quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Jornalista marroquino Ali Anouzla vai a julgamento por dizer que o Sahara está ocupado




O jornalista marroquino Ali Anouzla (nascido em Agadir, 1964) será julgado a 9 de Fevereiro próximo por, em declarações à imprensa alemã, ter definido o Sahara como “ocupado por Marrocos”.

O responsável do jornal digital Lakome2 enfrenta a acusação de "minar a integridade territorial nacional" em julgamento que começa no próximo mês. A Procuradoria abriu uma investigação após Ali Anouzla, em entrevista ao diário alemão Bild, em Novembro passado, ter dito que o Sahara Ocidental constituía uma das três "linhas vermelhas" para os jornalistas marroquinos.

Ali Anouzla afirmou ao Bild que essas três linhas vermelhas são: “a monarquia, o Islão e a ocupação do Sahara Ocidental” por Marrocos. Enfrenta uma pena de até cinco anos de prisão caso venha a ser declarado culpado, embora tenha dito que nunca definiu o Sahara Ocidental como “ocupado” e que a tradução era inexacta.

Não é o primeiro confronto que o jornalista tem com a questão do Sahara já que anteriormente havia criticado a gestão de Marrocos sobre o território, motivo por que o acusam de "agente argelino" e lembram a sua origem saharaui. Anouzla tem raízes saharauis, especificamente na cidade de Guelmim.

O jornalista marroquino proferiu estas declarações depois de ter recebido a 13 de Novembro de 2015, em Berlim, o prémio internacional Raif Badawi para jornalistas que defendem a liberdade de expressão.

A comissão que lhe concedeu o prémio considera que Ali Anouzla é “um dos poucos jornalistas independentes de Marrocos” que denuncia através das suas reportagens e artigos as violações dos direitos humanos.
Anouzla abriu em Agosto de 2015 o sítio Lakome2, espaço informativo sucessor do diário digital Lakome, inaugurado em 2010 e encerrado pelas autoridades marroquinos há dois quando o jornalista se encontrava preso. O Lakome2 conta com cem mil visitantes diários, disponibilizando o diário digital informação, investigação e entrevistas. Anouzla é um dos heróis da informação marroquina, juntamente com Ali Lmrabet, reconhecidos como tal pelos Repórteres sem Fronteiras em 2015.

Ali  Lmrabet, jornalista nascido em Tetuan, também teve problemas com a justiça marroquina devido ao Sahara. Em 2005, foi-lhe recusada a permissão de exercer a profissão por um período de dez anos, por ter afirmado ao semanário Al-mustaqil que os refugiados saharauis de Tindouf não são cativos da Frente Polisario, como historicamente tem sustentado a propaganda oficial marroquina.
Repórteres sem Fronteiras (RSF) tornou público há dias um comunicado subscrito por 14 organizações de defesa dos direitos humanos e de liberdade de expressão em que se pede às autoridades marroquinas a retirada de todas as acusações apresentadas contra Ali Anouzla e o termo do processo judicial que pende contra ele e contra a publicação digital Lakome, iniciado em Setembro de 2013.




As acusações contra Anouzla são de defesa e incitação ao "terrorismo", após o famoso caso do link do vídeo da Al-Qaeda, processo iniciado há dois anos. Anouzla foi detido cinco semanas, acusado de "apologia de terrorismo" em Setembro de 2013 por publicar um link para um conteúdo do jornal espanhol ‘El Pais’ que continha um vídeo divulgado pela filial norte-africana da Al Qaeda.

“Deixem Anouzla trabalhar em liberdade, deixem que se faça um jornalismo independente em Marrocos "termina a declaração das 14 ONGs, entre os quais estão, além de RSF, a PEN Internacional, o Instituto Internacional de Imprensa (IPI) e o Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ), entre outras.

Em 2004, Anouzla fundou o semanário Al-Jaraid Al Okhra em que livremente deu a palavra aos dissidentes do regime. O jornal abordou também temas tabu, incluindo assuntos relacionados com o rei, mas foi proibido dois anos depois. Foi um dos fundadores do jornal independente Al Masae em 2006, onde permaneceu até 2008.

Em 2014 soube-se que o embaixador de Marrocos nos EUA, Rachad Boulal, pressionou para que ele não recebesse um prémio de jornalismo por parte da organização 'Projecto de Democracia para o Próximo Oriente’ (Pomed), com sede em Washington.

Fonte e fotos: Periodistas en español / Por Jesús Cabaleiro Larrán

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Suécia não alterou a sua posição face à questão saharaui


O Governo da Suécia, através da ministra dos Negócios Negócios, recebeu hoje uma delegação de alto nível da Frente POLISARIO, numa reafirmação de que a política externa sueca não se alterou relativamente à defesa do Direito Internacional e e da autodeterminação do Povo Saharaui.

A declaração recente por parte das autoridades suecas da posição do país face ao conflito saharaui, tendo por base o “relatório de análise da política sueca em relação ao Sahara Ocidental” elaborado pelo embaixador Fredrik Florén [o qual defende que, “do ponto de vista da lei internacional, os requisitos para o reconhecimento da República Árabe Saharaui Democrática não estão cumpridos”] gerou confusão e deu aso a um aproveitamento político por parte do lobby de Marrocos, que fez crer que o país escandinavo teria recuado na sua posição. 


Certamente por isso, o Governo da Suécia, por intermédio da sua ministra dos Negócios Estrangeiros, Margot Wallström, fez questão de receber uma delegação de alto nível da Frente POLISARIO, o que ocorreu hoje, no que constituiu um gesto claro e uma afirmação pública de que o posicionamento da Suécia relativamente à legalidade internacional e ao direitos de autodeterminação do povo saharaui continua vigente e para valer.

domingo, 24 de janeiro de 2016

Dezenas de feridos saharauis na manifestação de 23 Janeiro em El Aaiún ocupada




Segundo a Rede Maizirat a partir da cidade ocupada de El Aaiún, as manifestações contra a ocupação marroquina que tiveram lugar na principal cidade saharaui ontem, dia 23 de Janeiro, foram reprimidas com brutalidade pelas forças ocupantes tendo deixado entre os manifestantes um saldo de muitos feridos. A Rede Maizirat cita que vários feridos foram evacuados para o hospital da cidade, entre ele várias pessoas de idade, tanto mulheres como homens.



Segundo aquela fonte, os manifestantes organizaram-se em duas manifestações, uma em solidariedade com os desempregados saharauis em greve de fome, a espoliação dos recursos naturais do território saqueados pelo ocupante marroquino e a política de marginalização dos saharauis.



A outra manifestação, com maior número de manifestantes segundo a Rede Maizirat,  contra a ocupação marroquina. Nesta manifestação os saharauis concentraram-se na avenida Smara, entoaram palavras-de-ordem contra o regime e exigiram e libertação dos presos políticos, o fim do saque dos recursos naturais do território e a realização do referendo de autodeterminação do povo saharaui. A Rede afirma que a Cidade continua tomada por fortes dispositivos policiais e de segurança marroquinos.


Informação do CODAPSO

O vice-presidente do Comité de Defesa pela Autodeterminação do Povo do Sahara Ocidental (Codapso), Hmad Hammad, informou que as manifestações realizadas ontem, sábado 23 de Janeiro, na Cidade, decorreram sob o lema do último XIV Congresso da Frente Polisario “Força, determinação e vontade para impor a independência e a soberania”.



Hmad informou que as manifestações tiveram lugar a partir das 17 hora Greenwich na cidade e que foram convocadas pela Coordenadora que aglutina todo o movimento associativo saharaui na cidade.



Afirmou que a avenida Smara foi um dos cenários onde o aparato policial, serviços secretos e forças auxiliares do regime de ocupação carregaram brutalmente contra os manifestantes para os dispersar. Segundo aquela fonte, o saldo da repressão causou dezenas de feridos.


Fonte: E. I. C. Poemario por un Sahara Libre / Original (árabe): Red Maizirat

sábado, 23 de janeiro de 2016

Sahara Ocidental - União Europeia: Pânico em Rabat




Após ter obtido a anulação do acordo agrícola concluído entre Marrocos e a União Europeia, Gilles Devers, o advogado da Frente Polisario, está particularmente empenhado em conseguir o mesmo resultado com um acordo similar relativo à actividade de pesca.

Os lobistas de Rabat temem que o advogado do povo saharaui consiga influenciar a União Europeia a modificar os termos do acordo de pesca, que é tema de discussões em Bruxelas. O cancelamento do acordo sobre a agricultura tem causado o colapso das exportações marroquinas. Uma situação que nem os marroquinos nem os seus amigos do lobby francês previam.

É conhecido que o denominado Estatuto Avançado e os acordos de cooperação económica assinados entre Marrocos e a União Europeia, em detrimento do direito internacional e os direitos legítimos do povo do Sahara Ocidental, foram obtidos graças ao apoio da França nos corredores das instituições europeias.

As actividades de lobbying  do eurodeputado Gilles Pargneaux a favor de Marrocos no contencioso do Sahara Ocidental não são uma exceção. O apoio oficial da França a Marrocos foi relatado pela Embaixada dos EUA em Paris, em documentos revelados pelo Wikileaks em 2011.

Num telegrama enviado no início de 2010, na sequência de uma reunião entre Kathleen H. Allegrone, Adida-Conselheira para os assuntos económicos na embaixada dos  EUA, e dois altos funcionários do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês — Cyrille Rogeau  e Marie Buscail — o Embaixador dos Estados Unidos em Paris evocava o ativismo da França em favor do plano de autonomia proposto pelo Marrocos e inspirado por Paris como solução para o conflito do Sahara Ocidental.

Suite do luxuoso Hotel Mamoumia, em Marraquexe: se estas paredes falassem poderiam contar alguns dos segredos das relações entre o Reino Aluita e a França...

O diplomata americano descrevia as relações da França com Marrocos como "excelentes". Facto que não escapou ao famoso apresentador de TV francesa, Eric Zemmour. "Há uma grande intimidade entre a classe política francesa, da direita à esquerda, e as elites e os líderes dos três países do Magrebe, em particular com a Tunísia e Marrocos. Tem-se a impressão de que o Rei de Marrocos "compra" toda a classe política e os media franceses ... ao recebê-los no Mamounia [o mais luxuoso hotel de Marrocos]! "afirmou na sua página no Facebook. Não podia estar mais certo, porque de facto o segredo das boas relações entre os franceses e Marrocos encontra-se entre as paredes dos quartos do hotel La Mamounia. Lá, onde toda a elite francesa passou para saborear o gosto de noites regadas em "boa companhia".

Ministro dos Negócios Estrangeiros saharaui reúne com o seu homólogo argelino




O ministro de Negócios Estrangeiros da República Saharaui, Mohamed Salem Ould Salek, afirmou quinta-feira em Argel que os esforços das Nações Unidas para a solução da questão saharaui esbarram com os “obstáculos marroquinos”.

“Os esforços da ONU para a solução da questão saharaui esbarram antes os obstáculos de Marrocos”, afirmou à imprensa Ould Salek depois de ser recebido pelo ministro argelino dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação Internacional, Ramtane Lamamra e afirmou que a Frente Polisario e o governo saharaui estão a trabalhar com as Nações Unidas para a descolonização do Sahara Ocidental, a última colónia em África.

O ministro saharaui pediu à comunidade internacional que assuma as suas responsabilidades para com o povo saharaui e o seu direito à livre determinação e à aplicação das resoluções da ONU.

Ould Salek agradeceu à Argélia e ao presidente da República argelina, Abdelaziz Bouteflika, pela sua “posição de princípio a favor da lei e legalidade da luta do povo saharaui e a de todos os movimentos de libertação no mundo e à luta dos povos pela independência “, afirmou.

O ministro saharaui disse que as suas conversações com o seu homólogo argelino  — que descreveu como “frutíferas”— se haviam centrado na “evolução da questão saharaui, a cooperação bilateral e a agenda da próxima sessão ordinária da União Africana (UA)”.

O tema da segurança e da paz, em que se inclui a questão do Sahara Ocidental, estará na agenda desta cimeira, recordando o dirigente saharaui que a última cimeira de Joanesburgo “pediu à ONU que marque uma data para a realização de um referendo para a autodeterminação do povo saharaui”.

O Sahara Ocidental, como membro da União Africana, concede especial importância à consolidação da paz e da segurança em África, à cooperação e colaboração entre os Estados membros e à intensificação dos esforços para promover unidade e a união entre os seus povos.

Fonte: SPS

domingo, 17 de janeiro de 2016

Suécia : Análise da política sueca no Sahara Ocidental



O ministério dos Negócios Estrangeiros recebeu hoje o relatório de análise da política sueca em relação ao Sahara Ocidental elaborado pelo embaixador Fredrik Florén. O relatório faz um certo número de recomendações, nomeadamente o apoio ao processo que decorre sob a égide da ONU em relação ao qual o Secretário-Geral anunciou novas iniciativas e observa que, do ponto de vista da lei internacional, os requisitos para o reconhecimento do Sahara Ocidental / República Árabe Saharaui Democrática não estão cumpridos.

— A questão do Sahara Ocidental, para a ONU,  resulta de um longo processo de descolonização que está na agenda do Conselho de Segurança, disse a ministra dos Negócios Estrangeiros, Margot Wallström. O governo apoia os esforços da ONU para encontrar uma solução justa e negociada mutuamente aceitável que satisfaça o direito dos saharauis à autodeterminação. Felicitamo-nos em ver o Secretário-Geral das Nações Unidas a tomar agora novas iniciativas para encontrar uma solução para o conflito e aportamos o nosso apoio mais sincero ao trabalho do enviado pessoal do SG da ONU para o Sahara Ocidental, Christopher Ross.

— O governo vai agora intensificar o seu apoio ao processo levado a cabo pela ONU para encontrar uma solução para o conflito que seja justo e mutuamente aceitável, acrescentou Margot Wallström.
Para apoiar este processo, estão previstas uma série de iniciativas para aumentar o compromisso da Suécia na questão do Sahara Ocidental, tais como:

  • ·  Reforço do trabalho no quadro das Nações Unidas com vista a facilitar uma solução negociada
 
  • ·   Continuação do empenhamento para que seja respeitado o direito internacional
 
  • ·   Incremento da ajuda humanitária.
 
  • ·   Trabalhar para que sejam estabelecidos contactos de alto nível com as partes.
 
  • ·   Compromisso em promover o diálogo entre as partes.


Queremos dedicar toda a nossa energia ao apoio do processo da ONU que parece agora ganhar um novo folego, disse Margot Wallström. Este processo não beneficiaria em caso de um reconhecimento [da República Árabe Saharaui Democrática]. A situação no Sahara Ocidental também difere de outras relativamente a Estados que a Suécia tenha reconhecido. O Governo não tem, portanto, a intenção de reconhecer o Sahara Ocidental e adere, em consequência, à apreciação da questão feita por governos anteriores.


quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

El Aaiún: Polícia marroquina carrega contra desempregados saharauis




Há vários dias que dezenas de desempregados saharauis que vivem nos territórios ocupados do Sahara Ocidental protestam pacificamente reivindicando o direito ao trabalho e o benefício dos recursos naturais que são explorados pela administração de ocupação marroquina.

Ontem, dia 13, segundo a ong de direitos humanos CODAPSO, os desempregados sentaram-se de forma pacifica na artéria principal da cidade saharaui ocupada de El Aaiún, tendo sido dispersados de forma violenta pelo dispositivo dos serviços de segurança e agentes da polícia da administração marroquina. Registaram-se vários feridos entre os manifestantes, tendo alguns sido evacuados para o hospital da cidade.

Fonte: CODAPSO, El Aaiún/Territórios ocupados

Foto:  Radio Maizirat, El Aaiún 

Delegação do Congresso dos EUA visita povo saharaui





O website da RASD-TV acaba de anunciar a visita na próxima semana de uma delegação do Congresso norte-americano, visita que a estação de televisão saharaui classifica de importante e histórica.

sábado, 9 de janeiro de 2016

Sahara Ocidental : O ACNUDH reage por fim ao escândalo Kompass




O príncipe jordano dignou-se finalmente receber uma delegação saharaui após o escândalo relacionado com o funcionário sueco Anders Kompass, encarregado da operações sobre o terreno do ACNUDH.

Emhamed Khadad, o coordenador saharaui junto da MINURSO e Maima Mahmoud, representante da Frente Polisario na Suíça foram recebidos quinta-feira pelo Alto Comissário para os Direitos Humanos da ONU, Zeid ibn Raad.14 meses após as escandalosas revelações colocadas online pelo misterioso hacker que agia sob o pseudónimo de Chris Coleman. Coleman denunciou os ‘complots’ de Anders Kompass contra o povo saharaui para impedir a monitorização dos direitos humanos no Sahara Ocidental por parte da MINURSO. Kompass fornecia ao embaixador de Marrocos na Suíça, Omar Hilale, informações e relatórios confidenciais da ONU sobre o Sahara Ocidental.

O diplomata marroquino conseguiu também recrutar Athar Sultan Khan, o chefe de Gabinete do Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, Antonio Guterres, o qual, imediatamente após as revelações feitas sobre o seu colaborador, recebeu Emhamed Khadad no seu escritório em Genebra. O Comissário para os Direitos Humanos acaba de o fazer com um atraso de 14 meses. Mais vale tarde do que nunca, diz o ditado.

Recorde-se que Anders Kompass está implicado igualmente numa história de passagem de um documento secreto da ONU sobre os capacetes azuis que operam na República Centro Africana. São acusados de crimes de violação de menores a troco de dinheiro e de comida. Kompass passou uma cópia do relatório às autoridades francesas.


O embaixador marroquino que conseguiu infiltrar os departamentos da ONU foi promovido a representante de Marrocos nas Nações Unidas. Rabat deseja que ele proceda às mesmas manobras em Nova Iorque.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Coordenador saharaui junto da MINURSO reúne com o Alto Comissário dos Diretos Humanos da ONU




O Coordenador saharaui junto da Missão das Nações Unidas para o Referendo no Sahara O (MINURSO), Emhamed Khaddad, foi recebido ontem pelo Alto Comissário dos Direitos Humanos da ONU, Raad Al-Hussein, na sede do Comissariado no Palácio de Wilson, em Genebra.

Durante o encontro foram discutidos vários temas, entre eles a situação dos direitos humanos nas zonas ocupadas, assim como o trabalho do Alto Comissariado tendo por base as resoluções do Conselho de Segurança da ONU e o facto do Sahara Ocidental continuar ainda pendente de um processo de descolonização.

Emhamed Khaddad sublinhou ao seu interlocutor “a necessidade do Alto Comissariado levar a cabo uma visita técnica à região para supervisionar de perto e de forma permanente e independente a situação dos direitos humanos, que deveria fazer parte do mandato da missão da ONU nas zonas ocupadas do Sahara Ocidental”.

No encontro, a que esteve também presente a Representante da Frente POLISARIO na Suíça, Maima Abdeslam, Khaddad pediu “ao Alto Comissariado que intervenha de forma urgente para permitir o livre acesso dos observadores internacionais às zonas ocupadas, tal como foi exigido por uma moção do Parlamento Europeu aprovada em dezembro passado, assim como a libertação a todos os presos políticos saharauis, principalmente o Grupo de Gdeim Izik”.


Fonte: (SPS)

Suécia apoia a independência do Sahara Ocidental




O Partido Social-Democrata sueco, partido no poder, manifestou esta segunda-feira o seu apoio à luta do povo saharaui pela sua liberdade e a edificação de um Estado independente no Sahara Ocidental e condenou a continuidade da ocupação marroquina.

Em carta dirigida à Frente Polisario na sequência da realização do 14º Congresso, o partido sueco reafirmou o seu apoio ao povo saharaui na sua luta pela recuperação dos seus legítimos direitos.

 


O Partido Social-Democrata sueco expressou expressa ainda a sua satisfação pelo nível das relações históricas que o unem à Frente Polisario, reiterando o seu compromisso para consolidar a cooperação e a coordenação bilateral.

Importa destacar que esta posição tem lugar num momento em que o Parlamento da Suécia se prepara para debater o reconhecimento da República Saharaui e o estatuto diplomático.
Também o Governo da Suécia está elaborando um relatório sobre a sua política externa no conflito do Sahara Ocidental, relatório que possivelmente virá a ser divulgado no próximo mês de Março.

O Partido Social-Democrata sueco tem 113 deputados dos 349 que compõem o Parlamento sueco. No Governo está coligado com o Partido dos Verdes que, por sua vez, possui 25 deputados no Parlamento. Os dois partidos estão coligados num governo de minoria que é liderado pelo social demorata Stefan Löfven.



quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Panamá e República Saharaui restabelecem relações diplomáticas




O ano de 2016 inicia-se como uma notável vitória do povo saharaui: a República Árabe Saharaui Democrática (RASD) e a República do Panamá restabelecem relações diplomáticas ao mais alto nível.

Recorde-se que o Panamá foi o primeiro país latino-americano a reconhecer oficialmente o Estado saharaui no ano de 1978.

A embaixada foi hoje aberta com a entrada em funções do embaixador Ali Mahmoud, na qualidade de Embaixador extraordinário e plenipotenciário da República Árabe Saharaui Democrática junto da República do Panamá.

O Panamá conhece atualmente um desenvolvimento socio-económico importante e joga um papel capital nas instâncias regionais e internacionais.


Fonte : SPS

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Marrocos congela os contactos com a UE devido à decisão sobre o Sahara




O governo marroquino congelou os contactos com as instituições europeias em Rabat em protesta pela decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia do passado 10 de Dezembro, que considerou nulo um acordo agrícola e pesqueiro entre a UE e Marrocos por incluir o território do Sahara Ocidental.
O ministério marroquino dos Negócios Estrangeiros enviou na semana passada a todos os outros ministérios uma nota interna exigindo-lhes a suspensão de qualquer tipo de contacto ou reunião com os distintos departamentos da União Europeia em Rabat, segundo soube a agência EFE de fontes europeias e marroquinas.

A nota, que não foi tornada oficial, referia esta “congelamento” refere-se aos contactos em Rabat, mas não os que possa manter a embaixada marroquina em Bruxelas.
Contactados pela EFE, nem o ministro de Negócios Estrangeiros, Salehedín Mezuar, nem a vice-ministra, Mbarka Buaida, comentaram a decisão, assim como o ministro porta-voz do Governo recusou pronunciar-se.
Também o embaixador da UE em Rabat, Rupert Joy, quis fazer quaisquer comentários.
Não à data para o termo deste “congelamento”, mas fontes próximas do ministro Mezuar afirmaram à EFE que dependerá da decisão do tribunal em reverter a sentença; ou seja, para Marrocos não lhe bastou o facto do Conselho de Ministros da UE ter recorrido, a 14 de Dezembro, da decisão do tribunal europeu.
A anulação do acordo pesqueiro e agrícola firmado em 2012 entre Marrocos e a UE caiu muito mal em Rabat, e já então o ministro Mezuar advertiu que estavam “em jogo todos os acordos futuros que estão sendo negociados entre Marrocos e a UE”.
Marrocos é o primeiro beneficiário da ajuda financeira da chamada política europeia de vizinhança, com 200 milhões de euros anuais, tem um “estatuto avançado” dentro do seu acordo de associação e negoceia atualmente um ambicioso “Acordo de livre comércio completo e profundo”.
Além disso, ele frequentemente descrito de "parceiro-chave" da UE e dos seus membros individualmente em duas das questões mais sensíveis nos últimos anos: a luta contra o jihadismo e o controlo das fronteiras externas da União (especificamente as espanholas).
O "congelamento contactos" tem neste início de ano consequências imediatas graves, uma vez que os pagamentos principais dos vários fundos europeus destinados a Rabat sob a forma de doações ou empréstimos foram feitos no último trimestre e não há atualmente nenhum acordo em negociação, explicou fontes europeias que pediram anonimato.
Ou seja, a decisão do governo de Rabat reveste um caráter em grande parte simbólico, e explica, sobretudo, a extrema sensibilidade com que Marrocos reage a tudo o que está relacionado com o Sahara Ocidental.
A decisão de 10 de dezembro passado, que foi totalmente inesperada, contestava a legalidade de um acordo de comércio agrícola e de pescas em relação ao Sahara, usando dois argumentos: primeiro, que a soberania de Marrocos sobre o território não é reconhecida pela ONU ou pela UE.
E segundo, que o acordo foi alcançado sem verificar que não havia "exploração de recursos naturais (saharauis) à custa do seu povo e em violação dos seus direitos fundamentais".
Estes dois argumentos corroboram a linha defendida pelo movimento de independência saharaui nos últimos anos, e de facto a Frente Polisario recebeu o acórdão com grande satisfação.
Embora o Conselho de Ministros tenha recorrido da decisão e deu assim a Rabat um sinal claro de apoio político, isso não dissipou a estupefação nem a raiva do Governo de Rabat.


Fonte: El Día / EFE /Por Javier Otazu

sábado, 2 de janeiro de 2016

Marrocos expulsa representante da Fundação Friedrich Naumann




A representante da Fundação Friedrich Naumann, Andrea Nusse, foi obrigada ontem a deixar o território marroquino, depois de ter sido declarada personna non grata pelas autoridades marroquinas. O regime acusa-a de realizar atividades culturais com personalidades defensoras dos direitos humanos, como Maati Monjib e Ali Anouzla, bem como com a própria Associação Marroquina dos Direitos Humanos  (AMDH).

Segundo o historiador marroquino Maati Monjib, Andrea Nusse fala correntemente o árabe e aprendia neste momento o dialeto marroquino. Seu marido nasceu em Marrocos e ela vivia há muito tempo no país.

Há algumas semanas Andrea Nusse  foi informada que era « personna non grata» na sequência da visita que fez a Maati Monjib, historiador e defensor dos direitos humanos,  que esteve em greve de fome para denunciar a perseguição de que é alvo pelas suas livres opiniões. A semana passada o Makhzen (o poder, o sistema ligado ao paládio real)  deixou-lhe bem claro que os seus problemas vinham da sua relação com Ali Anouzla, Maati Monjib e da Associação Marroquina dos Direitos Humanos (AMDH)
An Fundação Friedrich Naumann pela Liberdade é uma fundação alemã de visão liberal. A Fundação integra a cooperação internacional da Alemanha desde há mais de 40 anos. Está representada em Marrocos desde 1969.