O
Parlamento Europeu confrontou ontem duramente a Comissão Europeia
por ter proposto uma alteração às regras de rotulagem de origem
para produtos provenientes do Sahara Ocidental, permitindo que frutas
e legumes cultivados em território ocupado sejam etiquetados com
nomes de “regiões” administradas por Marrocos, e não como
“Sahara Ocidental”, como determina o Tribunal de Justiça da UE
(TJUE).
A Comissão admitiu que introduziu uma “derrogação”
às regras normais da UE e que a solução resultou de negociações
com Marrocos, o que gerou críticas imediatas de eurodeputados de
todos os grupos políticos — do PPE aos Verdes, passando pela
Esquerda e Patriots for Europe — que consideram a proposta ilegal,
enganosa para os consumidores e contrária às decisões do TJUE e ao
direito internacional.
Os eurodeputados acusaram a Comissão de
ceder a pressões de Marrocos, contornar a jurisprudência e
prejudicar agricultores europeus e saharauis. Ninguém defendeu a
proposta. Foi apresentada uma objeção formal ao novo regulamento,
que será votada no plenário de 26 de novembro.
A controvérsia
expõe tensões institucionais entre Parlamento e Comissão e
reacende o debate sobre o papel da UE no conflito do Sahara
Ocidental.
Fonte: WSRW

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