domingo, 28 de janeiro de 2018

Marrocos expulsa de El Aaiún investigadora britânica Lore Purroy



O vice-presidente do CODAPSO, Hmad Hammad, e Lore Purroy Sánchez


El Aaiún, Sahara Ocidental, territórios ocupados – Sexta-feira 26 de janeiro, a administração de ocupação marroquina na cidade saharaui ocupada de El Aaiún expulsou a investigadora de nacionalidade britânica Lore Purroy Sánchez.

O trabalho da investigadora desenvolve-se em torno dos fatores socioeconómicos no Sahara Ocidental, como as desigualdades socioeconómicas entre marroquinos e saharauis e a situação dos recursos naturais no território ocupado.

A britânica chegou aos territórios ocupados saharauis na passada quarta-feira. Pretendia realizar encontros com a população saharaui que contribuíssem para a feitura do seu trabalho de tese o impacto dos recursos naturais do território que explora Marrocos e seus benefícios para a população saharaui que vive sob ocupação marroquina, além de encontros com ativistas e representantes da sociedade civil saharaui no território. Desde que se alojou no hotel Nagyir esteve desde o primeiro dia, vigiada pela polícia secreta segundo os seus passos e registando os seus encontros com os saharauis.

Segundo o vice-presidente do CODAPSO, Hmad Hammad, que se encontrou com a investigadora, esta conseguiu realizar parte do seu trabalho com a sociedade civil saharaui antes de ser expulsa do hotel sexta-feira, 26 de janeiro, para a cidade marroquina de Agadir, desde onde será deportada para Inglaterra, segundo explicou a DLRS. Os agentes marroquinos não deram nenhum tipo de explicação à investigadora Lore Purroy sobre os motivos da sua expulsão do território.

Fonte e fotos: E. I. C. Poemario por un Sahara Libre / Equipo Mediático / Codapso

O povo saharaui chora a morte do Pai da Intifida Saharaui



 Mohamed Uld Aali Uld Lyazid (1918-2018), o pai da Intifada saharaui


El Aaiún (capital ocupada do Sahara Ocidental), 26 de janeiro de 2018 (SPS)-  Com toda a dor e pesar o povo saharaui recebeu a triste notícia da morte do destacado ativista saharaui de direitos humanos, Mohamed Uld Aali Uld Lyazid.
O destacado defensor saharaui dos direitos humanos faleceu esta quinta-feira aos 100 anos na cidade de El Aaiún ocupada.

Deida Uld Lyazid foi, sem dúvida, uma das figuras representativas do ativismo saharaui nas Zonas Ocupadas. Morreu defendendo a liberdade do seu povo e o direito da sua gente. Deu a sua vida pela defesa e o respeito pelos direitos humanos dos saharauis.

Ante a perda irreparável deste lendário ícono da defesa dos direitos humanos muitas organizações, nacionais e internacionais, expressaram o seu apoio e solidariedade à família do defunto e através dela a todo o povo saharaui.

Comunicado do Ministério das Zonas Ocupadas

Chahid El Hafed (Acampamentos de Refugiados Saharauis), 26 de janeiro de 2018 –O Ministério dos Assuntos das Zonas Ocupadas  e das Comunidades expressou as suas condolências ao povo saharaui pela morte do lutador Mohamed Uld Aali  Uld Lyazid ocorrida esta quinta-feira, 25 de janeiro de 2018, na capital ocupada do Sahara Ocidental.

“Com grande tristeza e dor o Ministério de Assuntos das Zonas Ocupadas e Comunidades tomou conhecimento da notícia da morte do combatente e ícone da defesa dos direitos humanos, Mohamed Uld Aali Uld Lyazid, nascido em 1918 em Galb Azuazil, que desde muito jovem combateu contra os colonizadores espanhóis e desde os inícios da revolução sacrificou toda uma vida à pátria. Perseguido sempre. Não escapou à opressão e à tortura da ocupação marroquina. O falecido ativista é pai de sete filhos, dois homens e 5 mulheres, assinala o Ministério em comunicado dado a conhecer esta quinta-feira.
O Ministério de Assuntos das Zonas Ocupados e das Comunidades expressa as suas mais profundas condolências ao povo saharaui à família do falecido e a todos os seus companheiros.

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Dois símbolos de Gdeim Izik





Deida Uld Esid, ancião cuja idade se perde na longa noite da memória beduina. Nayem Elgarhi, 14 anos. Várias gerações os separavam. Mas que importa o ano de nascimento quando se trata de defender a dignidade e o direito de um povo a existir? Deida e Nayem. Os dois, saharauis de El Aaiún ocupada. Os dois, tão diferentes mas tão iguais, decidiram abandonar a espera e passar à ação direta. Fizeram parte daque vaga em que milhares de saharauis denunciam em uníssono a sua situação face à comunidade internacional.

Deida e Nayem deixaram a sua não existência diária na cidade ocupada, superaram a raiva e o seu tédio para renovar o desejo de lutar contra a opressão marroquina.

Deida, um ancião, e Nayem, quase uma criança… Várias gerações os separavam pero isso não significa nada. Nos seus olhos adivinhava-se a mesma chama, a ilusão de vir a unir todos os saharauis na sua terra independente e livre. Os olhos cansados de Deida continuavam a vaguear com curiosidade e otimismo o que estava por vir. Os olhos de Nayem, curiosos e um pouco assustados, restava-lhes já tão pouco tempo…

Deida e Nayem, dois símbolos de Gdeim Izik. Duas atitudes, duas decisões, duas esperanças, duas certezas. O presente encarnado num velhote sábio e o passado retido numa criança que já não será.

O ancião saudava a vitória, cercado pelos esbirros marroquinos. A criança só queria provar, junto com os seus companheiros, o sabor de se se sentir livre na sua própria terra.

O mal levou  Nayem. Um golpe de brutalidade em forma de balas condenou-o a não ser uma criança com toda a vida pela frente. A passagem dos anos levou-nos Deida.

Dois símbolos que sempre iluminarão o povo saharaui. Uma criança eterne e um velhinho luminoso e livre.

À memória de Deida Uld Esid, falecido a 24 de Janeiro de 2018 e de Elgarhi Nayem, assassinado em 24 de Outubro de 2010.

Fonte: Haz lo que debas / Por Conx Moya



SG da Frente Polisario recebido pelo Enviado Pessoal do SG da ONU para o Sahara Ocidental





Berlim, 25 jan  2018 (SPS) O presidente da República Saharaui  e secretário-geral da Frente POLISARIO, Brahim Ghali foi recebido por Horst Köhler, enviado pessoal do secretário-geral das Nações Unidas, no escritório deste em Berlim.

O Presidente da República deslocou-se a convite de Koehler no quadro da sua missão como enviado pessoal do Secretário-Geral da ONU para o Sahara Ocidental, para realizar consultas bilaterais, com ambas as partes no conflito, a Frente do Polisario e o Reino de Marrocos, e com os países observadores, Argélia e Mauritânia.

Estas consultas fazem parte da implementação das resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas e dos esforços das Nações Unidas para a descolonização do Sahara Ocidental, que reclamam que o povo saharaui exerça seu direito à autodeterminação.

O líder saharaui era acompanhado por uma importante delegação de membros do Secretariado Nacional da Frente POLISARIO, Khatri Addouh, M’Hamed Khaddad e Fatma Elmehdi, respetivamente presidente do Conselho Nacional, coordenador saharaui junto MINURSO e secretária-geral da União Nacional de Mulheres Saharauis, e Mohamed Ali Zerouali. (SPS)

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Enviado da ONU para o Sahara Ocidental pretende conversações diretas em Berlim



Fonte: W Radio / EFE

22 de Janeiro 2018 – O novo enviado pessoal do SG da ONU para o Sahara Ocidental, o ex-presidente alemão Horst Köhler, quer impulsionar uma ronda de “conversações diretas” entre Marrocos e a Frente Polisario em Berlim, assegura hoje o diário marroquino Ajbar al Yawm.

Estas conversações diretas, que não se realizam desde as rondas de Manhasset (na periferia de Nova Iorque) em 2008, contam com apoio total da Polisario, mas Marrocos está reticente, segundo aquele periódico.

Nos últimos anos, Marrocos tem, sem que isso seja oficial, adotado uma postura em que nega à Polisario toda a legitimidade como interlocutor no conflito saharaui e tem recusado a mínima interação, apesar da Frente Polisario continuar a ser considerado pela ONU como uma das partes protagonistas do conflito.

Köhler, que entre as condições para aceitar ser o enviado pessoal do Secretário-Geral para o Sahara Ocidental, exigiu manter o seu lugar de residência em Berlim, e não se mudar para Nova Iorque, quer agora levar as conversações para o seu terreno.

Com a mesma lógica, Köhler transferiu as reuniões que pensava realizar com a direção da Polisario em Tindouf (quartel-general da Frente) para a capital alemã nesta mesma semana, concretamente entre 24e 26 de janeiro.

Segundo ainda o diário marroquino, a Polisario vai deslocar a Berlim para esta reunião todos os seus “pesos pesados”, entre eles o secretário-geral da Frente, Brahim Gali; o seu representante junto da ONU, Ahmed Bukhari e o coordenador ante a Minurso (Missão da ONU para o Referendo no Sahara Ocidental), Mohamed khaddad.

Nos últimos meses, Marrocos guardou silêncio sobre os planos de Köhler e na sua única visita que realizou a Marrocos, a sua agenda não incluiu nem uma reunião com o rei Mohamed VI nem uma visita aos territórios saharauis sob controlo marroquino.


Juan Carlos acordou em segredo os termos da Marcha Verde com Hassan II



quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Procurador Geral da União Europeia dá como inválido o acordo de pesca com Rabat por afetar a Sahara Ocidental



Veja AQUI (http://bit.ly/2ANsN1d)  o Comunicado de Imprensa do Tribunal Europeu de Justiça.

Bruxelas, 10 de janeiro (EFE). - O acordo de pesca entre a União Européia (UE) e Marrocos não é válido porque se aplica ao Sahara Ocidental e às águas adjacentes, de acordo com um parecer de um advogado geral do Tribunal de Justiça da UE, publicado hoje.

O advogado defende que, ao celebrar o acordo, a União "não cumpriu a obrigação de respeitar o direito do povo do Sahara Ocidental à autodeterminação" e "não reconheceu uma situação ilegal resultante da violação desse direito".

Sublinha também que a UE não estabeleceu "as garantias necessárias para garantir que a exploração dos recursos naturais do Sahara Ocidental redundem em benefício para as pessoas desse território".

A UE e Marrocos concluíram, em 1996, um acordo de associação, dez anos depois um acordo de pesca e, em 2012, um acordo de liberalização sobre produtos agrícolas, produtos agrícolas transformados, peixe e produtos da pesca.

O Tribunal de Justiça da UE decidiu em dezembro de 2016 que os acordos de associação e liberalização entre as partes não se aplicavam ao Sahara Ocidental. No entanto, o tribunal não se pronunciou sobre a validade do acordo de pesca.

As conclusões publicadas hoje referem-se a uma denúncia apresentada perante o Supremo Tribunal de Justiça da Inglaterra e do País de Gales pela Western Sahara Campaign, uma organização voluntária no Reino Unido cujo objetivo é promover o reconhecimento do direito à autodeterminação do povo saharaui , tendo por motivo o acordo de pesca.

De acordo com essa organização, as autoridades britânicas agem ilegalmente quando aplicam este acordo e, especificamente, quando concedem tratamento tarifário preferencial aos produtos originários do Sahara Ocidental que são certificados como produtos originários do Reino de Marrocos.

A mesma organização também coloca em causa que as autoridades britânicas tenham a possibilidade de conceder licenças de pesca nas águas adjacentes ao Sahara Ocidental, uma vez que o acordo prevê que os navios de pesca da União possam, sob certas condições, realizar determinadas atividades de pesca nos bancos pesqueiros marroquinos.

O tribunal britânico pede ao Tribunal de Justiça da UE, por um lado, se associações como a Western Sahara Campaign têm o direito de questionar a validade dos actos da União por violar o direito internacional e, por outro lado, se o acordo de pesca é válido de acordo com a normativa europeia.

No parecer apresentado hoje, o advogado geral propõe que o Tribunal de Justiça responda que é competente para avaliar se os acordos internacionais celebrados pela União são legais, que associações como o Western Sahara Campaign têm o direito de questionar o acordo de pesca e que este protocolo não é válido, porque se aplica ao território e às águas do Sahara Ocidental.

O procurador-geral considera que as regras do direito internacional que vinculam a União, quando são incondicionais e suficientemente precisas em seu conteúdo e quando sua natureza e estrutura não obstruem o controle judicial do ato que está sendo contestado, podem e devem ser invocadas perante o tribunal.

Neste contexto, ele acredita que estes requisitos são cumpridos nas três regras do direito internacional invocadas pela Western Sahara Campaign: o direito à autodeterminação, o princípio da soberania permanente sobre os recursos naturais, que obriga que a exploração dos mesmos redunde em benefício do povo do Sahara Ocidental e as disposições do direito internacional humanitário aplicáveis na celebração de acordos internacionais para a exploração dos recursos naturais dos territórios ocupados.

O Procurador Geral argumenta que tais regras podem ser invocadas no contexto do controle judicial dos acordos internacionais celebrados pela União.
Fonte: agência EFE



terça-feira, 9 de janeiro de 2018

República Saharaui participa na reunião ordinária de chefes de Estado Maior dos países da União Africana



Addis Abeba, 09/01/2018 (SPS)- Uma delegação da República Árabe Saharaui Democrática (RASD) participa na 13.ª Reunião Ordinária de Chefes de Estado Maior de países da União Africana, para preparar o próximo encontro do Comité especializado de defesa, paz e segurança no continente.

A RASD está representada por uma delegação presidida pelo membro do Secretariado Nacional e chefe da Quinta Região Militar, Taleb Ammi Deh.

É esperado que a reunião aborde assuntos relativos à defesa, paz e segurança, assim como os desafios atuais com que o continente se defronta como os grupos terroristas e o crime organizado. Para isso, será aumentado o papel da Afripol e será criado um fundo para responder aos mencionados desafios.

Em declarações à agência SPS, Taleb Ammi Deh, afirmou que a participação da República Saharaui é o reflexo do seu compromisso em relação à execução das políticas da União Africana em relação à paz e à segurança.


Também o membro do Secretariado Nacional e ministro da Defesa Nacional, Abdalahy Lehbib, participará hoje, terça-feira, na reunião ordinária de Ministros da Defesa dos  Países da União Africana no termo dos trabalhos da reunião de chefes de Estado Maior.

sábado, 6 de janeiro de 2018

Sahara Ocidental: os reveses do lobbying de Marrrocos para influenciar a posição dos EUA




Washington, 04 jan 2018 (SPS) O intenso lobbying realizado em 2017 por Marrocos para influenciar a posição dos EUA sobre a questão saharaui foi marcado por um fracasso apesar das grandes somas gastas em Washington para influenciar a política dos EUA em relação ao Sahara Ocidental.

Rabat sofreu um novo revés diplomático quando o Senado rejeitou, em outubro passado, uma disposição do orçamento federal dos EUA para o ano de 2018, que autorizava Marrocos a gastar assistência financeira norte-americana no Sahara Ocidental.

A medida apresentada no Congresso sob a inspiração do lobby marroquino na Câmara dos Representantes visava reconhecer Marrocos como potência administrante nos territórios ocupados, mas estava em contradição com a posição da administração americana que definiu em 2016 uma recusa categórica para implementar esta disposição.


Foi preciso a intervenção do Senado para derrotar essa tentativa de influir aquele que tem sido uma posição oficial constante da administração dos EUA.

Mais afirmativamente, a câmara alta do parlamento dos EUA observou no capítulo do orçamento sobre o financiamento das operações do Departamento de Estado no exterior que "nada nesta lei deve ser interpretado como uma mudança na política dos Estados Unidos. Unidos no Sahara Ocidental, que é encontrar uma solução pacífica, duradoura e mutuamente aceitável para o conflito ".

Retificando a disposição da Câmara dos Representantes, o texto especifica que qualquer financiamento que seja concedido aos territórios saharauis ocupados será gerido pela Missão para o Referendo no Sara Ocidental (Minurso) em consulta com o Senado.

Não se poderia mais claro nesta questão: o Senado dos EUA confirmou que os territórios saharauis ocupados estão sob a jurisdição da ONU e não de Marrocos.

Rabat, que esperava uma mudança na posição dos EUA, também dependia da nomeação do acadêmico Peter Pham, chefe do Escritório de África do Departamento de Estado.
Rabat esperava uma alteração da posição americana apostando na nomeação do universitário Peter Pham à cabeça do Bureau África do Departamento de Estado.



Peter Pham, uma fonte habitual da agência de informação marroquina  (MAP), conhecido também pela sua proximidade a Rabat, era um dos pretendentes a este cargo político de importância para África.

Mas o lobby marroquino sofreu um segundo revés diplomático quando a nomeação deste académico foi bloqueada pelo Senado após as objeções levantadas pelo senador de Oklahoma, James Inhofe, que argumentou que a posição de Pham sobre o assunto era "Incompatível" com a qualidade de funcionário do Departamento de Estado, de acordo com revelações de altos funcionários dos EUA, noticiadas no verão passado pela “Foreign Policy”.

O influente senador e grande amigo do Sahara Ocidental considerou que a administração americana deveria ter uma posição mais firme sobre o status dos territórios saharauis ocupados.

Após vários meses de tergiversações, a administração Trump nomeou para o cargo Donald Yamamoto em setembro passado, um profundo conhecedor de África, de acordo com vários observadores em Washington.

De resto, a posição americana não alterou se alterou em relação à questão saharaui, apesar das múltiplas tentativas feitas por Marrocos de a fazer infletir através do seu lobby no Congresso.

O Departamento de Estado continua a manter os territórios saharauis na sua lista de dependências e territórios com soberania especial, cujo estatuto final continua por determinar.

Irritados pela falta de vontade do Marrocos de retomar as negociações, os Estados Unidos não esconderam sua preocupação com o processo de paz paralisado e alertaram em abril, logo após a votação da resolução que prolongou o mandato da Minurso, que "iriam acompanhar de perto os progresso no terreno" numa mensagem mal velada para Marrocos.

Para Washington, os bloqueios colocados à Minurso levaram o Conselho de Segurança a concentrar o seu debate em "detalhes operacionais muito específicos" em vez de se concentrar na sua verdadeira missão de realizar um referendo sobre a autodeterminação.

Fonte: SPSRASD – Agência de informação

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

Dois académicos japoneses expulsos por Marrocos de El Aaiún



Fonte: Periodistas en español

Dois prestigiados académicos de investigação japoneses foram expulsos por Marrocos da cidade saharaui ocupada El Aaiún.

Uma delegação japonesa formada por Akihisa Matsuno, professor de Ciências Políticas na Universidade de Osaka, e por M. Furusawa, professora de Economia, chegou a El Aaiún a 26 de dezembro de 2017, onde tiveram um encontro com a MINURSO, informa Hassana Abba, membro da ASVDH, que os conduziu pela cidade.

Quando se dirigiam para a sede da ASVDH, foram interpelados por polícias que lhes disseram que não tinham fireito a encontrar-se com os ativistas saharauis. Não obstante, os dois professores prosseguiram o seu caminho e na ASVDH teve início uma reunião. Pouco depois, as autoridades de ocupação obrigaram-nos a abandonar o local. Foram levados para o aeroporto de El Aaiún e expulsos para Casablanca.

Desde 2014, são já 163 pessoas de 15 nacionalidades obrigadas a sair do Sahara Ocidental porque vinham tomar conhecimento da situação no território, e que puderam constatar as vulnerabilidades dos direitos humanos nesse território não autónomo, sobre o qual Marrocos não tem nenhum mandato internacional.

Segundo a associação saharaui ASVDH “As autoridades de ocupação detiveram os  investigadores japoneses na manhã dde sexta-feira 29 de dezembro quando percorriam a rua de Meca e interregaram-nos durante um quarto de hora.

ASVDH diz que “a polícia marroquina e o seu aparelho de segurança estiveram sempre a vigiar os dois professores. Aconteceu o que se esperava, a polícia irrompeu na sede da ASVDH onde os dois académicos estavam reunidos com os membros da associação para os obrigar a abandonar a cidade.


Foram levados para o aeroporto da cidade num veículo   Hyundai para logo serem deportados  para a cidade marroquina de Casablanca.

Operação militar saharaui em Guerguerat




Segundo a publicação El Confidencial Saharaui Frente Polisario “ameaçou esta terça-feira reatar as suas atividades militares contra Marrocos, país que ocupa ilegalmente o território da ex-colónia espanhola, se a ONU não cumprir a última resolução do Conselho de Segurança que obriga as forças marroquinas a abandonar a faixa de Guerguerat”.

O comunicado do presidente da República Saharaui dirigido à Minurso é muito claro – adianta a publicação - "a Polisario reatará as suas atividades militares em legítima defesa se Marrocos persistir com a sua presença em El Guerguerat e não cumprir com a resolução 2351 que a obriga a retirar da zona".

Ontem, 03 de janeiro de 2018, membros das unidades militares saharauis de reconhecimento detiveram um Rally que atravessa a fronteira mauritana-saharaui". El Frente Polisario, prossegue o texto, já deu a conhecer ao Secretário-Geral da ONU, que "se sente livre de todo o compromisso com a trégua em vigor". Os saharauis consideram a decisão dos organizadores do Rally como "um insulto à vontade dos saharauis e um apoio ao colonialismo marroquino. O Rally Emirados - Sahara não o atravessará a fronteira saharaui para a Mauritânia – afirma a Polisario.

O El Confidencial Saharaui lembra que a missão da ONU para o Referendo no Sahara Ocidental “retirou-se no passado dia 4 de junho de El Guerguerat sem aviso prévio e o exército marroquino apoderou-se do posto. A F.POLISARIO denunciou estes factos ante a ONU e também enviou tropas para a zona, alem de pôr em alerta máximo todas as unidades militares próximas do muro marroquino”.

A última resolução da ONU assegurou que a MINURSO manteria no posto, para evitar qualquer acontecimento que possa provocar uma guerra na zona. Além disso chamou as duas partes a negociar com boa-fé e seriedade.

Posteriormente as duas partes retiraram-se por ordem da ONU. Agora Marrocos aproveita a retirada das forças da MINURSO para voltar a provocar a mesma situação – constata a publicação.


Que adianta: Estes "mini-conflitos" não levam senão a desviar os esforços da ONU e da comunidade internacional em procurar uma solução para o conflito real do Sahara Ocidental. Uma estratégia que, claramente, beneficia apenas a Marrocos.

Fonte: El Confidencial Saharaui