Segundo informações obtidas pelo El Portal Diplomático, o lobby marroquino na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, e parte da equipe de Comunicação do secretário-geral, Antonio Guterres, têm impedido o trabalho de jornalistas especializados na questão do Sahara Ocidental.
Correspondentes da Agência Marroquina de Notícias (MAP,), Enhari Naoufal, e elementos da nova chefe da equipa de Comunicação do Secretário-Geral, Melissa Fleming, impediram a entrada do jornalista Mathew Lee, especialista em conflitos armados e com mais de 10 anos de trabalho jornalístico na ONU.
“Assim, são censurados meios de comunicação como o Inner City Press, que frequentemente questiona sobre a questão saharaui, especialmente sobre as violações cometidas pelo ocupante marroquino nas Zonas Ocupadas” - refere o portal.
Que adianta:
“A 26 de dezembro, na conferência de imprensa coletiva dada por Melissa Fleming, a Inner City Press questionou aquela responsável sobre a crescente repressão marroquina contra ativistas saharauis nas Zonas Ocupadas do Sahara Ocidental e não obteve respostas da nova chefe de Comunicação de Antonio Guterres”.
O portal recorda “que a Inner Ciy Press revelou um alegado escândalo de abusos sexuais perpetrado pelo atual chefe da Missão das Nações Unidas para o Referendo no Sahara Ocidental (MINURSO), Colin Stewart, quando trabalhava como representante permanente da ONU em Etiópia”.
A mesma fonte confirmou ao El Portal Diplomático que “Guterres impediu a Inner City Press de ter acesso ao edifício da ONU, ao mesmo tempo que permitiu a entrada de vários meios de comunicação marroquinos que até têm escritórios na sede” da organização.
Segundo apurou o El Portal Diplomático, a equipa de Guterres facilitou Marrocos quanto à colocação da cidadã marroquina Benyoussef Bouchra na ONU com o propósito de facilitar o trabalho do lobby mediático do regime marroquino, mas, ao invés, tem dificultado o trabalho desses jornalistas especializados na questão saharaui.
Neste contexto, as fontes do El Portal Diplomático nos meios de imprensa que cobrem a ONU confirmam que o jornalista palestiniano Abdelhamid Sayiam se tornou um alvo prioritário do lobby marroquino, devido às suas constantes perguntas sobre o Sahara Ocidental.
Sayiam, que tem credenciais para cobrir os acontecimentos organizados na sede da ONU, está a ser perseguido e assediado pela equipa de Benyoussef Bouchra, nomeadamente depois das suas análises publicadas na imprensa internacional em que critica a ocupação marroquina do Sahara Ocidental.
O objetivo de Marrocos - adianta o portal - “é silenciar as vozes que defendem a aplicação do direito internacional em relação ao Sahara Ocidental. Fazer isso na própria sede da ONU é um precedente extremamente grave”.
“Tanto Antonio Guterres quanto a sua equipe de Comunicação devem dar explicações e oferecer as mesmas oportunidades a todos os jornalistas. A ONU não pode ser o centro de operações do lobby marroquino em Nova York” - conclui o portal.
Sem comentários:
Enviar um comentário