quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Gigante francês CMA-CGM suspende atividade no Sáhara Ocidental.


O gigante francês CMA-CGM suspendeu os seus planos de colocar alguns dos seus mega-barcos nas rotas dos portos da costa do Sahara Ocidental a partir deste mês, informou a ''Associação para a supervisão dos recursos e para a Proteção do Meio Ambiente no Sahara Ocidental'' (AMRPENWS).
A companhia CMA-CGM anunciou que suspendeu o seu serviçoo para o porto de Dakhla, capital económica do Sahara Ocidental ocupado.
A medida deve-se à recente resolução do Tribunal da União Europeia que sentenciou que o acordo agrícola Marrocos-UE não é aplicável aos territórios saharauis sob ocupação marroquina.
Num breve comunicado, a empresa explica que a partir de fevereiro de 2017 a nova rota marítima será até Agadir, no sul de Marrocos.
Daí que o CMA CGM Group informe os seus clientes que, com efeito imediato (a partir de hoje), "é suspenso definitivamente o serviço para os territórios saharauis”.
Por seu lado a Frente Polisario denunciou as companhias que foram autorizadas pelas autoridades marroquinas para operar nas costas do Sahara Ocidental ocupado, e qualificou o ato de “grave provocação”, assim como uma “ameaça para a paz e a estabilidade no território e em toda a região do Magrebe”.
''É uma atitude políticamente incorreta além de ilegal após a última resolução do Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE), quando algumas empresas europeias mantêm interesse em cooperar com as autoridades de ocupação marroquinas para exportar de forma ''clandestina'' e estabelecer negócios neste território não Autónomo'', denuncia Mohamed Khadad, coordenador da F. Polisario junto da MINURSO.
''Esse tipo de atividades, que não têm em conta a prosperidade e o interesse da população saharaui, estão violando a lei internacional de comércio em territórios não Autónomos, aegundo afirmou a sentença do Tribunal Europeu (TJUE) e as resoluções das Nações Unidas'' – adianta Khadad.



segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

“A próxima guerra da África do Norte” – artigo do New York Times



«O processo de paz no Sahara Ocidental está hoje à beira do colapso, fragilizado pelos obstáculos  erigidos por Marrocos  quanto à realização de um referendo de autodeterminação do povo saharaui »,  escreve o diário norte-americano New York Times.
 “O cessar-fogo de 1991 havia prometido ao povo do Sahara Ocidental um referendo de autodeterminação, que mais de 25 anos depois, não teve lugar”, constata a autora do artigo entitulado “A próxima guerra da África do Norte”, publicado na passada segunda-feira. “Os refugiados nascidos e crescidos no exílio tocam os tambores da guerra”, escreve a jornalista que se deslocaou recentemente a El Garegaret e a Tindouf onde se avistou com o presidente saharaui, Brahim Ghali. “Desde há mais de duas décadas, Marrocos trava (a realização) de um referendo que constitui o principal mandato da MINURSO”, lembra a jornalista Hannah Armstrong que recorda que “o ritmo da mudança se acelerou em março passado”, após a expulsão por Marrocos da componente civil da missão da ONU, em reação às declarações do ex-secretário-geral das Nações unidas, Ban Ki Moon, o qual qualificou a presença marroquina no Sahara Ocidental de “ocupação”.
Marrocos manteve a sua vontade de minar o acordo de paz no Sahara Ocidental, violando o cessar-fogo ao enviar forças para impor a construção de uma controversa estrada que cruza os territórios sob controlo da Frente Polisario, recorda o diário norte-americano. Na realidade, este projeto de estrada pretendia reforçar o controlo por Marrocos do comércio na região, facilitando o deslocamento, diário, de centenas de camiões de mercadoria em direção ao Sul.
Fonte: EL MOUJAHID (Argelia) 19-01-2017


quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Sahara "à beira de uma guerra com Marrocos"




MADRID (Sputnik) — O ministro da Defesa saharaui, Abdallahi Lehbib Ballal, assegurou que se está "à beira" de uma guerra com Marrocos.

Según Lehbib "neste momento o exército saharaui está em estado de guerra e as suas unidades militares em situação de combate, preparadas para repelir qualquer agressão marroquina". "A luta armada é uma legítima opção que sempre estará em cima da mesa", referiu o ministro numa entrevista à agência de notícias de Portugal. O dirigente do Sahara assegura que Marrocos está deslocando as suas forças terrestres e aéreas no sul do Sahara Ocidental, algo que segundo o ministro "rompe o cessar-fogo alcançado em 1991".

Segundo Lehbib, "a única via para resolver este conflito é através de um referendo de autodeterminação" tal como a ONU exige desde os anos da guerra.


quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

SG da Frente POLISARIO e Presidente da República Saharaui transmite as suas condolências ao seu homólogo português pelo falecimiento do ex-presidente Mário Soares





Bir Lehlu(Territórios Libertados), 10/01/ 2017(SPS)- O Presidente da República e Secretário-Geral da Frente Polisario, Brahim Ghali enviou, domingo, uma mensagem de condolências  ao seu homólogo português pelo falecimento do ex-presidente Mário Soares.
“Inteirámo-nos com profunda tristeza da morte do ex-presidente da República Portuguesa, Mário Soares, falecido em Lisboa , sábado 7 de Janeiro de 2017”, escreve o presidente saharaui ao Presidente Marcelo Rebelo de Sousa.
O Presidente Brahim Ghali, em nome do Governo e do povo saharauis, transmitiu as suas mais sinceras condolências e profundos pêsames ao presidente português e à família de Mário Soares.

Na sua mensagem, Brahim Ghali assinala que “o ex-presidente Mário Soares foi um líder político entusiasta que serviu o seu país com toda a dedicação e entusiasmo e que será recordado não só como uma figura fundamental tanto na resistência contra a ditadura como no estabelecimento da democracia em Portugal.”  (SPS)

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

M’Hamed Khaddad: ”Vamos denunciar todos aqueles que roubem os recursos naturais do povo saharaui (empresas ou governos)




Em entrevista ao canal da TV da República Saharaui na sua edição em espanhol do passado sábado, 7 de janeiro, o diplomata saharaui e coordenador responsável junto da missão da ONU no Sahara Ocidental, MINURSO, M’Hamed Khaddad advertiu empresas e governos sobre a presença ilegal no território saharaui ocupado por Marrocos.

M’Hamed Khaddad disse: ”Vamos denunciar todos aqueles que roubem os recursos naturais do povo saharaui  (empresas ou governos)”

O diplomata saharaui revelou também na mesma entrevista que Marrocos não será admitido na próxima cimeira da União Africana, que apenas discutirá o seu pedido de adesão.
Khaddad enfatizou que Marrocos está obrigado a assinalar quais são as fronteiras reconhecidas pela ONU (que não incluem as zonas ocupadas do Sahara Ocidental) e que se verá obrigado a sentar-se em igualdade de condições com a República Saharaui Democrática.
“O pedido de Marrocos para aderir à União Africana demonstra o seu fracasso no continente devido à sua invasão do Sahara Ocidental”, disse; acrescentando que “o expansionismo marroquino é o principal obstáculo à construção da União do Magreb em benefício dos nossos povo”.
Outros interessantes pedaços da entrevista com o político saharaui foram as referências à relação entre Marrocos e o narcotráfico em que afirmou: “Há uma clara colaboração das autoridades marroquinas com os grupos do narcotráfico que operam no norte de África”.


Fonte: diário digital La Realidad Saharaui          

domingo, 8 de janeiro de 2017

A Qatar Petroleum inicía sondagens sísmicas exploratórias em águas do Sahara Ocidental




Madrid, 08/01/2017 - El Confidencial Saharaui - A companhia estatal do Qatar, a Qatar Petroleum, iniciou sondagens sísmicas exploratórias em águas do Sahara Ocidental a pedido da agência marroquina de petróleo ONHYM, segundo informa o diário TSA.

De acordo com as autoridades marroquinas, também a multinacional norte-americana Chevron espera iniciar perfurações petrolíferas num Bloco em alta mar nas costas do Sahara Ocidental.

Em Fevereiro de 2016, a Qatar Petroleum tinha chegado a um acordo com a "Chevron Marrocos Exploration Ltd" para adquirir 30% dos 75% do capital detido pela Chevron na licença de exploração em águas profundas em associação com a ONHYM (25%), segundo afirma a mesma fonte.

Excluir o Sahara Ocidental dos acordos energéticos com Marrocos

Por outra parte, três eurodeputados apelaram esta quinta-feira a União Europeia (UE) que garanta a exclusão dos territórios ocupados do Sahara Ocidental de qualquer acordo sobre o comércio em matéria de energias renováveis", de acordo com o compromisso da UE de respeitar o direito internacional e as Nações Unidas", informou a agência noticiosa APS.

Marrocos, Alemanha, França, Espanha e Portugal firmaram, no âmbito da COP22, realizada em novembro de 2016 em Marraquexe, uma declaração conjunta com o objetivo de preparar um "quadro de intenções" sobre o comércio das energias renováveis.


Em dezembro de 2016, uma decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) excluiu definitivamente o território do Sahara Ocidental dos acordos agrícolas firmados em 2012 entre Marrocos e a UE.

Despedida da população saharaui na cidade ocupada de El Aaiún ao líder sindical saharaui Sidahmed Eddia


Sidahmed Eddia, sindicalista agora falecido



A população saharaui na cidade ocupada de El Aaiún despediu-se na terça-feira 03 de janeiro do sindicalista saharaui Sidahmed Eddia.

Sidahmed Eddia, é um dos trabalhadores da empresa espanhola de fosfatos que operava no Sahara Ocidental nos últimos anos da presença colonial espanhola no território.

Após a retirada espanhola do território em 1976 e a subsequente ocupação marroquina, o sindicalista juntamente com seus companheiros foram expulsos da empresa pela administração marroquina e nunca foram capazes de recuperar os anos de compensação da empresa Fosbucra. Ele desenvolveu juntamente com vários ex-funcionários da empresa um longo ativismo sindical contra a exploração ilegal praticada por Marrocos dos recursos naturais saharauis. Sidahmed Eddia durante seus anos de ativismo representou os saharauis em muitos fóruns internacionais denunciando a situação de milhares de saharauis desempregados e marginalizados pela administração da ocupação marroquina nos territórios saharauis.

Sidahmed Eddia era a face mais visível nos últimos anos, enfrentando-se com o aparelho de repressão marroquino e a sua administração que marginaliza saharauis e saqueia os seus recursos naturais. A sua casa foi invadida muitas vezes e a sua família assaltada por agentes marroquinos para intimidar e influenciar o seu compromisso de lutar contra o ocupante. Ele é pai de dez filhos (três mulheres e sete homens). O proeminente ativista pela causa e os direitos dos trabalhadores saharauis morreu na terça-feira 03 de janeiro no hospital na cidade de El Aaiún devido a complicações de diabetes.

A sua despedida realizou-se com um funeral em massa que foi assistido por milhares de saharauis cerca de 20 quilómetros a leste da cidade de El Aaiun. Descanse em paz e glória aos mártires da causa saharaui.

Fonte: Porunsaharalibre.org


sábado, 7 de janeiro de 2017

Declaração do Presidente da África do Sul: “É inaceitável que o Sahara Ocidental, 55 anos depois da adopção da Declaração sobre a concessão da independência dos países coloniais continui a ser colonizado”


Brahim Ghali, Presidente da RASD e SG da F. Polisario, e o Presidente Zuma da África do Sul

O presidente Jacob Zuma, recebeu ontem, 6 de janeiro de 2017, Brahim Ghali, Presidente da República Árabe Saharaui Democrática em visita de trabalho à África do Sul na residência Presidencial Sefako Makgatho, em Pretória.
O Presidente Zuma aplaudiu o valor do povo do Sahara Ocidental na sua luta valente pela liberdade e a livre determinação e rendeu homenagem ao falecido presidente Mohamed Abdelaziz, que morreu o ano passado sem ter conseguido arrebatar a liberdade para o seu povo.
“É inaceitável que o Sahara Ocidental, 55 anos depois da adopção da Declaração sobre a concessão da independência dos países coloniais continui a ser colonizado”. O direito à liberdade e a dignidade humana foi a base sobre a qual se fundou uma África do Sul democrática, o país declarou reiteradamente que qualquer contradição deste principio sagrado constitui uma grave traição à  nossa própria dolorosa luta e o nosso compromisso com a Carta das Nações Unidas e a Ata Constitutiva da União Africana “, afirmou o presidente Zuma.
O Presidente Zuma também pediu o fim da exploração ilegal dos recursos nos territórios ocupados do Sahara Ocidental
Zuma disse que a África do Sul não pode negar que a estagnação que prevalece também teve um impacto sobre a segurança da região. "É também neste contexto que a UA continua a chamar para uma ação internacional coordenada e reforçada para a organização de um referendo sobre a autodeterminação em conformidade com as decisões da OUA / UA e das resoluções da ONU de modo a que se conclua o processo de descolonização ", disse o presidiente da RAS.
A África do Sul continuará apoiando o trabalho do Enviado Especial da UA, o ex-presidente Joaquim Chissano e o país continua convencido de que a continuação da ocupação colonial do Sahara Ocidental por parte de Marrocos é um desafío aos princípios da Carta da ONU e da autoridade e da credibilidade do organismo mundial.
O Presidente fez também um apelo a todas as partes a respeitar os princípios do direito internacional.
O presidente sul-africano elogiou a Frente Polisario, representante do povo do Sahara Ocidental, pelo seu contínuo compromisso com o processo de paz dirigido pelas Nações Unidas e pediu a ambas partes que reatem as negociações diretas de de boa fé e sem condições prévias para alcançar uma solução política mutuamente aceite e que preveja a livre determinação do povo do Sahara Ocidental.
 “Também pedimos o termo dos abusos contra os direitos humanos do povo saharaui e a extensão do mandato da Missão das Nações Unidas para o Referendo do Sahara Ocidental (MINURSO) para que inclua a supervisão dos direitos humanos. Os refugiados continuam a viver nas duras condições do deserto devido à não resolução do conflito”, acrescentou.
E o Presidente Zuma acrescentou: “Queremos assegurar-lhe, senhor Presidente, que mantemos o nosso compromisso de continuar a apoiar a população do Sahara Ocidental até que seja livre de viver na sua terra e ser capaz de determinar o seu futuro.”
SPS




Preso político saharaui transladado em coma para o hospital de El Aaiún


Ali Saaduni, ferido com gravidade o ano passado
 durante uma manifestação

Ali Saaduni, preso político saharaui na prisão ''La cárcel Negra'' da capital ocupada do Sahara Ocidental, foi transladado quinta-feira em estado de coma para o hospital da cidade de El Aaiún, "em virtuda da deterioração do seu estado de saúde", afirmaram fontes do Ministério saharaui dos Territórios Ocupados e da Comunidade no Exterior.
Saaduni permaneceu quase duas horas internado no hospital, antes de regressar à sua cela, "sem ser tratado ou consultado por um especialista", acrescentou a mesma fonte.
A situación de Ali Saaduni é "instável" em consequência da greve de fome ilimitada que realizou junto com outros 3 presos políticos saharauis.
Ali Saaduni junto com os seus três companheiros, grupo Saaduni, cumprem dois anos de prisão pela sua participação em manifestações pacíficas de reivindicação do direito do povo saharaui à autodeterminação e à independência.

El Aaiún - 06/01/2017 - El Confidencial Saharaui.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Governo britânico reafirma apoio ao direito do povo saharaui à autodeterminação



Londres, 05/01/2016 (SPS) – O Governo britânico reafirmou o seu apoio ao direito do povo saharaui à autodeterminação e aos esforços do Secretário-Geral das Nações Unidas tendentes a encontrar uma solução justa e duradoura para a questão saharaui em conformidade com os princípios e objetivos da ONU.
“A posição do governo britânico mantem-se constante quanto à soberania do Sahara Ocidental e ao apoio aos esforços do Secretário-Geral da ONU para encontrar uma solução justa e duradoura (…) que permita a autodeterminação do povo saharaui, em conformidade com os princípios e objetivos da ONU “, precisa uma carta enviada esta quarta-feira à representação da Frente Polisario em Londres pelo chefe do Departamento do Magreb Árabe no ministério britânico  dos Negócios Estrangeiros, Christopher Gilf.
O alto funcionário britânico afirma ainda que o “Governo Britânico acompanha o julgamento do grupo de Gdeim Izik, e enviou um representante da Embaixada britânica em Rabat para assistir ao julgamento que estava aprazado para o dia 26 de dezembro e que foi adiado para 23 de janeiro de 2017.

O responsável britânico acrescenta na carta que ”observadores internacionais e organizações de direitos humanos tinha assistido ao julgamento junto com o coletivo internacional de advogados (Bélgica, França, Espanha), e que o seu governo” acompanhará com interesse o julgamento em coordenação com Missão da União Europeia em Rabat».

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Novos membros do Conselho de Segurança presidido agora pela Suécia


Suécia, Itália, Bolívia, Cazaquistão e Etiópia são os novos membros não-permanentes eleitos pela AG para o Conselho de Segurança que assim se juntam a Japão, Egipto, Senegal, Ucrânia e Uruguai e aos representantes permanentes com poder de veto: China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia.
A Suécia assumiu neste mês de este Janeiro de 2017 a presidência rotativa do Conselho de Segurança da ONU.
O país escandinavo começou assim este este domingo os seus dois anos de participação no Conselho, de que saíram Angola, Espanha, Malásia, Nova Zelândia e Venezuela.
O sul-coreano Ban Ki-moon também terminou as suas funções a 31 de Dezembro como Secretário-Geral das Nações Unidas, cargo que passou a ser assumido pelo português António Guterres.
No seu discurso de posse, Guterres assegurou que apostará no diálogo, no multilateralismo, na igualdade de género e na atenção aos mais vulneráveis, apelando a que 2017 seja um Ano de Paz no mundo.
SPS