quinta-feira, 30 de junho de 2011

Referendo em Marrocos: em nome de Deus, do Rei e da Matraca


Os marroquinos devem pronunciar-se este primeiro de Julho, em referendo, a favor ou contra a nova Constituição. Acabou-se a repressão policial. O poder muda de estratégia e recruta agora os seus novos mercenários: os Baltajias, jovens marroquinos desfavorecidos, dispostos a tudo para defender o trono a troco de alguns dirhams. Além disso, o faz apelo à religião através maior corrente sufista de Marrocos: a Boutchichia. Por último, o voto dos marroquinos residentes no estrangeiros MRE) poderá ser também um apoio apreciável.

Plus que deux jours de réflexion pour la communauté marocaine avant d’aller voter oui ou non à la nouvelle Constitution. Le royaume chérifien, qui tente dorénavant de se positionner en tant qu’Etat pacifique et bien sûr démocratique, semble avoir trouvé une solution alternative à la répression. Enfin presque... Le déploiement de ses nouveaux mercenaires et l’appel à la religion seraient, d’après le quotidien marocain Demainonline.com, les nouvelles armes du gouvernement pour contrer ceux qui disent « non » à la réforme.

Les "Baltajias de Sidna"

Désormais, la répression policière ne devra être utilisée qu’exceptionnellement face aux manifestants du Mouvement du 20 février. Mais le pouvoir a trouvé un autre moyen de faire taire les contestataires : de jeunes désœuvrés recrutés sur tout le territoire par des partis politiques et indirectement par la Direction de la Surveillance du Territoire (DST). Ils se font appeller les "Baltajias de Sidna". Pour 100 dirhams (10 euros), ces nouveaux combattants du roi, qui pour la plupart ne connaissent rien de la Constitution, sont appelés pour défendre le trône. Leurs armes ? Le drapeau national, le portrait du souverain et surtout des barres de fer, des couteaux et des sabres !

Les soufis de la secte Boutchichia

Les autorités du royaume font aussi appel à la religion pour encourager les Marocains à voter oui à sa nouvelle Constitution par l’entremise de la secte soufie Boutchichia. Les membres de cette secte, qui peuplent la haute et moyenne administration et ont pour "guide suprême" Hamza Kadiri Boutchichi, se sont manifestés dimanche. Ils étaient des milliers à s’être réunis à Casablanca pour faire concurrence à la manifestation du Mouvement du 20 février prévu ce jour-là. Pour se faire, des partis politiques ont mobilisé des centaines de bus pour rapatrier les adeptes de la secte. Sauf que le mouvement, lui, s’est rassemblé partout au Maroc, et pas seulement dans la capitale économique…

Des bureaux de votes dans les ports

C’est l’été, et les Marocains résidents à l’étranger (MRE) ont commencé leur périple routier pour se rendre au Maroc. Et pour que ces ressortissants puissent eux aussi voter, les autorités du royaume ont trouvé la parade : installer des bureaux de vote dans les ports d’Algeciras et d’Almeria, en Espagne, et de Sète, en France.

« Des bureaux de vote ont été mis en place dans des ports européens importants pour permettre aux Marocains résidant à l’étranger (MRE), en transit vers le Maroc pour les vacances estivales, d’accomplir leur droit de vote au référendum constitutionnel du 1er juillet », a annoncé l’agence de presse officielle MAP qui reprend une déclaration du ministre chargé de la communauté marocaine résidant à l’étranger, Mohamed Ameur.

Dans cette situation, aucune liste électorale ! Un ressortissant marocain pourrait voter plus d’une fois, personne ne le saurait…

Alors que certains semblent satisfaits des efforts entrepris par le roi quant à la rédaction d’une nouvelle Constitution, d’autres voteront non lors du référendum estimant que ce nouvel écrit ne répond pas aux revendications. Entre combattants du trône et utilisation de la religion, le pouvoir espère mettre tout le monde d’accord. Quelles seront les conséquences de cette stratégie ?~

Fouâd Harit – Afrik.com

Marrocos faz marcha atrás e permite o regresso da Al Yazira


O Governo marroquino fez marcha atrás nas suas decisões anteriores e abriu as suas fronteiras aos meios de comunicação  internacionais para cobrir o referendo da nova Constituição, entre os quais a vetada cadeia de TV do Quatar, a Al Yazira.

El Gobierno cerró la oficina de la televisión qatarí en Rabat y retiró la acreditación a sus periodistas acusándoles de "no ser profesionales ni neutrales" en la cobertura del conflicto entre Marruecos y el Sáhara Occidental, durante el violento desalojo del campamento Dignidad en El Aaiún, el pasado noviembre.

El veto a esta televisión ya viene de 2008, cuando Marruecos prohibió la emisión de un programa diario de noticias sobre los países del Magreb por informar sobre la muerte de cinco personas durante unos disturbios en la ciudad de Sidi Ifni, contradiciendo la versión oficial, que negaba que hubiera fallecidos.

Los observadores internacionales consideran que la decisión de aceptar al canal más visto en la mayoría de los países árabes es un intento de evitar problemas en un momento importante como el del referéndum. Además, teniendo en cuenta que durante los últimos meses esta cadena ha estado emitiendo imágenes no oficiales, grabadas con cámaras ocultas, sería una manera de tenerlo todo bajo control.

El Movimiento 20 de Febrero, que pide el boicot a la votación, saldrá hoy a las calles para protestar por la parcialidad de la campaña del referéndum en los medios públicos, por las subvenciones a los partidos, por el uso de la religión como arma política y por el hecho de que la comisión para reformar la Constitución fuese nombrada por el rey Mohamed VI.

Publico.es – Sonia Moreno

terça-feira, 28 de junho de 2011

União Africana reafirma o seu apoio ao referendo de autodeterminação no Sahara Ocidental


O Presidente da Comissão da União Africana (UA), Jean Ping, reafirmou Domingo o apoio da UA à realização de um referendo de autodeterminação no Sahara Ocidental, em relatório apresentado à 19 ª reunião ordinária do Conselho Executivo da UA que tem lugar na Guiné Equatorial de 26 a 27 de Junho de 2011.

Jean Ping renovou o compromisso da UA para fazer todo o possível para apoiar uma solução que garanta o direito do povo saharaui à autodeterminação em linha com o Plano de Acção de Trípoli, que estabelece "a necessidade de um referendo de autodeterminação que permita ao povo saharaui escolher livremente entre a opção da independência ou a integração no Reino de Marrocos".

O relatório expressa a esperança de que as duas partes, Frente Polisario e Marrocos, cooperem de forma significativa e séria na procura de uma solução definitiva do conflito do Sahara Ocidental, baseada no respeito pela legalidade internacional. (SPS)

domingo, 26 de junho de 2011

Marrocos entre os maiores produtores mundiais de Cannabis – segundo a ONU


Marrocos foi classificado pela ONU como um dos maiores produtores mundiais de resina de cannabis , a droga mais consumida e vendida em todo o mundo.

Em relatório publicado na passada quinta-feira pelo Departamento das Nações Unidas contra a droga e o crime (ONUDC) afirma-se que a produção de resina de cannabis concentra-se em particular em Marrocos e no Afeganistão, acrescentando-se que esta droga continua a ser ‘’a mais consumida e vendida em todo o mundo com uma média de 125 a 203 milhões de consumidores’’.

O departamento da ONU refere que a superfície cultivável de resina de cannabis em Marrocos é estimada em cerca de 47.500 hectares (número fornecido pelas próprias autoridades marroquinas) cuja produção se ‘’destina principalmente aos mercados do Norte de África , da Europa Ocidental e da Europa de Leste’’. Em 2009, entre 2,8 % e 4,5 % da população mundial entre 15 e 64 anos consumiram cannabis pelo menos uma vez na vida, refere o relatório.

Segundo o ONUDC, a produção de resina de cannabis é mais localizada e o tráfico desta droga faz-se a mais longas distências, referindo que ‘’os países mais citados como ffontes de prodiução por parte dos consumidores de resina de cannabis são Marrocos, o Afeganistão, Líbano, Nepal e a Índia’’.

Algérie Plus, 24/06/2011

Os saharauis fazem dos recursos naturais a sua nova frente de luta

Descarga de peixe no Porto de El Aiun

A denuncia de que Marrocos explora ilegalmente as riquezas do território converte-se num dos cavalos de batalha do conflito

Os serviços jurídicos do Parlamento Europeu assestaram em Janeiro de 2010 um severo golpe à política de factos consumados que Marrocos impõe no Sahara Ocidental desde 1975. Os peritos jurídicos da Eurocâmara denunciaram na altura a ilegalidade "da aplicação" do acordo de pescas entre a União Europeia e Marrocos, que inclui as águas saharauis, sublinhando uma realidade que Marrocos pretende ocultar: que o Sahara não é mais do que um território não autónomo; uma colónia.

Partiendo de esta condición, los abogados del Parlamento de Estrasburgo argumentaron, siguiendo la doctrina de Naciones Unidas, que para que el acuerdo fuera legal la población autóctona debería haber dado su visto bueno al convenio y haberse beneficiado de la actividad pesquera. Dos condiciones cuyo cumplimiento se ponía seriamente en duda.
Aunque el dictamen no logró que se suspendiera el convenio -o bien que se excluyeran las aguas saharauis- sí tuvo como consecuencia que el acuerdo pesquero no fuese renovado automáticamente sino que sólo se prorrogara por un año, para disgusto de Marruecos y de sus valedores en la UE, España y Francia. Un plazo que venció el pasado miércoles sin que hubiera acuerdo en Bruselas para sancionar una nueva prórroga de 12 meses, que volverá a ser discutida en unos días.

Pero ya antes de llegar a los despachos de Estrasburgo, la cuestión de la explotación de riquezas naturales del Sáhara como la pesca, los fosfatos y la promesa nunca confirmada de que su subsuelo atesora petróleo, había saltado a la conciencia del pueblo saharaui. Algo que el catedrático de Derecho Carlos Ruiz Miguel define como un "despertar", que atribuye "al 45% de paro, los salarios de miseria de los pocos saharauis que trabajan y a que el sector de los fosfatos y de la pesca está empleando fundamentalmente a colonos marroquíes".
Una huelga de hambre En realidad, trabajadores y activistas de la excolonia española vienen denunciando desde hace años la "marginación" que padecen frente a los marroquíes que viven en su tierra; la precariedad de una población cuyos recursos naturales deberían bastar para ofrecerles una vida digna y sin estrecheces.

Eddaowdi Aomar, de 26 años, es uno de los seis saharauis que hasta el pasado lunes mantuvo una huelga de hambre que duró más de 60 días en la ciudad marroquí de Guelmim. Su objetivo era reclamar el fin "del expolio masivo de los recursos naturales del Sáhara por parte de Marruecos y la mejora de las condiciones económicas de la población saharaui", según un testimonio recogido por un activista de la asociación "Sahara Thawra".

Estos seis jóvenes tomaron el testigo de los miles de saharauis que el otoño pasado montaron el campamento Dignidad para exigir trabajo, pan y respeto, antes de ser desalojados por Marruecos el 8 de noviembre. También lo hizo Ali Saaduni, detenido por la Policía marroquí el 1 de junio en El Aaiún por intentar organizar una manifestación para denunciar el "pillaje de los recursos naturales".

"Muchos jóvenes que estudian en Marruecos están marginados por ser saharauis, mientras que los marroquíes que viven en el Sáhara se benefician de los puestos de trabajo. Las riquezas del Sáhara están además controladas por mafias y por empresas ligadas al Gobierno marroquí", asegura Javier García Lachica, del Observatorio de los Recursos Naturales del Sáhara (WSRW en sus siglas en inglés). Esta red internacional de denuncia creada en 2005 ve en los recursos del Sáhara uno de los motivos que justifican la "ocupación marroquí", subraya García Lachica.

"Sabemos que esta ocupación tiene otros aspectos, como el territorial, pero aun así creemos que lo que en buena parte justifica la ocupación son los beneficios que las autoridades y el rey obtienen del territorio. Mohamed VI se beneficia de los fosfatos y su entorno también: bien lo saben las empresas españolas que han creado empresas mixtas con allegados del rey para operar en el Sáhara", deplora.

Para el responsable del Observatorio, el dictamen de la Eurocámara ha sido crucial en la reivindicación saharaui: "Fue una pequeña revolución.El juego de intereses políticos y el statu quo quedó patas arriba, sobre todo porque luego ha habido un dictamen similar con respecto al acuerdo agrícola y de conservas pesqueras. Todo esto ha puesto muy nervioso a Marruecos, que ha movilizado toda su capacidad de lobby en la UE. Lo dejó claro el ministro de Asuntos Exteriores marroquí [Taieb Fassi-Fihri], cuando dijo que el acuerdo de pesca era sobre todo una cuestión política".

Además de subrayar la ilegalidad de la aplicación del acuerdo, el dictamen amenaza con socavar los argumentos de las muchas empresas extranjeras que, según WSRW, "contribuyen al expolio" con una presencia en el Sáhara que "legitima la ocupación marroquí", asegura García Lachica. "Hay muchas empresas que justifican su presencia allí arguyendo que si la UE lo hace, pues ellos también", precisa el activista.

El ejemplo de la UE
Público se puso en contacto con dos de las empresas denunciadas en las últimas campañas de WSRW: la conservera de pescado Jealsa Rianxeira y los supermercados Mercadona, que compra para su marca blanca, Hacendado, las sardinas que Jealsa envasa en su fábrica de El Aaiún.
Mercadona se limitó a remitir a este diario al distribuidor, Jealsa Rianxeira, mientras que fuentes de esta última empresa aseguraron que su presencia en el Sáhara se produce "en virtud de unos acuerdos vigentes y legales en la UE". Jealsa también precisó que "genera riqueza en la zona" y que de sus "350 empleados, entre 67 y 70 son saharauis".
Carlos Ruiz Miguel tiene claro por qué que la cuestión de la explotación de las riquezas del Sáhara es tan "sensible para Marruecos". En su opinión, la razón última es que "si queda claro que el país es rico nadie pondría en duda la viabilidad del Estado saharaui", una realidad que, concluye, "Marruecos y el Gobierno español quieren ocultar".

Empresas en el Sáhara Occidental
PCS (Estados Unidos)
Fosfatos
Potash corp. es, de acuerdo con los datos del Observatorio de Recursos Naturales del Sáhara Occidental (WSRW), la compañía internacional que más fosfatos adquiere en la excolonia española, pese a que el acuerdo de libre comercio que EEUU tiene con Marruecos excluye expresamente dicho territorio.

Incitec (australia)
Fertilizantes
WSRW sostiene que esta es la segunda empresa en volumen de compra de fosfatos saharauis, que luego utiliza para la vital industria del fertilizante.

Fmc Foret (españa)
Sector químico
Esta empresa española importa “ilegalmente” una media anual de 500.000 toneladas de fosfatos del Sáhara, según WSRW. La firma asegura que cumple con la legalidad y cita un informe encargado al bufete estadounidense Covington & Burling, que define a Marruecos como “potencia administradora”, una condición de la que este país carece según las resoluciones de la ONU.

Rianxeira (españa)
Conservas de pescado
El grupo empresarial gallego Jealsa comercializa las marcas Rianxeira y Escurís. A través de una empresa filial envasa sardinas en El Aaiún (Sáhara Occidental). Uno de sus principales clientes es la cadena de supermercados Mercadona, para los que envasa sardinas destinadas a Hacendado, la marca blanca de la firma. Rianxeira alega que “crea riqueza en la zona” y que tiene contratados a “unos 70 saharauis”.

Granintra (españa)
Construcción
Esta compañía canaria compra arena en el Sáhara Occidental cuyo destino es el sector de la construcción de las Islas.

Isofotón (españa)
Energías renovables
Empresa malagueña de placas solares fotovoltaicas. De acuerdo con los datos de WSRW, en enero de 2009 anunció la adjudicación de 1.200 instalaciones fotovoltaicas en “Marruecos”, algunas de las cuales están en El Aaiun.

Meripur (españa)
Pulpo
Viveros Merimar SL, empresa con sede en Palencia, comercializa pulpo natural y pulpo cocido capturado en Dajla (antigua Villa Cisneros), en el Sáhara.

Publico.es - TRINIDAD DEIROS

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Marrocos tolera o militantismo saharaui: Washington exige a Rabat que respeite os direitos humanos

Ali Salem Tamek
A diplomacia norte-americana está a incrementar as suas exigências em relação aos beligerantes do conflito do Sahara Ocidental, Marrocos e a Frente Polisario, para que respeitem os direitos humanos e as liberdades democráticas, como condição imprescindível para que prosperem as negociações directas que ambos levam a cabo em Nova York.

El 3 de Junio el régimen marroquí liberó a los 7 militantes saharauis encarcelados en la prisión de Salé, donde pasaron 18 meses sin juicio, acusados de “alta traición”, “complot contra la seguridad del Estado” y de “complicidad con el enemigo”, cargos que el propio tribunal militar rechazó y que la corte civil nunca procesó. El origen de su detención en octubre de 2009 fue el viaje que realizaron a los campamentos de refugiados de Tinduf en Argelia.

Una vez salidos de prisión, Ali Salem Tamek, perteneciente al “grupo de los siete”, junto con otros 88 militantes saharauis procedentes de diferentes ciudades del Sahara Occidental e incluso del sur de Marruecos (Laayun, Smara, Dajla, Guelmin, Tan Tan), volvieron a viajar a Tinduf donde han permanecido 18 días, siendo recibidos “con todoslos honores” por las Autoridades de la “República Saharaui” fundada por el Frente Polisario y que tiene su sede en dichos campamentos.

Esta vez a su vuelta a Laayun, ni Tamek ni sus acompañantes han sido molestadospor la policía, según informa el diario online “Demain”. El “delito” cometidoesta vez por estos saharauis ha sido el mismo que en octubre de 2009: viajar a los campamentos de Tinduf; en cambio antes fueron encarcelados y hoy recibidos como simples viajeros, sin que medie ninguna explicación. Tal como dice “Demain”, “alguien había decidido liberarlos violando todas las Leyes, reglamentos y protocolos que reglanla Justicia marroquí”. Hoy ese mismo “alguien” decidió ignorarlos.

Interrogado sobre elconflicto saharaui-marroquí el ministro francés de Asuntos Exteriores Alain Juppé, en visita oficial en Argelia, ha señalado que existe “unamediación norteamericana para encontrar una solución, sea en el marco dela autonomía, sea de la independencia”. Juppé sostiene que la crisis del Sahara “no impide que Argelia y Marruecos cooperen en el marco de la Unión del Magreb Árabe (UMA), y que fomenten las inversiones bilaterales”.

Es precisamente esta “mediación” de Washington entre los dos beligerantes, la que estáimponiendo nuevas reglas del juego en la región. Entre otras, que se respeten los principios de las libertades y los derechos democráticos, como base imprescindible para que las negociaciones directas que se están llevando a cabo en Nueva York, auspiciadas por el Secretario general de la ONU Ban Ki Moon y presididas por su representante especial Christopher Ross, lleguen a buen puerto.

Desde España, sin esperar a que las medidas de confianza prosperen y que la Hoja de ruta negociadora avance, la Coordinadora Estatal de Asociaciones Solidarias con el Sáhara Occidental (CEAS-Sáhara) ha advertido de que las “intenciones democratizadoras” del rey de Marruecos Mohamed VI, quedan “radicalmente desmentidas" por la “continua ocupación ilega”", la “opresión" en la antigua colonia española y la “ilegítima inclusión” del territorio saharaui en el proyecto de reforma constitucional.

Otros aires sonlos que soplan dentro mismo de Marruecos. El ministro marroquí de Relaciones con el Parlamento, DrissLachgar,miembro influyente de la dirección de la Unión Socialista (USFP) se ha mostrado confiado en que “los vientos de democracia que llegan a los países árabes” tengan también un “efecto positivo” en la resolución del conflicto del Sáhara Occidental. Lachgar presidió una delegación marroquí en Bruselas, cuya misión ha sido la de explicar ante el Parlamento europeo y la Comisión, el alcance del proyecto de nueva Constitución arroquí decidido por Mohamed VI y que será sometido a referéndum popular el viernes 1º de Julio.
El Imparcial - Pedro Canales 24-06-2011

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Situação no Sahara Ocidental ocupado adia a prorrogação do acordo de pesca entre a União Europeia e Marrocos


Os embaixadores dos 27 Estados membros da União Europeia (UE) reunidos esta quarta-feira em Bruxelas não conseguiram chegar a acordo sobre o prorrogamento por um ano do acordo pesqueiro com Marrocos, devido às reservas de alguns estados membros acerca da situação dos direitos humanos no Sahara Ocidental e o facto do referido acordo não beneficiar o povo saharaui.

Actualmente, um grupo de países, principalmente os escandinavos, opõe-se a firmar o acordo. O convénio caducou no passado dia 27 de Fevereiro mas o Conselho Europeu ampliou o prazo do acordo por mais um ano, ou seja até 27 de Fevereiro de 2012.

As conversações relativas a um novo texto encontram-se bloqueadas devido às dúvidas dos serviços jurídicos do Parlamento Europeu, de vários Estados membros e da própria comissária de Pesca, Maria Damanaki, sobre os benefícios que o actual regime em vigor aporta à população saharaui, que, por sua vez, reclama que os seus recursos sejam excluídos do acordo.

Ao abrigo do actual convénio, a UE concedeu a Marrocos 144 milhões de Euros por 119 licenças de pesca, das quais 100 se destinam a embarcações espanholas.

O actual acordo concede direito de pesca à UE a troco de uma compensação anual ao estado marroquino de 36,6 milhões de Euros.

Mohamed Sidati , representante da Frente Polisario junto da UE, apelou na passada terça-feira aos 27 Estados membros a não incluir as águas do Sahara Ocidental em qualquer renovação do dito acordo porque viola os direitos do povo saharaui.

Sidati escreveu também à União Europeia a 3 de Junho de 2011 para reiterar que a pesca em águas do Sahara Ocidental é ilegal, instando a UE a não renovar o acordo actual como uma oportunidade de corrigir o seu erro anterior.

Segundo a ONU, não se podem desenvolver qualquer tipo de actividades com os recursos naturais do Sahara Ocidental se o povo saharaui não estiver de acordo. Mas até agora e graças à pressão exercida por Espanha e França, a UE sempre renunciou à sua obrigação de consultar o povo saharaui, tal como o exigem as Nações Unidas. Mais grave ainda: em inúmeras ocasiões a Comissão Europeia induziu em erro a opinião pública quanto ao verdadeiro conteúdo da opinião da ONU sobre o assunto. (SPS)

terça-feira, 21 de junho de 2011

União Europeia dividida sobre a renovação do "ilegal" acordo de Pesca com Marrocos que inclui águas do Sahara Ocidental

 A União Europeia (UE) abordará esta semana a possibilidade de renovação do ilegal acordo de associação pesqueira firmado com Marrocos que inclui águas do Sahara Ocidental no meio de uma clara divisão entre os Estados membros, assegurou hoje, terça-feira, o representante da Frente Polisario junto da UE, Mohamed Sidati.

O Conselho ampliou o prazo do acordo por um ano — até 27 de Fevereiro de 2012 — quando o mesmo expirou em Fevereiro passado, não obstante o desacordo manifestado pela comissária Maria Damanaki, membros do Parlamento Europeu e vários Estados membros (Suécia, Dinamarca, Finlândia, Alemanha e Reino Unido).

"Não só a exploração é ilegal, mas a questão é também a soma de dinheiro investido que envolve a UE", afirmou Mohamed Sidati, em referência a um relatório interno elaborado pela Comissão Europeia e divulgado pela Reuters, que revelou que a UE obtém uma facturação de apenas  0,65€ por cada Euro dos 36 milhões pagos anualmente a Marrocos.

"A Frente Polisario sempre exigiu à UE que excluísse as águas do Sahara Ocidental, de qualquer acordo que firmasse com Marrocos", recordou Sidati. 

Segundo a ONU, não se pode desenvolver qualquer tipo de exploração dos recursos naturais no Sahara Ocidental se o povo saharaui não estiver de acordo e dela não beneficiar. Mas, até agora, graças à pressão de Espanha (a principal beneficiada em termos de número de licenças, já que tem cerca de 100 das 120 concedidas…) e de França, a UE tem renunciado à sua obrigação de consultar o povo saharaui, tal como o exige as Nações Unidas.

Em inúmeras ocasiões, a Comissão Europeia tem induzido em erro a opinião pública sobre o verdadeiro conteúdo da opinião da ONU sobre o assunto.

É previsível que a Áustria, Irlanda e Eslovénia juntem o seu voto contra a renovação do acordo, o que pode evitar a sua prorrogação.

"A UE tem que fazer uma escolha clara entre os princípios e o saque", afirmou Sidati. "Se os Estados membros defendem a renovação do acordo de pesca, sem excluir as águas do Sahara Ocidental, correm o risco de provocarem um enfrentamento com o Parlamento Europeu e os tribunais europeus".

O Representante da Frente Polisario escreveu uma carta À União Europeia no passado dia 3 de Junho para reiterar que a pesca em águas do Sahara Ocidental é ilegal, instando a UE a não renovar o actual acordo como uma oportunidade de corrigir o seu erro. (SPS)

domingo, 19 de junho de 2011

43 milhões de refugiados a nível mundial, o ACNUR evoca o caso saharaui

António Guterres, ACNUR, tem demonstrado grande preocupação pelo drama vivido pelos refugiados saharauis e a separação das famílias, residentes de um e de outro lado do muro militar erguido por Marrocos

Mais de 80 % de um total de 43 milhões de refugiados no mundo encontram-se em países em vias de desenvolvimento, afirmou Abdelkrim Ghoul, representante do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) em Argel.

Em declaração proferida em véspera da celebração do dia mundial dos refugiados (20 de Junho), A. Ghoul sublinhou que "mais de 80 % dos refugiados no mundo encontram-se em países em vias de desenvolvimento ", recordando que "durante os anos 50, eles se encontravam em países europeus".

Os países que lhes servem de abrigo tratam "humanamente" os refugiados e asseguram-lhes "a protecção" necessária, sublinhando que "este humanismo está ancorado nas culturas destes países ".

Actualmente existem 43 milhões de refugiados em todo o mundo, lembrou aquele responsável da ONU, referindo que muitos deles "são refugiados de longo prazo" citando, a título de exemplo, o caso dos refugiados saharauis cujo drama se prolonga há mais de 35 anos.

O representante da ONU aproveitou para saudar "a acção" do governo e do povo argelinos, sublinhando que o Crescente Vermelho Argelino (CRA) presta ajuda humanitária aos refugiados saharauis desde 1975.

Desde 1986, a comunidade internacional concede ajudas humanitárias aos refugiados saharauis, recordou, sublinhando o papel do ACNUR que a coordenação geral da aplicação dos programas humanitários.
(SPS)

A UPyD apresenta uma emenda à Lei de Reforma da Segurança Social para que os Saharauis que trabalharam em empresas espanholas até 1976 tenham direito a uma pensão de reforma

Esta semana, a  Unión Progreso y Democracia (UPyD) — partido com representação parlamentar criado em 2007 na sequência de uma cisão no PSOE e liderado por Rosa Díez — apresentou no Congresso dos Deputados uma emenda adicional ao Projecto de Lei de Reforma da Segurança Social para que, no prazo de seis meses, o Governo articule uma via específica que permita o acesso às pensões do sistema público aos saharauis que trabalharam para empresas espanholas até ao momento em que Espanha se retirou unilateralmente do Sahara Ocidental, a 26 de Fevereiro de 1976, e os abandonou à sua sorte.

Com esta iniciativa UPyD procura corrigir a injustiça histórica de que têm vindo a padecer os trabalhadores saharauis desde a entrega ilegal do Sahara a Marrocos por parte de Espanha. Fernando Maura, Responsável de Política Internacional da UPyD declarou que “o abandono do Sahara Ocidental por parte de Espanha supôs, entre outras coisas, a perda de direitos dos trabalhadores saharauis que trabalhavam em empresas espanholas e se quotizavam para a Segurança Social em plano de igualdade com os restantes trabalhadores espanhóis”, acrescentando que, seguidamente, “a actuação espanhola teve como consequências uma enorme injustiça, a perda das carreiras profissionais para esses trabalhadores, e a impossibilidade de poderem aceder às prestações do sistema de Segurança Social”.

sábado, 18 de junho de 2011

África do Sul reitera apoio à liberdade e independência do Sahara Ocidental


A directora do Departamento do Norte de África no Ministério dos Negócios Estrangeiros sul-africano, Zanele Mbeki, reiterou esta semana no campo de refugiados saharauis de Aousserd, o apoio do seu país à justa luta do povo saharaui pela liberdade e a independência.

A senhora Mbeki efectuou uma visita de trabalho de vários dias no quadro do estreitamento de relações com a RASD, declarando: "estamos aqui para renovar o apoio do nosso país à luta legítima e justa do povo saharaui pela liberdade e a independência".

A responsável sul-africana sublinhou a vontade do seu país de desenvolver e consolidar as relações bilaterais entre os dois países, África do Sul e República Saharaui, no interesse dos dois povos.

A RASD e a África do Sul mantêm relações ao nível de embaixador desde que a República da África do Sul, em Setembro de 2004, reconheceu “de jure” a República Árabe Saharaui Democrática.
(SPS)

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Delegação parlamentar alemã visita acampamentos de refugiados saharauis



Frank Heinrich, do Grupo Parlamentar do Partido Democrata-Cristão(CDU / CSU), liderou a representação parlamentar do Bundestag

O Primeiro-ministro da RASD, Abdelkader Taleb Omar, recebeu esta semana nos acampamentos de refugiados saharauis uma delegação parlamentar alemã que chegou na passada 2.ª Feira aos campos.

Abdelkader Taleb Omar salientou a importância da visita desta delegação que integra todos os partidos políticos com representação parlamentar no Bundestag, incluindo o partido no poder, sublinhando que "esta visita se realiza no âmbito de um acompanhamento da situação humanitária e política no Sahara Ocidental por parte da Alemanha, neste particular momento em que o mundo árabe passa por tantas alterações. "

Além do primeiro-ministro saharaui estiveram presentes na recepção à delegação alemã o ministro da Justiça, Hamada Salma, a Ministra da Educação, Mariam Hmada, o Ministro do Desenvolvimento, Yumani Naama, o Secretério de Estado de Bem-Estar Social e a promoção da mulher, Mahfuda Rahal, e o Director do Crescente Vermelho Saharaui, Yahia Buhubaini.

No termo da visita a delegação alemã reuniu-se com representantes dos organismos das Nações Unidas que operam nos acampamentos de refugiados saharauis.

Após visitar os acampamentos, a delegação parlamentar alemã visitará Marrocos e os territórios ocupados do Sahara Ocidental.

A delegação do Parlamento Alemão era constituída por Angelika Graf, do Partido Social Democrata (SPD), Serkan Toeren, do Partido Liberal (FDP), Heike Haensel, do Partido da Esquerda (Die Linke), e por Volker Beck, do Partido Verde (Die Gruenen) sendo presidido por Frank Heinrich, do Grupo Parlamentar do Partido Democrata-Cristão(CDU / CSU).

O objectivo da visita é estudar a situação humanitária nos acampamentos de refugiados, os acontecimentos políticos e a situação dos direitos humanos no Sahara Ocidental.
(SPS)

Carta a Catherine Ashton: "Os únicos beneficiários dos acordos entre Marrocos e a EU são os cofres do Estado marroquino"



Em carta enviada pelos ex-presos políticos saharauis à Alta Representante da União Europeia para a Política Externa e a Segurança, Catherine Ashton, estes denunciam a inclusão do seu território nos acordo que a UE firmou com Marrocos, anunciou ontem a organização Western Sahara Ressources Watch.

«Comunicamos o nosso total desacordo e a nossa total rejeição ao facto da UE considerar legal a exportação de produtos do Sahara Ocidental", afirmou Abdelahi Emhamed Labraihmani, porta-voz da Comunidade dos ex-presos de consciência saharauis em carta enviada a C. Ashton no passado dia 6 de Junho, informa a WSRW.

Segundo a mesma fonte, os membros desta plataforma — saharauis que estiveram presos durante muitos anos nos cárceres marroquinos de Gali-Megouna, Agdez, BIR-1 e tantos outros — e que se encontram actualmente no desemprego, organizam há mais de 41 dias uma concentração pacífica diante das instalações do "conselho facultativo dos direitos humanos» em El Aiun.

Os saharauis pedem a Ashton que efectue "in situ” uma visita ao território para verificar pessoalmente que os únicos beneficiários dos acordos [entre a UE e Marrocos] são os cofres do Estado marroquino”, afirma a WSRW.
SPS

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Seis jovens saharauis há mais de 2 meses em greve de fome


Bariaz Mohamed de 35 anos, Ddriss Zagara de 27 anos, Eddaowdi Aomar de 25 anos, Ahachhach Mohamed e Abrahim Al Rafiky de 24 anos, e Mokhtar Lachhab com 22 anos estão há mais de 2 meses de greve de fome. O seu estado de saúde é crítico…

Os seis cidadãos saharauis apresentam uma grave deterioração do seu estado de saúde que afecta já a sua integridade física e mental devido à greve de fome que levam a cabo há já mais de dois meses para denunciar a espoliação dos recursos naturais no último território Africano em processo de descolonização: o Sahara Ocidental.
Na tarde de Domingo 05 de Junho de 2011, Ahachhach Mohamed, Ddriss Zagara e Abrahim Al Rafiky sofreram graves perdas de consciência e foram levados para o hospital regional de Guelmin devido a complicações intestinais e outros sintomas, tal como os seus restantes companheiros, entre eles: cardiopatia aguda, problemas renais, vómitos com sangue, problemas neurológicos, complicações respiratórias e atrofias irreversíveis
As famílias dos jovens e muitos amigos e compatriotas organizam manifestações diárias onde denunciam a política de marginalização e indiferença por parte do Estado marroquino e lançam um grito de desespero à comunidade internacional para que intervenha de imediato para salvar as suas vidas antes que seja demasiado tarde, apelando a todas as organizações de direitos humanos internacionais e à imprensa livre e independente.

domingo, 12 de junho de 2011

A União Europeia perde milhões de euros com o acordo de pesca com Marrocos


O acordo de pesca entre Marrocos e a União Europeia — politicamente muito dividida —, custou à Europa milhões de euros por ano e poderá levar ao esgotamento os bancos pesqueiros marroquinos, segundo um relatório confidencial a que a agência Reuters teve acesso.

O relatório da UE afirma que a Europa tem sido incapaz de tirar proveito do tratado, aumentar o acesso à pesca ou impor normas de defesa do ambiente, conclusões que podem corroer mais ainda o apoio dos governos da UE e dos legisladores ao acordo.
O tratado, que entrou em vigor em 2007, também tem sido muito criticado por reforçar o controle de Marrocos no Sahara Ocidental, território rico em recursos que Marrocos anexou em 1975 e se converteu na disputa territorial mais antiga de África.

"A UE pagou um preço demasiado alto para apoiar a sua frota pesqueira", afirma o relatório de 112 páginas da Comissão Europeia.

Europa tem pago a Marrocos 36,1 milhões de euros ao ano desde 2007 para que os seus barcos possam pescar nas costas marroquinas e no Sahara Ocidental — uma zona com grandes recursos pesqueiros, fosfatos e petróleo em potencial —, como alternativa aos esgotados bancos pesqueiros europeus.

No entanto, ao invés de oferecer benefícios como outros acordos semelhantes realizados pela UE, o volume de negócios da pesca caiu abaixo de investimento de 36,1 milhões para seis milhões de euros anuais, de acordo com o relatório.

Os pescadores europeus capturam cerca de 44.000 toneladas de peixe por ano, principalmente sardinhas e anchovas —5 por cento do total de capturas de Marrocos e apenas uma pequena parte das 13 milhões de toneladas que se consomem na Europa.

"O contributo da frota... para satisfazer as necessidades do mercado europeu é... praticamente marginal", afirma o relatório.

Se a UE continuar a pescar naquelas águas poderá afectar o stock de pescado da região, já explorada e em parte sobre-explorada pelos pescadores locais.

"A UE não teve preocupação estratégica em definir medidas para promover práticas de pesca responsáveis", afirma o relatório.


Diplomatas e legisladores dizem que o relatório poderá ser seriamente posto em causa durante os debates sobre a possibilidade de o ampliar a 2012 e a uma eventual renovação do mesmo por quatro anos depois desse período.

Espanha, o país mais beneficiado pelo acordo em termos de número de licenças de pesca, foi quem mais pressionou para que o acordo fosse renovado, argumentando que proporciona emprego aos pescadores europeus, entre outros benefícios.

Sara Eyckmans, da organização Western Sahara Resource Watch,  afirmou que o fim do acordo de pescas entre a UE e Marrocos poderia desencadear um exame mais profundo dos negócios que fazem governos e empresas no ocupado Sahara Ocidental.

A pressão sobre o acordo foi crescendo no ano passado, quando a Comissão Europeia pediu provas a Marrocos de que o acordo beneficia a população local saharaui como condição prévia para discutir a renovação de quatro anos do tratado.

Excluir em referendo a opção de independência do Sahara Ocidental é ilegal – afirma constitucionalista espanhol


Excluir a opção de independência do Sahara Ocidental num referendo sobre o futuro da ex-colónia espanhola, como deseja Marrocos, "não é possível legalmente", afirmou recentemente o catedrático de Direito Constitucional da Universidade de Santiago de Compostela, Carlos Ruiz Miguel.

"Todas as resoluções das Nações Unidas dos últimos 35 anos estabelecem o direito à autodeterminação do Sahara Ocidental e o direito a que isso se decida através de referendo. Nele podem colocar-se outras opções, mas não é legalmente possível excluir a opção da independência", sublinhou aquele especialista.

Carlos Ruiz Miguel, que intervinha num debate sobre o direito à autodeterminação do Sahara Ocidental no âmbito do Conselho de Direitos Humanos da ONU, enfatizou que actualmente "sobre a mesa das negociações entre Marrocos e a Frente Polisario, auspiciadas pelas Nações Unidas, há duas propostas, e ambas estabelecem o procedimento de um referendo".

"Sobre o procedimento já não há discussão, mas Marrocos quer descartar a opção da independência, e isso é absolutamente claro que é ilegal", refere aquele catedrático.

As afirmações da Carlos Ruiz Miguel surgem pouco tempo depois de Marrocos e a Frente Polisario terem concluído em Nova Iorque a sua sétima ronda de conversações informais sobre o futuro da ex-colónia espanhola, sem que tivessem conseguido aproximar as suas posições, tal como informou o enviado pessoal do SG da ONU para o Sahara Ocidental, Christopher Ross.

Marrocos, que ocupou o Sahara Ocidental em 1975, defende que a autonomia para o território, dentro do seu Estado, é a única saída viável para o conflito, enquanto a F. Polisario defende a realização de um referendo que coloque as opções da independência, a autonomia dentro de Marrocos ou a integração.

Segundo informou C. Ross, Marrocos e a Polisario abordaram "a questão do corpo eleitoral e os mecanismos de autodeterminação". Mas, como fez questão de sublinhar Carlos Ruiz Miguel no debate, "é falso dizer que decorrem discussões entre as partes para decidir quem é saharaui ou quem tem directo a votar, pois a Missão da ONU para o Referendo no Sahara Ocidental (MINURSO) já concluiu o censo no ano 2000, tal como o referiu o secretario-general, Ban Ki-Moon no seu relatório anual ".

A espoliação dos recursos naturais do Sahara Ocidental por parte de Marrocos é ilegal – afirma deputado britânico

 A espoliação dos recursos naturais do Sahara Ocidental por parte de Marrocos é ''ilegal'', afirmou o deputado britânico Jeremy Corbin.

Os recursos naturais do Sahara Ocidental devem ser explorados legitimamente em benefício dos saharauis, sendo ilegal do ponto de vista do direito internacional que continuam a ser explorados pelo ocupante marroquino'' sublinhou Corbin.

No Parlamento britânico interpelei pessoalmente a União Europeia sobre esta questão, pedindo que se ponha termo à exploração dos recursos naturais saharauis, e alegro-me de que o governo britânico tenha decidido no mês passado opor-se à assinatura da renovação do acordo de pesca UE-Marrocos'', afirmou.

Jeremy Corbin mencionou a “cumplicidade” dos sócios comerciais estrangeiros e seus respectivos governos na exploração destes recursos, que constituem um “maná financeiro” para Marrocos, enquanto os saharauis são relegados para as margens da sociedade, referiu.

A exploração ilegal e a espoliação dos recursos naturais do Sahara Ocidental por parte de Marrocos, potência ocupante, tem sido condenada repetidamente pela Western Sahara Resource Watch (WSRW), que agrupa organizações de mais de 30 países.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Marrocos quer propagandear nas Marchas de Lisboa a sua soberania sobre o Sahara Ocidental


Comunicado da Associação de Amizade Portugal - Sahara Ocidental sobre a participação de uma delegação de Marrocos nas Marchas de Lisboa.

Segundo notícia a Imprensa, o Reino de Marrocos é este ano convidado de honra das Marchas de Lisboa, abrindo o desfile. Cinquenta artistas de seis grupos folclóricos marroquinos — representando “todas as regiões do país” — constituem a “comitiva” marroquina nas Marchas de Lisboa. Também irão estar presentes, como seria de esperar, “várias personalidades do país”, segundo informação da Delegação Oficial do Turismo de Marrocos.

Senhor Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Dr. António Costa,
Exma. Vereação da Cidade
Exmos. representantes eleitos da Assembleia Municipal de Lisboa,

Nada nos move contra a nação marroquina e o seu povo, mas não podemos deixar de denunciar aquilo que será mais um pretexto, e uma oportunidade proporcionada, para o Reino de Marrocos propagandear a sua soberania sobre o Sahara Ocidental.

Antiga colónia espanhola, o Sahara Ocidental é, do ponto de vista do Direito Internacional, um “Território Não Autónomo” em processo de descolonização, em que persiste a ocupação ilegal e violenta por parte de Marrocos desde 1975 - há já 36 anos.

Submetido à diáspora e à repressão, o povo saharaui continua a resistir e a aguardar que, finalmente, se possa expressar sobre a tão desejada autodeterminação.

A última resolução do Conselho de Segurança da ONU e o Relatório do Secretário-Geral das Nações Unidas de 15 de Abril último, reconhecem a importância da consulta ao Povo Saharaui quanto ao seu futuro. Ban Ki-Moon adianta que “a opinião dos saharauis é o ponto central de uma solução" e, no parágrafo 120 do Relatório, refere que “neste momento de protestos e conflito em toda a Região do Médio Oriente e África setentrional, a opinião da população do Sahara Ocidental, tanto dentro como fora do Território, em relação ao seu estatuto definitivo, é mais importante do que nunca para a procura de uma solução que seja justa e duradoura”. Mas, como adianta o SG da ONU: “essa opinião continua sem se conhecer”. Cabe à ONU criar as condições para que isso aconteça, através de um Referendo que a organização promete realizar há décadas, para cuja concretização criou em 29 de Abril de 1991 a MINURSO (Missão das Nações Unidas para a organização de um Referendo no Sahara Ocidental).

Assim como a República da Indonésia aproveitava qualquer pretexto ou acontecimento para «exibir» aquilo que designava como a sua “27.ª Província” (na realidade, o território não autónomo de Timor-Leste), o Reino de Marrocos não perde uma oportunidade para alardear aquilo que designa por «Sahara marroquino» ou as «suas» «Províncias do Sul».

Senhor Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Dr. António Costa,
Exma. Vereação da Cidade
Exmos. representantes eleitos da Assembleia Municipal de Lisboa,

Portugal, os Portugueses, a Cidade de Lisboa, por muito que desejem manter e estreitar os laços de convivência, vizinhança e amizade com Marrocos e o seu Povo não podem ser coniventes com essas campanhas de propaganda e intoxicação e, muito menos, com o comportamento de ilegalidade face ao Direito Internacional que o Reino de Marrocos persiste em não reconhecer.

Lisboa, 8 de Junho de 2011
Associação de Amizade Portugal – Sahara Ocidental

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Polisario e Marrocos não conseguem avanços e voltam à mesa de negociações em Julho


Personalidades saharauis, defensoras da autodeterminação e independência do Sahara Ocidental e próximas das posições marroquinas, poderão vir a reunir-se no próximo mês de Setembro na Região Autónoma da Madeira.

A Frente Polisario e Marrocos decidiram voltar à mesa de negociações informais durante a segunda quinzena do próximo mês de Julho, informou ontem, terça-feira, o enviado pessoal do Secretário-geral da ONU para o conflito do Sahara Ocidental, Christopher Ross.

No termo da 7.ª reunião informal e "ao finalizar as discussões de dois dias, cada parte manteve a sua rejeição às iniciativas da outra como base única para futuras negociações", refere o comunicado de Christopher Ross.

O documento expressa que "tal como nos encontros anteriores, as conversações mantidas na localidade nova-iorquina de Greentree decorreram numa atmosfera de compromisso sério, franqueza e respeito mútuo".

O comunicado assinala que "os novos elementos" incluídos no último Relatório do SG e na Resolução do CS concentraram boa parte das conversações. Um desses pontos sublinha a necessidade de obter a aprovação da população do Sahara Ocidental para executar qualquer acordo, o qual requererá um referendo que permita o livre exercício do direito à autodeterminação.

Nesta última ronda, as partes discutiram também o tema dos recursos naturais e os trabalhos de desminagem no Sahara Ocidental, pontos já analisados na anterior sessão realizada em Março passado em Malta.

Nesta ronda de conversações, e tal como em todas as anteriores, assistiram como observadores Argélia e Mauritânia, na sua qualidade de países vizinhos.

Ross refere que as partes e os Estados vizinhos "reiteraram o seu apoio" a uma aplicação "adequada" do plano de acção de 2004, para facilitar as visitas por estrada das famílias saharauis separadas desde 1975, entre os territórios ocupados e os acampamentos de refugiados saharauis, e o encontro organizado pelo Alto Comissariado dos Refugiados na Madeira para o mês de Setembro.

A ONU tem o compromisso de realizar um referendo no território não autónomo do Sahara Ocidental e, para esse efeito, desde 1991 criou uma missão de paz (Minurso) para esse objectivo.

O Sahara Ocidental está incluído na lista oficial de 16 territórios não autónomos reconhecidos como tais pelo Comité de Descolonização da ONU.