domingo, 27 de maio de 2018

Autoridades de ocupação marroquinas transferem arbitrariamente o ativista saharaui Hassanna Duihi


27 de maio, 2018 - Liga para la Protección de los Presos Saharauis en las cárceles marroquíes - As autoridades de ocupação marroquinas tomaram a decisão de transferir arbitrariamente o vice-presidente da Liga para a Proteção dos Presos Saharauis em cárceres marroquinos, Hassanna Duihi, de El Aaiún para a cidade ocupada de Bojador, após a sentença proferida pelo Tribunal de Apelação em Marraquexe, apesar da sentença do tribunal de primeira instância tenha decretado a anulação da decisão da transferência arbitrária.
A Liga para a Proteção dos Presos Saharauis em Cárceres Marroquinos manifesta a sua grande preocupação por esta decisão contra o seu vice-presidente. Considera-o uma vingança por parte das autoridades da ocupação contra o defensor dos direitos humanos Hassanna Duihi devido ao ativismo político. Tudo isso se vem juntar a outros procedimentos persecutórios contra ativistas, como o corte de salários e a expulsão dos seus empregos.
A política de violação escolhida pela ocupação marroquina contra os ativistas, no entanto, é um fator que mantém os ativistas firmes para continuar lutando pelos direitos e princípios aos quais são fiéis. Além disso, essas políticas são um teste para a comunidade internacional que deve agir para pôr fim a essas práticas vingativas e arbitrárias contra ativistas de direitos humanos, jornalistas e suas famílias.
Como mencionado anteriormente, queremos declarar ao público o seguinte:

  • Denunciamos a decisão arbitrária tomada contra Hassanna Duihi, vice-presidente da Liga.
  • Denunciamos os procedimentos vingativos levados a cabo pela ocupação marroquina contra os activistas saharauis.
  • Exigimos a intervenção imediata da comunidade internacional para pôr fim às decisões arbitrárias contra os ativistas saharauis.
  • Expressamos nossa solidariedade com os ativistas sujeitos a procedimentos arbitrários, como expulsão e transferência arbitrária.

El Aaiún, 24 de maio de 2018.








quarta-feira, 23 de maio de 2018

A Frente Polisario e a reunião da Comissão de Comércio do Parlamento Europeu



Mohamed Sidati, ministro representante da F. Polisario na Europa


Em 17 de maio de 2018, a Comissão de Comércio do Parlamento Europeu realizou um debate sobre o estado das negociações com Marrocos com o objetivo de levar a cabo alterações aos protocolos e acordos de associação no domínio da pesca entre a União Europeia e Marrocos relativas ao Sahara Ocidental.
Valorizamos a tomada firme e responsável de posições por parte dos membros da Comissão de Comércio em defesa da União Europeia e da legalidade internacional, solicitando à Comissão Europeia que seja respeitado rigorosamente o Estado de direito pelos membros da Comissão.
Notamos com preocupação a intenção delineada durante as discussões do objetivo de estender tanto o TLC como o FPA com Marrocos ao Sahara Ocidental Ocupado. É evidente que os procedimentos seguidos visam evitar as sentenças emanadas do Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias.
Os representantes da Comissão demonstraram arrogância e desprezo pelos acórdãos do Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias. Numa tentativa de distorcer a terminologia jurídica utilizada pelo Tribunal, os representantes oficiais da Comissão atreveram-se a utilizar a terminologia marroquina ilegal e infundada das "Províncias do Sul" quando se referiam aos territórios do Sahara Ocidental ocupados por Marrocos. Terminologia que está em total contradição com as resoluções das Nações Unidas, e que mostra um desrespeito pelo estatuto internacional do Sahara Ocidental como um Território Não Autónomo sujeito a um processo de descolonização pelas Nações Unidas.
Além disso, recorrendo a tal linguagem e adotando a narrativa marroquina da potencia de ocupação, a Comissão põe em causa a reiterada posição diplomática da União Europeia em relação ao Sahara Ocidental-
Como se tal não bastasse, a repetida referência dos representantes oficiais da Comissão ao termo "população local" durante a audição, em vez de "o povo saharaui", constitui outro sinal de desdém por parte da Comissão em relação ao povo saharaui e aos seus membros do Parlamento Europeu. Como também se deduz da tentativa da Comissão de distorcer a realidade no terreno e marginalizar a Frente POLISARIO, reconhecida, no entanto, pela ONU.
A este respeito, e em referência ao seu primeiro acórdão, o Tribunal Europeu de Justiça decidiu, em 27 de fevereiro de 2018, e em termos claros que "Se o território do Sahara Ocidental for incluído no âmbito do acordo de pesca, será contrário a algumas normas gerais de direito internacional aplicáveis às relações entre a União Europeia e o Reino de Marrocos, nomeadamente o princípio da autodeterminação dos povos ".
Procedendo deste modo, as instituições europeias são arrastadas para o saque ilegal dos recursos naturais do Sahara Ocidental, o que constitui uma abordagem arriscada. A Comissão Europeia não procura o consentimento do povo saharaui, nem se envolve em negociações responsáveis e significativas com a Frente POLISARIO reconhecida pelas Nações Unidas como representante do povo saharaui. Além disso, a Comissão Europeia optou por substituir o consentimento do povo saharaui pelo chamado "processo de consulta" e substituiu o povo do Sahara Ocidental pela "população local", onde a população de colonos marroquinos constitui a maioria.
O chamado processo de consulta constitui um fracasso ao contrário do que a Comissão pretende, uma vez que a maioria do povo saharaui se deslocou para campos de refugiados, ou está em países vizinhos, encontrando-se totalmente excluída das negociações. Em resposta, toda a sociedade civil saharaui representada nas ONGs se recusou a participar dessa manobra, dada a falta de transparência e credibilidade.
O povo saharaui nada ganha com a exploração e exportação dos seus recursos naturais contra o seu consentimento. Pelo contrário, a aplicação dos acordos FTA e FPA aos territórios ocupados do Sahara Ocidental beneficia apenas a potência de ocupação marroquina, proporcionando-lhes recursos financeiros para manter a ocupação ilegal dos territórios saharauis. Os alegados benefícios locais, referidos pela Comissão em acordos negociados e aplicados com a potência de ocupação, excluem claramente o povo saharaui, incluindo a parte que vive nos territórios ocupados do Sahara Ocidental.
Finalmente, lembramos aos representantes oficiais da Comissão Europeia que, na gestão da diplomacia internacional, as palavras contam, tanto em relação ao Sahara Ocidental como a qualquer outro lugar do mundo.
MOHAMED SIDATI
Ministro, Representante da Frente POLISARIO



segunda-feira, 21 de maio de 2018

Marrocos tenta a todo o custo boicotar o diálogo promovido pela ONU





Aparentemente sugere uma posição de força e de irredutibilidade, mas a postura de Marrocos traduz, de facto, um cada vez maior isolamento internacional.
Inventando factos inexistentes e acusando disto e daquilo a Frente Polisario, o rei Mohamed VI e a sua «entourage» procuram, à viva força, “torpedear” o hipotético diálogo directo com a Polisario preconizado pela última resolução do Conselho de Segurança e que o Enviado Pessoal do SG das Nações Unidas, o alemão Horst Köhler, esforçadamente tenta promover.


Título da imprensa marroquina

As manobras militares «para lá do muro” embora em território marroquino, de que a imprensa alauita se faz eco e que se vangloria, demonstram mais uma descarada provocação e, mais grave do que isso, configura profundo desrespeito pela comunidade internacional e as suas resoluções.

domingo, 20 de maio de 2018

Estudante saharaui assassinado em Agadir com o beneplácito das autoridades marroquinas



El Aaiún ocupada. (EquipaMedia) – Um estudante saharaui foi brutalmente assassinado, ontem de manhã, pelas 9h00, na Faculdade de Letras da Universidade de Ibn Zohr, em Agadir, no sul de Marrocos.
Segundo as fontes do coletivo de informação saharaui Equipa Media naquela universidade , trata-se de Abderahim Badri, de 24 anos. Foi apunhalado por dezenas de pessoas com ganchos e facas.
O acontecimento ocorreu à entrada da faculdade. A vítima não recebeu cuidados médicos durante o tempo em que ali permaneceu, moribundo.
O Coletivo de Estudantes Saharauis acusa um grupo de estudantes berberes que foram estimulados pelas autoridades marroquinas para conter o ativismo estudantil. O grupo passeava-se desde a véspera de cabeça coberta e empunhando armas brancas bem visíveis pelo seu tamanho, entre 30 e 40 cms, sem que tenham sido interpelados pela polícia.
As mesmas fontes referem ter sido uma vingança contra Badri devido ao seu ativismo político. Sobretudo devido ao seu empenho na organização do último aniversário da fundação da Frente Polisario a 10 de maio último.
Badri era um dos estudantes mais ativos na defesa dos direitos dos estudantes saharauis e do direito à autodeterminação. Organizou atividades na Universidade por ocasião dos aniversários da RASD, atos de solidariedade com a intifada no Territórios e com os presos políticos saharauis).
Esses atos são resultado da pervrsidade e campanha semeada pelo Makhzen entre a população estudantil marroquina contra os saharauis. O próprio ministro marroquino da educação alimenta o ódio. Sem ir mais longe, ontem, num dos exames, um dos temas era "As milícias da Polisario e sua suposta relação com o Irão". Querem transmitir aos marroquinos a ideia de que o povo saharaui e os seus representantes são criminosos.
Os estudantes saharauis exigem à ONU a proteção do povo saharaui ante a selvática repressão marroquina.

Fonte: Equipa Mediático





sábado, 19 de maio de 2018

Espanha: mais de 60 representantes políticos pedem o fim da ocupação do Sahara Ocidental





Saragoça, 19 de maio de 2018 (SPS/EFE).- Mais de sessenta representantes políticos de catorze parlamentos regionais e do Congresso dos Deputados exigiram hoje em Saragoça a cessação da ocupação do Sahara Ocidental por parte de Marrocos e a realização do referendo de autodeterminação bloqueado desde 1992.
As Cortes de Aragão acolheram neste fim de semana a XXII Conferência dos Intergrupos Parlamentares “Paz e Liberdade para o Povo Saharaui”, um fórum de debate sobre a luta do povo saharaui, em que também participaram associações da sociedade civil.
As diferentes delegações, que chegaram ontem à capital aragonesa, iniciaram hoje a jornada de trabalho no Palácio da Aljafería que terminará com a chamada Declaração de Saragoça, edm que se fará um novo apelo à comunidade internacional.
Este encontro contou com a presença de um representante do Conselho Nacional Saharaui, Edih-Mohamed Sidna Deich, que agradeceu o apoio das instituições espanholas, pois ela constitui uma "injeção moral" e um "passo em direção à conquista da liberdade".
"Pedimos que prossigam com esse apoio e o estendam ao governo central, para que a Espanha desempenhe um papel mais ativo na busca de uma solução", disse ele.
Quarenta e cinco anos depois da proclamação da Frente Polisario, o povo saharaui está mais determinado do que nunca a continuar resistindo e a intensificar uma luta que "sempre será pacífica, desde que não nos forcem ao contrário", afirmou.
Por seu turno, a delegada da República Árabe Saharaui Democrática (RASD) em Espanha, Jira Bulahi, valorizou a "dimensão" desta reunião com a ajuda de representantes políticos que "têm consciência da responsabilidade histórica, legal e moral" que recai sobre o Estado espanhol por uma descolonização inacabada ".



sexta-feira, 18 de maio de 2018

Brasil: criada a Frente Parlamentar de Defesa do Referendo de Autodeterminação do Sahara Ocidental na Câmara de Deputados




Brasília, 15 de maio de 2018 (SPS)-. Mais de duzentos deputados de todas as tendências políticas criaram na Câmara de Deputados do Brasil a Frente Parlamentar de Defesa do Referendo de Autodeterminação do Sahara Ocidental, segundo informam fontes diplomáticas saharauis. Nota: o número total de deputados na Câmara é de 513 membros.
A importante iniciativa política ocorre no momento em que a Agência da Imprensa Oficial Marroquina (MAP) realiza uma campanha de desinformação e intoxicação, falando sobre uma moção legislativa inexistente de apoio à iniciativa marroquina no Parlamento brasileiro. Nem na Comissão de Relações Exteriores, nem no Plenário, órgãos da Câmara responsáveis por iniciativas desse tipo, foi aprovada qualquer moção deste tipo .
A Frente Parlamentar de Defesa do Referendo de Autodeterminação do Sahara Ocidental empenhar-se-á para que seja respeitada a legalidade internacional e o direito inalienável do povo saharaui à autodeterminação e à independência.
Dedicará esforços para "conseguir que o Brasil declare o reconhecimento da República Árabe Saharaui Democrática e estabeleça relações com a Nação Saharaui e lidere um movimento de sensibilização, junto de António Guterres, Secretário Geral das Nações Unidas, no sentido de que seja retomada incondicionalmente a realização de um plebiscito para o processo de plena independência do povo saharaui. "
"Expandirá e promoverá o conhecimento junto do povo brasileiro da situação política, económica e social por que passa o povo saharaui."
Entre os propósitos da Frente Parlamentar de Defesa do Referendo sobre Autodeterminação do Sahara Ocidental, está "fortalecer os laços políticos entre o Brasil e a República Democrática Árabe Saharaui para alcançar o estabelecimento de relações diplomáticas entre os dois países, como a maioria dos países latino-americanos". "
Pretende também "promover o intercâmbio de experiências parlamentares para o desenvolvimento das relações de cooperação Brasil-RASD, em matéria de questões políticas, económicas, científicas, educacionais, desportivas, culturais, ambientais e humanitárias".
A direção da Frente Parlamentar de Defesa do Referendo de Autodeterminação do Sahara Ocidental é constituída pelas seguintes personalidades:




Presidente: Deputado Vicentinho, Partido dos Trabalhadores – PT (dep.vicentinho@camara.leg.br).
Vice-presidente: Deputada Janete Capiberibe, Partido Socialista do Brasil - PSB.
Secretário-Geral: Deputado Rolando Lessa, Partido Democrático Trabalhista - PDT.
Tesoureiro: Deputado Edmilson Rodríguez, Partido Socialismo e Liberdade - PSOL.
Vogal: Deputada Jo Moraes, Partido Comunista do Brasil. PCdoB.



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quarta-feira, 16 de maio de 2018

Governo francês intervém por Claude Mangin, esposa de preso político saharaui





Após quase um mês da greve de fome de Claude Mangin, esposa do ativista saharaui Naama Asfari, o governo e o presidente francês pedem a Marrocos que reconsidere a interdição de entrada desta cidadã francesa no território marroquino.
França pede agora a Marrocos que deixe a cidadã francesa visitar o seu marido, um ativista de direitos humanos que defende a independência do Sahara Ocidental, e segundo declarações oficiais de Jean-Yves Le Drian, chefe da diplomacia francesa, no passado 15 de Maio, segue “muito de perto” a greve de fome de Claude Mangin, uma professora de 62 anos.
Na terça-feira Jean-Yves Le Drian disse na Assembleia Nacional francesa em resposta às perguntas do deputado Jean-Paul Lecoq do PCF que ”as autoridades marroquinas foram contactadas várias vezes sobre o caso da Sra. Mangin para conseguir que ela viaje a Marrocos para poder visitar o seu marido”.
“Falei várias vezes, não só oficialmente, mas também pessoalmente com o meu colega marroquino”, disse o ministro das Relações Exteriores francês.
Claude Mangin, professora de história e geografia, de 62 anos, começou uma greve de fome em 18 de abril depois de ter sido impedida de entrar em Marrocos para visitar o marido Naama Asfari.
Jean-Yves Le Drian informou que o Presidente Emmanuel Macron, o Primeiro Ministro Edouard Philippe e ele próprio “estão informados” da situação e que querem que se saiba que ” estamos especialmente atentos e emocionalmente envolvidos neste assunto”, disse o ministro.

Fonte: Por Un Sahara Libre



domingo, 13 de maio de 2018

Onde esconde Marrocos o preso político saharaui Abdallahi Abbahah?





Desde o dia 7 de Abril que o preso politico saharaui Sidi Abdallahi Abbahah está em local desconhecido após ter sido levado pelas autoridades marroquinas descalço e sem quaisquer pertences da prisão de Kenitra.
Pensava-se que tinha sido transferido para a prisão de Tiflet2, tal como Mohamed Bourial, outro preso politico saharaui do grupo de Gdeim Izik.
A família e a advogada francesa Olfa Ouled não conseguiram, até ao momento, obter qualquer informação das autoridades marroquinas.
Sidi Abdallahi Abbahah foi condenado a prisão perpétua num julgamento sem um mínimo de garantias ou respeito pelos procedimentos jurídicos.
Abdallahi Abbahah denunciou as torturas a que foi submetido durante semanas após a sua detenção arbitrária em Novembro de 2010 em El Aaiún após o brutal desmantelamento do acampamento de protesto pacífico Gdeim Izik.

Fonte: Por un Sahara Libra



Assembleia da República aprova voto sobre o Sahara Ocidental




A Assembleia da República aprovou no passado dia 11 de Maio um voto de solidariedade com o povo saharaui pelo respeito e concretização do seu direito à autodeterminação. O voto foi apresentado pelo Grupo Parlamentar do Partido Comunista Português.

O texto apresentado pelo grupo parlamentar comunista afirma que uma solução justa e duradoura do conflito passa necessariamente pelo fim da ilegal ocupação dos territórios do Sahara Ocidental por parte do Reino de Marrocos e da sua política de desrespeito pelos direitos humanos.

O texto - aprovado com os votos favoráveis do PCP, PS, BE, Verdes e PAN, os votos contra do PSD e do CDS e a abstenção do deputado centrista João Rebelo - insta ainda o executivo português a "promover [uma] ação consequente" de "política externa" pela autodeterminação do povo saharaui face ao Reino de Marrocos.

Um "presentinho" de Sua Majestade para a classe dirigente da Guiné-Bissau !





90 jipes todo-o-terreno 4x4 novinhos em folha de «cadeau» (de 'regalo') foram oferecidos aos deputados da Guiné-Bissau, através da Presidência da República deste país africano.

O caso levantou uma grande zaragata entre a classe política de Bissau. Por se insurgirem contra esta declarada ingerência e compra de favores? NÃO! NÃO...por serem 120, e não 90, o número de deputados.

Paz à alma de Amílcar Cabral!

sexta-feira, 11 de maio de 2018

Marrocos expulsa membros da Emaús Internacional do Sahara Ocidental



El Aaiún (capital ocupada da RASD), 11 de maio de 2018 (SPS). Hoje, sexta-feira, as autoridades de ocupação marroquinas impediram uma delegação sueca de visitar as zonas ocupadas do Sahara Ocidental, onde pretendiam realizar uma reunião com membros da Associação Saharaui de Vítimas de Violações Graves cometidas pelo Marrocos (ASVDH).
A delegação era composta pelos cidadãos suecos, Caroline Nord e Juan Abergon, representantes da Emaús International, que planeavam fazer uma visita de trabalho ao Sahara Ocidental durante uma semana no âmbito da associação com a organização saharaui ASVDH e verificar o estado dos direitos humanos na região.
Os ativistas suecos foram expulsos de El Aaiún no mesmo avião em que haviam embarcado no aeroporto de Casablanca.
Embora as resoluções da ONU tenham exigido a Marrocos que abra o território a observadores internacionais, ativistas de direitos humanos e a jornalistas, a ocupação marroquina continua a vetar a entrada de qualquer observador internacional para continuar cometendo violações sérias de direitos humanos e reprimindo para os saharauis nas áreas ocupadas do Sahara Ocidental.
A Emaús International, criada por Abbé Pierre em 1971, é uma macro-organização formada por 350 organizações membros que trabalham em 37 países da África, América, Ásia e Europa e que lutam pelo respeito dos direitos humanos no mundo.

quinta-feira, 10 de maio de 2018

domingo, 6 de maio de 2018

As patranhas de Marrocos





Publicado a 5 maio, 2018 - Fonte: SPS / Por Pepe Taboada

Não é a primeira vez, nem será a última, que Marrocos acusa a Frente Polisario de ter ligações com grupos armados considerados em alguns casos como grupos terroristas. Já disse que o Movimento de Libertação Nacional Saharaui  recibeu apoio dos “Vietnamitas”, dos “Gadafistas”, que tinha nas suas fileiras comunistas e assessores cubanos, que estava ligada à Al Qaeda do Magrebe Islâmico (AQMI)… E agora chegou a vez do Hezbollah. É a estratégia do makhzen (o poder palaciano). Era de rir se não fosse o eco que acolhe de alguns países, dispostos a utilizá-lo como aliados noutros lugares distantes deste conflito.

Marrocos, desde há mais de 40 anos, que inventa fantasmas para tentar obter apoio para a sua ocupação do Sahara Ocidental e, de acordo com diferentes circunstâncias regionais e internacionais, tentar "desacreditar" a luta justa e pacífica do povo saharaui pela sua liberdade e independência. Marrocos quer evitar o processo de negociação com o Polisario instado pelo Conselho de Segurança na sua sua Resolução 2414 do passado dia 27 de abril, não quer negociar uma solução justa e sem precondições e não quer assumir a prorrogação de seis meses da MINURSO ara que conclua o processo de descolonização do Sahara Ocidental, de acordo com os princípios da legalidade internacional e da Carta das Nações Unidas.

Marrocos acusa, mas nunca apresenta provas, simplesmente calunia; ameaçou mostrar mercenários durante os anos de guerra, mas não apareceu nenhum; falou de instrutores militares, e eles também não apareceram, tudo isso para esconder a ocupação militar de um território que invadiu pela força. Mas em contrapartida, Marrocos recebeu assessoria e ajuda de outras potências para evitar a sua derrota militar sobre o terreno, como foi a construção do Muro da Vergonha, de mais de 2.700 quilómetros e com 7 milhões de minas compradas ou doadas por seus países amigos.

O governo marroquino juntou-se à coligação árabe liderada pela Arábia Saudita contra o Irão, tanto na frente síria quanto na iemenita, para onde Rabat enviou aviões de combate e soldados. Os saharauis não têm que pagar por estes disparates para justificar este alinhamento no Médio Oriente, estão fartos de mentiras e patranhas para evitar a procura de uma solução pacífica e duradoura, segundo o direito internacional, para um conflito de mais de 40 anos que se mantém graças ao apoio de algumas potências, em particular a França e a Espanha, que querem continuar a explorar os recursos naturais do Sahara Ocidental.

O governo saudita condenou a suposta interferência iraniana nos assuntos internos do Marrocos por meio da milícia terrorista Hezbollah, que envolve elementos do grupo Polisario para desestabilizar a segurança e a estabilidade de Marrocos, segundo a versão de uma fonte oficial do Ministério das Relações Exteriores saudita . Este é o objetivo, você me apoia lá, eu te apoio aqui; uma estratégia geopolítica que usa a luta legítima do povo saharaui como moeda de troca.

Nestes tempos em que, infelizmente, o radicalismo e o terrorismo internacional são notícias quotidianas, os saharauis deram provas mais do que suficientes de que confiam nas Nações Unidas, no diálogo e na procura de uma solução pacífica: optaram pela paz. No entanto, os inimigos do povo saharaui não poupam esforços para tentar manchar a resistência e a luta do povo saharaui.

As patranhas do regime marroquino nunca foram credíveis e agora tampouco. Num prazo de seis meses, Marrocos terá de se sentar em negociações com o único e legítimo representante do povo saharaui, a Frente Polisário, para procurar uma solução justa e definitiva para este conflito que dura há demasiados anos.

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*Presidente do CEAS-SAHARA (Coordenadora Estatal de Associações Solidárias com o Sahara - Espanha).



quinta-feira, 3 de maio de 2018

Sahara Ocidental: “No Dia Mundial da Liberdade de Imprensa” não temos nada a celebrar, “ESTAMOS AMORDAÇADOS”



"Vivemos AMORDAÇADOS"

3 de Maio 2018 - “ESTAMOS AMORDAZAD@S”. No dia Mundial da Liberdade de Imprensa, jornalistas saharauis denunciam que Marrocos os agride e os encarcera por exercerem a sua profissão no Sahara Ocidental ocupado. Comunicado do Centro Equipe Media de investigações e direitos humanos, desde El Aaiún Ocupada, Sahara Ocidental

Texto do comunicado:
Informar sobre o que acontece no Sahara Ocidental ocupado desde 1975 por Marrocos tem um preço muito alto para os jornalistas saharauis. Em nome da Equipe Media, um coletivo de jornalistas/as que trabalha na clandestinidade alertamos de que o risco na nossa profissão aumentou enormemente desde que as autoridades marroquinas se deram conta do impacto que podem ter as imagens por nós captadas, que mostram a resposta violenta e desproporcionada da polícia marroquina contra civis saharauis que se manifestam pacificamente pelo seu direito à autodeterminação, reivindicando direitos sociais, económicos e culturais.

Essas imagens voam através das redes sociais e chegam a cada vez órgãos de comunicação e organizações internacionais que monitorizam os direitos humanos no Sahara Ocidental, um território que a que não podem aceder fisicamente. Só em 2017, Marrocos deportou ou negou a entrada a 20 pessoas, e organizações como a Amnistia Internacional e a Human Rights Watch veem-se impedidas de trabalhar no terreno.

Trabalhando sem cobertura legal, os coletivos de jornalistas também registam violações de direitos como a pilhagem dos recursos naturais, extraídos e vendidos por Marrocos sem o consentimento da população saharaui. Organizações saharauis denunciam que a população saharaui sofre a discriminação laboral e económica e que os frutos da pilhagem apenas beneficiam o regime e os seus apaniguados, enquanto os empregos são quase exclusivamente destinados a colonos marroquinos que vivem no Sahara.

"Seguem-nos, espionam-nos, ameaçam e perseguem as nossas famílias, roubam o nosso equipamento, atacam-nos, detêm-nos e interrogam-nos, maltratam-nos e torturam-nos sob custódia, acusam-nos de falsas acusações, julgam-nos sumariamente, aprisionam-nos. Mas continuaremos a fazer o nosso trabalho, porque a nossa missão é quebrar o silêncio e informar o mundo sobre o que acontece diariamente no Sahara Ocidental ", Bachar Hamadi da Equipe Media.

A equipe Media publicará em breve o seu relatório anual sobre a liberdade de imprensa no Sahara Ocidental.

Na sexta-feira, 28 de abril, o Conselho de Segurança da ONU renovou por mais seis meses o mandato de sua missão no Saara Ocidental, conhecida como MINURSO (Missão das Nações Unidas para o Referendo no Sahara Ocidental), sem dizer uma palavra sobre a falta de liberdade de expressão, de informação e imprensa existente no território, assim como as duras condições em que se encontram os presos políticos saharauis, entre os quais há jornalistas.

Marrocos proíbe os saharauis de terem órgãos de informação livres que mostrem as violações que sofremos sistematicamente das forças de ocupação. Os membros da ONU estão sob a égide da MINURSO na região.

Exortamos a ONU a garantir os direitos dos jornalistas e o direito de trabalhar no território. O Sahara é um território não-autónomo e, como tal, enquanto não for descolonizado, a vigilância dos direitos humanos deve ser da competência da ONU.

Pedimos à comunidade internacional que exija a Marrocos que pare de nos assediar e nos prender por fazermos o nosso trabalho, que liberte os nossos camaradas na prisão e permita a entrada de jornalistas e observadores de direitos humanos na nossa terra.

No Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, dizemos que no Sahara Ocidental não há nada para celebrar.

O jornalismo saharaui nos territórios ocupados foi criado para quebrar o bloqueio informativo e mostrar ao mundo o que está a acontecer no Sahara Ocidental. Apesar dos materiais utilizados serem rudimentares e da limitada formação, estes coletivos levam longe as vozes do povo saharaui através dos seus sítios na net, blogs e redes sociais.

Além da Equipe Media há vários coletivos de jornalistas no Sahara Ocidental. Todos eles trabalham de maneira clandestina.

– Smara News
– Red De activistas
-SCMC
-Maizirat
-Salwan Media
-Bentili
– Também há correspondentes da RASD TV e da Radio RASD (com sede nos acampamentos da população refugiada saharaui Nos arredores de Tindouf) em todas as cidades saharauis sob ocupação.

quarta-feira, 2 de maio de 2018

O Irão e o Hezbollah: Polisario acusa Marrocos de "mentiras" e exige que apresente provas



Cartoon de Dilem

Argel, 1 de maio (EFE) - A Frente Polisario qualificou hoje como "uma mentira profunda" a alegação de Marrocos de que coopera com o Irão no campo militar e desafiou Rabat a apresentar provas de suas "falsas alegações".

Em declarações à Efe, o porta-voz do Polisario, Mohamad Hadad, disse que jogada de Rabat se deve a um "mesquinho oportunismo político" com o qual pretende "evitar a negociação que a ONU deve fazer" sobre a questão do referendo pendente desde o acordo de cessar-fogo de 1991.

O governo marroquino anunciou esta terça-feira a rotura das relações diplomáticas com o Irão, a quem acusa de armar, financiar e formar a Frente Polisario através do Hezbollah, o partido xiita que domina no Líbano

A decisão chega apenas 24 horas depois de o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu ter acusado o Irão de fabricar armas nucleares e "obedecer a uma estratégia política similar", lembrou à agência Efe outra fonte da Polisário.

“A resolução (da ONU que pede para que sejam retomadas as negociações) deixou-os loucos. Isso significa que precisam desesperadamente da ajuda dos Estados Unidos e de Israel. É uma decisão louca que tomaram justamente quando Israel afirma ter evidências sobre o projeto nuclear" do Irão, explicou a mesma fonte, que pediu para não ser identificada.

Na mesma linha, Hadad insistiu que "a Polisario nunca teve qualquer relação militar, nem recebeu armas ou manteve contatos militares com o Irão ou com o Hezbollah".

"É uma mascarada e uma grande mentira. Marrocos procura proteção para se desligar do compromisso de negociação "que deve levar a uma consulta sobre a autodeterminação da ex-colónia espanhola, conforme solicitado pela ONU", disse o dirigente saharaui.

“Desafiamos Marrocos a fornecer a menor prova. Marrocos vive numa perfeita loucura e não sabe como sair da obrigação de "dialogar", concluiu.

No dia 27 de abril, o Conselho de Segurança da ONU resfriou as aspirações de Rabat dando um período de seis meses a Marrocos e à Frente Polisario para retomar as negociações sobre o Sahara Ocidental, sublinhando a necessidade de avançar para uma solução "realista" "e viável ".

Com doze votos a favor e três abstenções (da Rússia, China e Etiópia), o Conselho de Segurança aprovou uma resolução que prorroga por meio ano o mandato do Minurso - a missão das Nações Unidas na ex-colónia espanhola - em vez de dos doze meses habituais.

Segundo os especialistas, com esse prazo mais curto, procura-se enviar às partes um "sinal" de que a ONU quer acabar urgentemente com o bloqueio e ver progressos nas negociações, conforme defendido pelos EUA, promotor da iniciativa.

Se não houver progresso, será necessário estudar o assunto em profundidade neste outono, porque não se pode permitir que se mantenha esta situação de bloqueio, advertiu Washington.

terça-feira, 1 de maio de 2018

Jira Bulahi: «A paz no Magrebe passa por uma solução do conflito do Sahara»


Jira Bulahi, máxima dirigente da Frente Polisario em Espanha

1 maio, 2018 - Fonte e foto: Diario Información / Por Pino Alberola

Com o conflito enquistado há mais de 40 anos, a representante da Frente Polisario em Espanha confia que, em breve, o seu povo possa decidir o seu futuro, «dê Marrocos ou não o seu braço a torcer»
Jira Bulahi é o equivalente a embaixadora dos saharauis em Espanha. Participou recentemente na Universidade de Alicante nas III jornadas sobre o Sahara Ocidental e as universidades públicas valencianas.


Qual neste momento a situação da causa saharaui?

Estamos num dos melhores momentos, já que ocorreram uma série de avanços e conquistas. A nível de África, foi-se consolidando a posição dos estados africanos em diferentes linhas. Por um lado, para a resolução do conflito, uma vez que perceberam que o Sahara é a última colónia e, portanto, é uma questão de soberania, uma mancha no avanço do território africano. Os estados africanos estão também preocupados com a situação política e a questão dos direitos humanos no Sahara.

Contam também com o respaldo da Europa?

Na Europa as várias sentenças dos tribunais de justiça deixaram patente as questões-chave que perpetuam esta violação dos direitos humanos. Estas sentenças deixam bem claro que qualquer pacto com Marrocos é aceitável sempre que não abarque os territórios saharauis. Deixa também claro que quem tem a soberania sobre os recursos desses territórios é o povo saharaui e que o representante desse povo é a Frente Polisario.

Acha que Marrocos irá dar o braço a torcer para acabar com este conflito que remonta há mais de 40 anos?

Este conflito vai ser resolvido. Se, finalmente, Marrocos vai dar o braço a torcer é algo em que não entramos, já que persiste em não querer ouvir e conta com o beneplácito de muitos países europeus. É uma questão de justiça e um exemplo para todos aqueles que pensaram que este conflito ia durar 4 dias e não há já 42 anos transitando de geração em geração. Por outro lado, o Marrocos tem muitos problemas internos. É um regime decadente que em 1975 procurou os recursos do Saara, não para o benefício do povo mas da própria monarquia.

Qual o papel da Espanha?

Espanha fomentou este conflito ao não concluir um processo de descolonização ou ao não entregar o território às Nações Unidas. Portanto, Espanha deve ser parte da solução e não do problema, porque a paz no Magrebe passa pela solução do conflito saharaui. Mas há uma Espanha oficial e depois há a cidadania, que é quem alivia o sofrimento da população refugiada, compensando o deficit da ajuda humanitária, a que infunde uma dose de incentivo à população. É a cidadania quem ajuda a a salvaguardar valores, como a língua, e é ela quem acolhe as crianças saharauis em suas casas, superando o tema da guerra.

Qual a situação atual do povo saharaui?

A crise afetou muito a ajuda humanitária e o desenvolvimento, o que afeta diretamente a cesta básica das famílias, embora os saharauis tenham aprendido que os reveses se convertem em vitórias, na medida em que ao fim e cabo saem sempre reforçados.