domingo, 29 de junho de 2025

Estudantes saharauis em Agadir (Marrocos) denunciam repressão e ataque à liberdade de expressão


Agadir, 27 de junho de 2025 — A União dos Estudantes de Saguia el-Hamra e Rio de Ouro condenou publicamente o que classificou como um ato de repressão contra estudantes saharauis na Universidade Ibn Zohr, em Agadir, após estes terem participado numa ação simbólica em homenagem à luta do povo saharaui.

Segundo comunicado divulgado pela organização, a reitoria da Faculdade de Ciências Jurídicas, Económicas e Sociais convocou vários estudantes saharauis a prestar esclarecimentos sobre a sua participação na atividade “Gdeim Izik o acampamento da Dignidade” ( protesto de grande escala realizado em outubro de 2010 no Sahara Ocidental, considerado por muitos analistas e organizações internacionais como um marco precursor da Primavera Árabe), realizada em 19 de junho. A União denuncia que as convocatórias foram acompanhadas de ameaças de sanções disciplinares, incluindo possíveis expulsões.

A associação estudantil considera esta medida uma violação grave da liberdade de expressão e da autonomia universitária, acusando a universidade de agir como “instrumento de exclusão” ao invés de um espaço de “conhecimento e abertura”.

“Estas ações fazem parte de uma política sistemática para silenciar a voz livre dos saharauis e reprimir a expressão da sua identidade nacional”, refere o comunicado.

A organização responsabiliza a direção da faculdade e a administração da universidade pelas consequências do que classifica como uma “provocação deliberada”, alertando para possíveis impactos na estabilidade académica.

A União apela ainda:

  • À comunidade académica nacional e internacional para que acompanhe e denuncie as violações dos direitos dos estudantes;

 

  • À administração universitária para que retire as convocatórias e cesse medidas arbitrárias;

 

  • E a todas as organizações estudantis e de direitos humanos para que se solidarizem com a causa saharaui.

 

“Os estudantes saharauis não estão sós. As vozes livres devem levantar-se contra todas as formas de repressão, em defesa da universidade como espaço de aprendizagem e não de submissão”, conclui o comunicado.

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