Cidade de Dajla, no Sahara Ocidental ocupado
Pescadores e associações saharauis ligadas à pesca da região de Dajla, no sul do Sahara Ocidental ocupado por Marrocos, denunciam a exclusão de que são vítimas e os métodos predatórios permitidos por Marrocos às embarcações marroquinas e estrangeiras que fainam naquele que é um dos mais ricos bancos pesqueiros do mundo. “Antes da administração marroquina se ter instalado na região, 42% da população vivia do sector pesqueiro. Mas nos últimos 15 anos essa proporção caiu para apenas 4,9%. Hoje, apenas uma pequena percentagem da população local ainda trabalha no sector, enquanto o resto dos anteriormente empregados na pesca já não têm trabalho e vivem na pobreza” – afirmam na carta à União Europeia.
Os habitantes da região de Dajla estão a viver em terríveis circunstâncias económicas. No entanto, Dajla possui bancos de pesca muito ricos. Nós, a população saharaui local, temos sido objecto de uma política de marginalização desde há décadas. Assim como fomos totalmente excluídos do processo de tomada de decisões, inclusive no âmbito da administração regional e dos diferentes departamentos do Ministério de Pesca.
A exclusão e a corrupção são frequentes na administração marroquina na região, e investimentos adicionais devastadores destruíram a população de classe média. Antes da administração marroquina se ter instalado na região, 42% da população vivia do sector pesqueiro. Mas nos últimos 15 anos essa proporção caiu para apenas 4,9%. Hoje, apenas uma pequena percentagem da população local ainda trabalha no sector, enquanto o resto dos anteriormente empregados na pesca já não têm trabalho e vivem na pobreza.
O Ministério marroquino das Pescas limitou todos os seus investimentos e interesses de exploração de acordo com os grupos de pressão e empresas que não têm nenhum princípio que não seja o lucro. O Ministério das Pescas e o Estado marroquino referem-se constantemente a investimentos e ao desenvolvimento na região, mas a verdade é que não vem sendo realizado no terreno qualquer esforço para incluir a população local e fazer as pessoas beneficiar desta alegado "investimento", ou criar empregos para a população local no sector das pescas ou em projectos de desenvolvimento relacionados com esse sector. Nesse sentido, pedimos que o Ministério das Pescas responda ou forneça dados tão simples como:
Quantos dos seus empregados na região são saharauis? E concretamente, e quantos dos empregados estão colocados:
na Delegação do Ministério da Pesca em Dajla
na Empresa Nacional de Pesca
na ANB, a Empresa Nacional de Portos
na empresa “Casa Technique”
na empresa “Marsa Maroc”
Qual o benefício que reverte para a população local das inúmeras licenças de pesca concedidas pelo Ministério?
De que modo beneficiam os pescadores locais dos investimentos e do desenvolvimento?
Denunciamos a prossecução dos abusos que contribuem para depredação diária dos stocks e espécies de peixe, incluindo:
- A utilização contínua de métodos de pesca proibidos internacionalmente (redes técnicas ilegais, como redes de deriva);
- A contaminação do meio ambiente
- O controlo irresponsável e corrupto das embarcações estrangeiras, uma das mais importantes razões para a sobre-exploração dos nossos recursos pesqueiros
- A falta de controlo a bordo dos barcos de Marrocos, assim como em vários barcos russos e portugueses, o que constitui um dos temas mais preocupantes.
Por estas razões, manifestamos à comunidade nacional e internacional que exigimos respeito pelos nossos direitos de beneficiarmos dos nossos recursos naturais, e insistimos na protecção dos recursos e em especial das existências de peixes.
cópia de uma carta dirigida à União Europeia
Assinam as organizações:
Alqandil de peche marítimo
os marinheiros que trabalham nos barcos pesqueiros
Ennawrass de peche marítimo
Dajla, 30 de Junho de 2011
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