sábado, 14 de junho de 2025

ONU/Sahara Ocidental: a Argélia desmente as tentativas marroquinas de falsificar os factos

O representante permanente adjunto da Argélia junto das Nações Unidas,
Toufik Laïd Koudri

El Watan (12/06/202) - Se Marrocos reivindica a “soberania” sobre os territórios ocupados do Sahara Ocidental, porque é que negociou e assinou um acordo de partilha com a Mauritânia em 1975, antes da Mauritânia se ter retirado do acordo e de Marrocos ter anexado a parte restante?", pergunta Toufik Laïd Koudri, diplomata argelino.

O representante permanente adjunto da Argélia junto das Nações Unidas, Toufik Laïd Koudri, qualificou a intervenção da delegação marroquina perante o Comité especial de descolonização da ONU (C-24) sobre a questão saharaui como “uma tentativa de falsificar e reescrever a história e de impor a política do facto consumado”.

“Não me vou alongar muito sobre a intervenção da delegação marroquina, pois o seu conteúdo inspira-se essencialmente numa obra de ficção intitulada “Como tornar-se um bom colonizador em menos de cinquenta anos e, quanto ao resto, numa imaginação alimentada pela leitura de fontes que nem sequer teriam lugar na secção de palavras cruzadas”, afirmou Koudri na terça-feira, no exercício do seu direito de resposta perante a Comissão Especial sobre a Descolonização.

“A intervenção da delegação marroquina confirma, mais uma vez, o que sempre dissemos: não passa de tentativas vãs de falsificar e reescrever a história, e de uma vontade de impor a política do facto consumado através de uma diplomacia transacional”, prosseguiu.

"Sem ter de enumerar as bases jurídicas que sustentam a obrigação de resolver a questão saharaui como uma questão de descolonização, basta colocar algumas questões, nomeadamente: “Se Marrocos reivindica a ‘soberania’ sobre os territórios ocupados do Sahara Ocidental, porque é que negociou e assinou um acordo de partilha com a Mauritânia em 1975, antes que a Mauritânia se retirasse do acordo e Marrocos anexasse a parte restante?”, acrescentou. E perguntou aos participantes: "Se a presença de Marrocos no Sahara Ocidental é ‘legítima’, porque é que tenta obter um reconhecimento unilateral que é tão inútil quanto ilegal?” - questionou

O diplomata argelino concluiu sublinhando que a pretensa “Marcha Verde”, que Marrocos afirma ter permitido “recuperar” os territórios do Sahara Ocidental, é na realidade uma ‘invasão’ pura e simples, porque, afirmou, “ao longo da história, nunca houve qualquer laço de soberania entre este território e Marrocos”.

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