domingo, 25 de agosto de 2013

PAM anuncia programa para tratamento da desnutrição das crianças saharauis


O Programa Alimentar Mundial (PAM) iniciará no próximo mês de janeiro um programa para o tratamento da desnutrição entre as crianças dos acampamentos de refugiados, segundo deu a conhecer esta semana aquela agência da ONU.

“O PAM iniciará em princípios do próximo ano a distribuição de um alimento rico em vitaminas para o tratamento da desnutrição das crianças saharauis refugiadas”, declarou o representante do PAM na Argélia, Pedro Figueiredo.

Trata-se de suplemento nutricional especial chamado “plumby’sup” para crianças com mais de 6 meses. É produzido com gordura vegetal, açúcar e proteína, enriquecido com um complexo de minerais e vitaminas.

Referindo-se a um estudo dos principais indicadores do estado nutricional destas crianças realizado recentemente nos acampamentos de refugiados saharauis, Pedro Figueiredo salientou que a taxa de desnutrição global, aguda e moderada (peso baixo para a idade) entre as crianças saharauis se mantém nos mesmos níveis que nos últimos dois anos. Esta taxa foi de 7,6% em 2012 e 7,9% em 2011, quando o nível crítico é de 10%.

O inquérito, realizado em outubro e novembro de 2012 nos acampamentos de refugiados saharauis, centrou-se nos principais indicadores do estado nutricional em crianças de 6 a 59 meses e em mulheres entre os 15 e os 49 anos.

Relativamente à desnutrição crónica (baixa estatura para o peso e a idade), a investigação do PAM registou uma “ligeira” melhoria nos últimos dois anos.

Pedro Figueiredo afirmou que a higiene e o saneamento existente nos acampamentos de refugiados saharauis tem consequências sobre a saúde destas crianças.

“A pobre qualidade da água (alta salinidade) dá lugar a alguns problemas de saúde, incluindo casos de diarreia nas crianças, agudizando a desnutrição”, disse.

Em relação à cesta de alimentos que o PAM distribui aos refugiados saharauis, o Representante do PAM explicou que ele contém 10 alimentos diferentes, segundo ele, “uma exceção” comparada com outros cestos para os refugiados no mundo, que apenas contém 3-4 produtos alimentícios.

“Temos que fortalecer o programa de prevenção nos suplementos alimentícios”, afirmou Pedro Figueiredo.

O inquérito do PAM também constatou uma “melhoria” na anemia entre as crianças saharauis, tendo recolhido resultados “animadores” obtidos em matéria de prevenção e tratamento da anemia.

A taxa de anemia diminuiu nos últimos dois anos entre as crianças refugiadas saharauis de 53% em 2010 para 28% em 2012.

Prevalece a anemia entre as mulheres saharauis que estão a amamentar, o inquérito mostrou que a taxa diminuiu nos últimos dois anos (18% em 2010 para 12% em 2012).


Relativamente ao tratamento da má nutrição entre as mulheres vulneráveis, Figueiredo acrescentou que o PAM proporcionou dois anos de alimentos ricos em vitaminas.

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