus benfeitores, levaria a Frente Polisario a ser facilmente acusada de maximalismo ou, o que seria ainda pior, de falta de liderança sobre a população do outro lado dos muros, nos territórios ocupados.

Agora, ao revés, os maximalistas são os homens de Mohamed VI e quem sabe se Obama não irá dizer ao rei alauita mais ou menos isto: "já te disse, teimoso, que lesses o ‘Il Gattopardo’ para comprovares como, às vezes, há que mudar algo para que tudo fique na mesma". Em qualquer caso, foi o Governo francês quem se viu obrigado a recomendar ao regime marroquino prudência e respeito pelos direitos humanos num vão intento de deter a espiral de violência que deita por terra a suposta “abertura” democrática do monarca alauita. Se a situação transbordasse, a Hollande não lhe restaria outra saída para intervir em socorro do seu peão favorito que cruzar os dedos para que, numa qualquer esquina do Sahara Ocidental, surgisse uma ameaça jihadista susceptível de justificar um desembarque francês em nome da paz e segurança internacional.

Autora: jornalista Ana Camacho, in “Arenas Modevizas”