segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

"Não temos outra alternativa que continuar a lutar"


A activista saharaui Dagya Lachgar passou 12 anos na prisão; agora, aguarda um novo julgamento. Dagya Lachgar foi presa pela primeira vez em 1980. Nos doze anos que se seguiram, a sua vida foi um constante entra e sai de diferentes prisões marroquinas. Seu delito, o mesmo que o de tantos saharauis, uma intensa luta pela defesa dos direitos do seu povo. A sua última detenção teve lugar em Outubro de 2009, em pleno aeroporto Mohamed V de Casablanca, em Marrocos, quando regressava dos acampamentos de refugiados de Tinduf juntamente com outros seis activistas. Lachgar é a única mulher daquele que passou a ser conhecido como o Grupo dos Sete, do qual três dos seus membros continuam na prisão à espera de serem julgados.

"Marruecos nos detuvo tras una visita organizada para ver a nuestros familiares en los campamentos. El trato ya fue vejatorio e insultante desde el primer momento", explica la activista saharaui, que ha visitado estos días Euskadi invitada por el Ayuntamiento de Bilbao y la Coordinadora de Organizaciones Solidarias con la RASD 27 de Febrero, en el marco de la celebración del 35 aniversario de la proclamación de la República Árabe Saharaui Democrática. "Nos taparon los ojos, nos metieron a todos en un cuarto pequeño y para comer solo nos daban medio trozo de pan y un poco de agua por las mañanas". Estuvieron allí encerrados durante ocho días, sometidos a constantes interrogatorios por parte de las autoridades marroquíes. "Nos preguntaban cómo fuimos a los campamentos, por qué, así durante ocho días", rememora Lachgar, quien asegura que sufrieron un brutal "maltrato psicológico".

Tras ocho días, el grupo fue enviado ante un tribunal militar, acusado de traición a la patria, y, después, a la cárcel de Salé, cercana a Rabat. "Era una cárcel común, estábamos con presos comunes marroquíes en circunstancias penosas. Nos metieron en los peores cuartos, donde estaba la gente pinchándose, drogándose, fuera de sí. La cárcel de Salé está superpoblada y las condiciones de los reclusos son pésimas", explica la activista. El relato de Lachgar está lleno de dolor. Denuncia haber sido víctima de insultos, vejaciones, abusos por parte de las autoridades marroquíes.

"Me intentaron obligar a que me quitara la melfa y que me pusiera una vestimenta tradicional marroquí, pero yo me negué. Hay una persecución, incluso, a la vestimenta saharaui", denuncia. Los primeros 16 días que pasaron en la cárcel de Salé no recibieron ningún tipo de visita. Ni de familiares, ni de abogados. Estaban incomunicados e indefensos.
O grupo dos sete activistas saharauis presos em Outubro de 2009 quando regressavam de uma visita aos acampamentos de refugiados de Tindouf, Três deles continuam encarcerados.

1.500 kilómetros "Después de 16 días, tuvimos la primera visita de familiares y abogados, pero a través de una doble valla que nos separaba. Vino mi padre, de 85 años, a verme, y tuvo un trato también vejatorio. De hecho, las propias autoridades marroquíes se lo llevaron de vuelta al Sahara Occidental, los 1.500 kilómetros de distancia", asegura. Las condiciones en las que se encuentran los presos saharauis es una de las principales quejas de los familiares, que este mismo mes han realizado huelgas de hambre para denunciar estos abusos. Los prisioneros, todos ellos activistas, están privados de sus derechos como ciudadanos, no tienen las mismas condiciones que los presos comunes, sus familias tienen que viajar 1.500 kilómetros para poder verlos solamente 15 minutos a la semana a través de barreras que les separan y bajo la atenta mirada de cinco o seis policías marroquíes. La mayoría de estos presos, además, están siendo sometidos a tribunales militares, a pesar de que se trata de civiles.

Lachgar salió en libertad provisional cuatro meses después de su detención debido a su delicado estado de salud mental, después del maltrato psicológico sufrido, mientras que tres compañeros lo hicieron dos meses después. Hoy en día quedan en la cárcel Ali Salem Tamek, Ahmed Nasiri y Brahim Dahan a la espera de que se celebre el juicio.

Juicio El tribunal de Aaín Sbbah, en Casablanca, aplazó el pasado 11 de febrero, por segunda vez, el proceso al grupo de los siete, bajo el pretexto de una investigación adicional antes de dar su veredicto final. Según Lachgar, "están tratando de alargar el proceso para mantenerlos en la cárcel". "Están hostigando a los familiares y llamándoles a declarar. La hermana de uno de los detenidos, que vive en Italia, está obligada a prestar declaración el 24 de marzo", explica. La activista saharaui describe un clima de hostigamiento en los territorios ocupados, que se ha incrementado tras el desmantelamiento del campamento de Gdeim Izik el pasado 8 de noviembre. "Los seguimientos de militares y policiales son constantes, tanto de vigilancia en las casas, para saber quién entra y quién sale, como el seguimiento a los activistas. Ha habido detenciones masivas y se están haciendo juicios sumario en las zonas ocupadas".

Según Lachgar, en estos momentos continúan en prisión 151 activistas detenidos en noviembre, 20 de los cuales están siendo sometidos a juicios militares. "Todas estas prácticas llevan realizándose desde hace 35 años y buscan que el pueblo saharaui desista de su derecho inalienable a la autodeterminación y a la libertad". Ayer, era un día de celebración, la RASD cumplía años. Treinta y cinco años de lucha por una causa que se mantiene igual de viva. "Los saharauis no nos vamos a echar atrás porque ya hemos dado muchos hijos, hemos dados mucha sangre y hemos visto mucha tortura. No tenemos otra alternativa que seguir luchando", concluye, convencida de sus palabras, Lachgar.

Deia.com - Marta Martínez - 28 de Fevereiro de 2011

Desminagem nos territórios libertados: mais de 12.000 minas e engenhos explosivos desactivados e destruídos


Mais de 12.000 bombas e minas foram desactivadas e recolhidas numa área que abrange as zonas de Mhiriz e Tifariti (nos territórios libertados do Sahara Ocidental) anunciou hoje Sid Ahmed Ali, director da organização Acção contra as Minas.

Em comunicado à imprensa antes do início de uma operação de destruição de minas por uma unidade do Exército de Libertação do Povo Saharaui (ELPS), o chefe desta organização humanitária britânica disse em Tifariti que "esta área foi limpa durante o período entre 2006 e Fevereiro de 2011, concentrando-se em 57 localidades de Tifariti e 79 locais de Mhiriz.

Sid Ahmed Ali precisou que o reconhecimento do terreno a ser desminado na região de Tifariti teve início em 2008, excluindo, no entanto, a zona-tampão ao longo do muro de separação construído pela ocupação militar marroquina e que divide territórios saharauis em duas partes. Esta zona é tem 5 km de largura.

Acrescentou que nesta vasta operação cerca de 2.000 munições foram também neutralizadas. Sid Ahmed disse que a sua Organização começará uma nova operação de limpeza de 38 campos de minas identificados e definidos, antes de passar para a parte sul do território libertado.


Congratulando-se com a cooperação da Frente Polisario, Sid Ahmed disse que Acção contra a Minas tem uma equipa de 69 elementos no seu programa dedicado ao Sahara Ocidental.

Estes elementos têm recebido formação especializada no domínio da desminagem, primeiros socorros e cuidados de saúde avançados.

A organização é apoiada pelo centro de coordenação da ONU relativa a operações de desminagem, diversos doadores e pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da Noruega.
(SPS)

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Ano de ''oportunidade'' para os saharauis elaborarem estratégias para atingirem o seu objectivo – afirma M. Abdelaziz, presidente da RASD e SG da Frente Polisario


O ano de 2011, que será o ano da realização do 13.º congresso da Frente Polisario, dará a "oportunidade" ao povo saharaui de elaborar ideias e estratégias com vista a atingir o seu objectivo sagrado, afirmou hoje na localidade libertada de Tifariti, o Presidente da RASD, Mohamed Abdelaziz.

Mohamed Abdelaziz intervinha na abertura das festividades que marcam o 35.º aniversário da proclamação da República Árabe Saharaui Democrática (RASD).

"Hoje, o povo saharaui está confrontado com múltiplos desafios e enfrenta tarefas difíceis, sendo a continuação Intifada talvez a mais importante," acrescentou.

"Em todos os casos, os horizontes são abertos e promissores para enfrentar estes desafios", garantida que está a unidade do povo saharaui, o qual está preparado para todos os sacrifícios - sublinhou.

"As mudanças que hoje vive o mundo não significam outra coisa que a inevitável aspirações dos povos à liberdade e à emancipação". Esta cadeia de mudanças "não faz mais que consolidar a confiança nas nossas opções nacionais ". Abdelaziz sublinhou ainda que, fruto destas revoltas, ficou patente que a "resistência é "legítima" e "conduzirá inevitavelmente ao seu objectivo".

"É impossível garantir a estabilidade no Reino de Marrocos e da região, sem resolver o conflito do Sahara Ocidental em bases claras e transparentes que consolidem a democracia e o respeito pelos direitos humanos e dos povos", afirmou.

Mohamed Abdelaziz reiterou o pedido à ONU de "respeitar, sem mais delongas, os seus compromissos com a descolonização do Sahara Ocidental e proteger os cidadãos saharauis dos territórios ocupados face à repressão, às prisões e ao sequestro praticado pelas autoridades marroquinas".

Reiterou o "alargamento" do mandato da MINURSO, para que se consiga a protecção dos direitos humanos, acompanhar e informar sobre a sua situação."

Congratulando-se com a revolta pacífica nos territórios saharauis ocupados, o Presidente da RASD apelou à libertação dos mais de 200 presos saharauis detidos após o desmantelamento do acampamento de Gdeim Izik, no dia 8 de Novembro.

Pediu igualmente "que seja levantado o segredo sobre o desaparecimento de mais de 651 saharauis”.

Abdelaziz exortou a União Europeia a "proteger os recursos naturais do povo saharaui do saque intensivo praticado pelas autoridades de ocupação", convidando a EU a não assinar qualquer acordo com o Reino de Marrocos que abranja o território e as águas saharauis.

Várias delegações estrangeiras participaram de festividades que marcam o 35 º aniversário da proclamação da RASD, incluindo, entre outros, deputados e embaixadores de Cuba, Venezuela, Espanha, México, Colômbia e Brasil, líderes da União Africana, África do Sul, Guiné-Bissau, Nigéria e Vietname, assim como parlamentares, dirigentes de partidos políticos e ONGs da Argélia, França, Dinamarca e Alemanha.

(SPS)

Marrocos ateia o fogo na cidade ocupada de Dakla

Carros e habitações incendiadas por colonos marroquinas com a cobertura das forças policiais de ocupação

Ana Camacho, jornalista, ex-responsável pela cobertura do conflito do Sahara Ocidental no jornal EL PAIS, publica no seu blog “anrenas movedizas” (http://enarenasmovedizas.blogspot.com/) um artigo sobre os acontecimentos que se estão a passar em Dakla, cidade piscatória do sul do Sahara Ocidental ocupado.

Ana Camacho

Mientras todas las miradas están puestas en lo que pasa en Libia, una nueva batalla campal ha estallado en el Magreb, en Dajla, la Villa Cisneros de la antigua provincia española del Sáhara Occidental. Las noticias que llegan son alarmante no sólo por la gravedad de los hechos sino porque apuntan a que el incendio no lo prendió la justificable ira popular de los saharauis oprimidos sino una maniobra del Ministerio del Interior marroquí para frenar los disturbios que está habiendo en Marruecos, aunque Televisión Española no se haga eco de ello (sí lo hace, en cambio con las protestas en Argelia ¿por qué será?).

Tanto los testimonios que van llegando desde Dajla de las asociaciones de defensa de los derechos humanos como los testimonios de residentes allí que he podido recoger por teléfono, relatan que los disturbios no empezaron como se dijo en un primer momento como una protesta contra un festival cultural de adhesión promarroquí que estaba empezando en Dajla, sino con el asalto de las viviendas de los saharauis perpetrado por bandas de jóvenes procedentes de un gueto de colonos marroquíes (Uakala), aleccionados, entrenados, alentados y teledigiridos por la policía marroquí.

No es la primera vez que estas milicias civiles han actuado. Pero en esta ocasión, representantes del propio ejército y residentes marroquíes que no comparten esta estrategia, han reconocido a saharauis que han intentado mediar para acabar con los enfrentamientos que han seguido, que el terror sembrado por estos grupos es cosa de la policía: al parecer, se ha aprovechado para ello la retirada del grueso de las fuerzas militares hacia el norte, en previsión de un contagio de la explosión de la ira dentro de Marruecos. Los jóvenes colonos se han vuelto a convertir el Sáhara en un escenario de muerte y sufrimiento pero, sobre todo, han hecho saltar esa pequeña chispa que sólo requería la alta tensión para el polvorín prendiese fuego y se extendiese a otras localidades saharauis.

Hay muchos saharauis que me reconocen desde Dajla que la maniobra persigue ese escenario al que aludí el pasado día 18 (leer pinchando aquí), el de lograr que la revuelta que todos esperan en Marruecos empiece antes en el Sáhara Occidental para frenar con una llamada al patriotismo el tsunami en zonas como el Rif donde, la pasada semana ya se demostró que está el punto más caliente de la oposición al rey Mohamed VI. Muchos saharauis son conscientes de la trampa pero reconocen que las nuevas muertes, violaciones de mujeres y atrocidades han disparado una espiral de acción y reacción que va a hacer muy difícil parar a los suyos. Anoche, por lo visto, se habían montado barricadas en Dajla, los saharauis pedían armas e incluso hubo algún disparo. Pero ellos son como mucho 6.000 y los marroquíes 80.000.

Ali Lmrabet: “o fim da monarquia absoluta em Marrocos está aí…"

"Espanha deveria criticar Marrocos, mas nunca o faz porque teme que este país abra o fluxo de emigração. É incrível ouvir a Zapatero que Marrocos é uma excepção". Estas algumas das afirmações que o jornalista marroquino Ali Lmrabet faz na entrevista que concedeu ao «Opinion de Coruña« sobre a revolta no mundo árabe e, em particular, no seu país.

O jornalista Ali Lmrabet é dos que não se calam. Esteve na prisão por ter-se atrevido a fazer uma caricatura do rei Mohamed VI e a escrever contra a linha do regime em relação aos refugiados saharauis e desencadeou uma greve de fome para defender o seu direito, e do povo marroquino, a expressar-se livremente, mesmo que seja contra o monarca. Agora vê maravilhado como dezenas de millares de pessoas se atrevem a sair às ruas e criticar o rei e o seu regime. Sabe que a revolta está em marcha e que já não há volta atrás..


MAR FERRAGUT - ¿Qué pasa con las revueltas democráticas en los países árabes?

-Estoy muy sorprendido con lo que está pasando. En el mundo árabe siempre pensábamos que la democracia iba a llegar, pero no con esta rapidez. El mensaje más importante es que la gente ya está harta. Los pueblos árabes son como ustedes y quieren la libertad que tienen ustedes. Estas revoluciones además suponen el fin del mito fabricado por occidente de que esos dictadores son impresentables pero a la vez son el mejor modo de contener el islamismo. Nos hemos dado cuenta de una cosa maravillosa: es el pueblo, los jóvenes, en su expresión más pura, los que se están levantando para pedir algo que para usted es normal pero que para nosotros es extraordinario: libertad, igualdad y democracia.
Manifestação em Casablanca, 20 de Fevereiro

— ¿Qué cree que pasará en Marruecos?

— Algunos dicen que Marruecos será la excepción. La ministra de Exteriores, Trinidad Jiménez, un día dice una cosa y otro día dice otra. Sin ir más lejos, decía que la manifestación en Marruecos pasó con 'normalidad democrática'. Si ella piensa que Marruecos es una democracia, pues es el segundo descubrimiento más importante después del de América. Los países árabes no son iguales y las revueltas no van a tener los mismos puntos comunes, pero tenemos en común la lengua y los problemas, ya sean países pobres o ricos. Ya son tres dictaduras las que están cayendo. Ahora yo no sé cómo van a ir las otras revueltas pero la normalidad democrática que dijo la señora Jiménez no se cumplió porque hubo cinco muertos. En ciudades del norte de Marruecos mucha gente salió a la calle.
"O rei de Marrocos reina, governa, é o comendador dos crentes e é o maior empresário do país´..."

— ¿Se persigue derrocar al rey o evolucionar hacia una monarquía como la española?

— Yo apoyo la protesta pero no estoy en la organización, aunque el gobierno y algunos grupos lo estén diciendo. Los jóvenes que salieron a manifestarse el 20-F decían que no tenían ningún problema con el rey, si no con la monarquía, y que quieren ir de una monarquía absoluta a una parlamentaria. Pienso que entonces también hay un problema con el rey , porque es él el monarca absoluto, Mohammed VI. Ahora tiene una ocasión extraordinaria de transformar la monarquía en una parlamentaria. Pero creo que no ha entendido el mensaje porque ha dicho que los que han salido a la calle hacían demagogia. Por desgracia, el rey de Marruecos reina, gobierna, es el comendador de los creyentes y es el mayor empresario del país; Mohammed VI es a la vez el rey don Juan Carlos, Rodríguez Zapatero, Rouco Varela y Botín. Esto no es normal y hay que decírselo de una manera pacífica. No pedimos más de lo que tienen ustedes. Nosotros no tenemos ni seguridad social, yo vivo con el teléfono pinchado 24 horas, ¿quién puede vivir así? Muy poca gente.

— En el caso de Marruecos, ¿España se está posicionando de una manera diferente que con el resto de revueltas?

— Yo aconsejaría a España neutralidad, y que se dedique más a sus problemas económicos que a los problemas de Marruecos. Cuando escucho a Zapatero decir que Marruecos es una excepción pienso "¡ah, extraordinario!". Pero no es la excepción. Yo no digo que la revuelta vaya a ser mañana, pero los gérmenes de la revuelta, democrática y no islamista, están ahí, y tarde o temprano tendremos un país democrático.

— ¿Por qué el PSOE no recrimina nada a Marruecos?

— Por intereses económicos. España es el segundo inversor en Marruecos después de Francia. Y está el chantaje que hace Marruecos a España con el tema de la inmigración. Marruecos es un Estado policial y puede parar el flujo de la inmigración hacia Europa de manera policial, o si quiere puede dejar pasar a esta gente. España tiene este miedo. Pero Marruecos no es un santo y España nunca le critica, debería criticarlo de vez en cuando.

— ¿Cómo están reflejando lo que sucede los medios europeos?

— En Europa hay medios de comunicación importantes que minimizan lo que está pasando. Recuerdo hace años que hubo una manifestación que fue un éxito en Egipto, y era de 300 personas. En Túnez todo empezó con 1, 2, 3 personas. Y en Marruecos hemos tenido una manifestación muy importante. Los organizadores dicen 240.000, el Gobierno dice 40.000. Hay expertos que dicen que hubo 120.000 personas, lo que es importantísimo, y sin los islamistas, que no se han implicado. Y los islamistas de Justicia y Espiritualidad son la asociación que pueden congregar a más gente, y no se han implicado. Y ahora hay periódicos que dicen que sólo había mil personas. El rey dijo que no iba a ceder a la demagogia, pero Ben Ali, en Túnez, y Mubarak, en Egipto, también lo decían y han cedido al final. Hemos esperado años y podemos esperar algo más, pero el fin de la monarquía absoluta en Marruecos ya está aquí. Y respecto a las revueltas del mundo árabe podemos decir que ningún geopolítico, nadie, las había previsto. Todo el mundo se ha equivocado.

— ¿Es el momento de la revuelta para la mujer también?

— Túnez es un país pionero en la liberalización de la mujer. En Marruecos el actual rey hizo un estatuto de la mujer en el que elimina muchas restricciones, por ejemplo en el momento de casarse. Sobre el papel está todo perfecto, pero el problema es que no tenemos una justicia independiente y sí una tasa de analfabetismo muy alta. Más del 56% de la población es analfabeta y en las zonas rurales llega al 92%. Puedes tener el mejor texto del mundo, pero a la hora de aplicarlo no funciona. La solución será una democratización de Marruecos. No sé cuánto va a tomar, pero será la solución. El rey nombra al primer ministro. Nosotros podemos votar, pero el rey puede elegir a una persona que no ha sido votada y esto ha pasado muchas veces. Y hay que decir que el islamismo es parte de nuestra sociedad, pero no hay que darle una visión mala, hay islamistas radicales y una franja importantísima de islamistas que no son radicales.
Ali Lmrabet anima um mural no FACEBOOK muito interessante e muito visitado

— Prevé abrir un nuevo periódico digital. ¿No tiene miedo a sufrir nuevas represalias?

— Yo soy como un virus, le pones antibióticos, antibióticos y antibióticos, y al final el virus se vuelve resistente al antibiótico. A nosotros hace años que nos machacan, llega un momento en que ya no sientes nada.

— ¿Cómo valora el estado del periodismo en nuestro país?

—Aquí más o menos todo es igual. Supongo que existe también la censura y la autocensura. Y luego está el tema de los salarios, allá los periodistas ganan más.

Entrevista de Mar Ferragut

Comemorações do 35.º aniversário da proclamação da RASD


Mais de 400 delegações estrangeiras chegaram ontem, pelo fim da tarde, à localidade libertada de Tifariti para tomar parte nas festividades comemorativas do 35.º aniversário da proclamação da República Saharaui.

Entre as delegações, muitos embaixadores, personalidades políticas, deputados e representantes de movimentos de solidariedade com a causa saharaui através do mundo, bem como muitos repórteres de jornais, cadeias de rádio e televisão e correspondentes de agências internacionais.

As delegações são oriundas da Argélia, África do Sul, Angola, Nigéria, Guiné-Bissau, Espanha, Suécia, Austrália, Cuba, México, Noruega e Itália.

Uma delegação de 35 militantes saharauis dos direitos do homem dos territórios ocupados, chegou também ao acampamento do 27 de Fevereiro para participar nas festividades da proclamação da RASD.

35.º aniversário da RASD: Argélia solidária

O presidente argelino Abdelaziz Buteflika reafirmou ontem o apoio do seu país aos esforços da comunidade internacional para obter uma solução assente na autodeterminação do povo saharaui, em mensagem dirigida a Mohamed Abdelaziz, presidente da RASD e SG da Frente Polisario.

Buteflika reafirmou "o apego da Argelia à estrita aplicaçção da doutrina da ONU em matéria de descolonização, assim como o seu apoio aos esforços da comunidade internacional para promover uma solução baseada na autodeterminação do povo saharaui".

O presidente argelino expressou o desejo de que os encontros informais entre a Frente Polisario e Marruecos tenham "êxito" para que se reiniciem as negociações entre as duass partes.

(SPS)

Brutal intervenção do aparelho repressivo marroquino contra a população saharaui da cidade de Smara


Sexta-feira, na cidade de Smara, no norte do Sahara Ocidental ocupado, dezenas de desempregados saharauis concentraram-se em protesto diante da sede do paxá (Governador de Província) de Smara. Os manifestantes exigiam direitos laborais gritando palavras-de-ordem contra a política de marginalização practicada pelo regime marroquino em relação aos saharauis.

As forças de segurança marroquinas carregaram brutalmente sobre os manifestantes deixando um saldo de vários feridos, a maioria mulheres. Entre os feridos graves, Salka Badad, que foi evacuada de urgência para o hospital de El Aiun, a uma distância de mais de 100 quilómetros de Smara. Entre os feridos estavam também Hamia Mohamed Fadel, Mojatara Basiri, Mohamed Shecrud, Hamda Mamud, Lansari Abelahi, Elmougaf Ezahi, Hamuda Hamza, Mariam Elismaili, Mariam Nadir, Teslem Nadir, Lemneya Chej, Emana Lumahad e Sidi Zein Lumahad, este últimoem estado muito grave.

Fonte CODESA

Dakla, cidade no sul do Sahara ocupado: centenas de colonos marroquinos atacam a população saharaui


Na madrugada de Sábado, dia 26 de Fevereiro, concluído o festival organizado pelas autoridades marroquinas na cidade ocupada de Dakla, no que constitui em mais um intento de Marrocos de desvirtuar a identidade cultural saharaui e de tergiversar a verdadeira situação política que atinge a cidade de Dakla e todo o território saharaui ocupado, centenas de marroquinos escoltados por camiões das forças paramilitares, assaltaram os bairros onde vive a população saharaui, queimando carros, lançando centenas de botijas de gás, assaltando lojas e criando o caos na cidade. Ante esta situação de terror muitos saharauis abandonaram a cidade em Direcção ao deserto para evitar as agressões.

Os confrontos prosseguiram durante a tarde de Sábado.
Num primeiro balanço dos saharauis feridos assim como das famílias saharauis cujas casas foram atacadas e saqueadas, bem como as que viram os seus carros incendiados durante a madrugada, é possível já adiantar:


Família Aabla
Família Yahya
Família Makki
Família Masoud Balah
Família Asnayba
Família Mohamed Abdalahi
Família Elys
Família Mohamed Aamar
Família Chaybani
Família Charky
Família Ahl Moussa
Família Bachri Brahim
Família Sued Abba
Família Cheyakh
Abidha Uld Elys, cujo veículo foi incendiado
Chlayh Yahyaoui, cujo veículo foi incendiado
Agdafna Uld el waly, cujo veículo foi incendiado

Em protesto pelo ataque perpetrado pelos colonos marroquinos a população saharaui da cidade de Dakla realizou uma concentração pacífica às 9 da manhã na praça da mesquita, no Bairro Um Tounsi, para solicitar a protecção da comunidade internacional, assim como reivindicar o direito à autodeterminação do povo saharaui.

Às 5 da tarde teve lugar uma violenta intervenção policial contra os manifestantes saharauis, apoiada por colonos marroquinos que empunhavam bandeiras de Marrocos.

No momento em que foi divulgada esta informação, por volta das 20:30 horas de Sábado, ocorriam novos saques, invasões de domicílios, roubos e incêndios em casas de cidadãos saharauis no Bairro de Um Tounsi, sendo atingidas, nomeadamente as residências das Famílias de:

- Mohamed Fadel Semlali
- Mohamed Salem Hamanna, a quem também foi incendiado o carro
- Masaud
- e a tentativa de ataque contra a casa da família de Ahl Takrour

Fonte: resistência sahara e defensores dos DDHH

sábado, 26 de fevereiro de 2011

EL Aiun: famílias dos presos da Prisão Negra exigem a sua libertação


Famílias dos presos políticos saharauis na Prisão Negra organizaram ontem uma manifestação pacífica em frente ao Tribunal de Recurso da cidade de El Aiun, no Sahara Ocidental.


Trata-se de uma concentração que se vem repetindo há já várias semanas para exigir a libertação de seus filhos que participaram no protesto do acampamento de Izik Gdeim e que foi brutalmente desmontado pelo exército marroquino no dia 8 de Novembro de 2010. Os manifestantes percorreram a rua Smara empunhando fotos de seus filhos e familiares e entoando slogans exigindo a libertação incondicional de seus filhos e o termo da tortura, humilhação e privação de direitos básicos que constituem o quotidiano das prisões marroquinas.

*Fonte: activistas saharauis de DDHH

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

RÁDIO RENASCENÇA: A entrevista que não existiu?


Entrevistado pela Renascença, o antigo chefe da diplomacia de Marrocos apoia as manifestações no seu país e admite que não existe democracia nos países do Magrebe.
“É uma questão de dias”, diz à Renascença Mohamed Benaissa, antigo ministro dos Negócios Estrangeiros de Marrocos. Todo o Magrebe, incluindo Marrocos, vai acompanhar a onda de levantamentos populares registada na Líbia, na Tunísia e no Egipto, considera.

Porém, hoje, para grande espanto, a RR distribuía uma nota informativa onde afirma: "A Rádio Renascença entrevistou, na passada quarta-feira, o que pensava ser o ex-ministro dos negócios estrangeiros de Marrocos, com quem um nosso jornalista tivera anteriores e repetidos contactos profissionais.

Na tentativa de reencontrar os telefones da sua antiga agenda, o jornalista entrou em contacto com alguém que ostentava o mesmo nome, a quem perguntou expressamente se se tratava do ex-ministro dos negócios estrangeiros, com quem se encontrara e falara anteriormente, fazendo-lhe inclusivamente chegar a foto de um anterior encontro, para completa e mútua identificação.

Perante a resposta positiva, formulou o convite de entrevista sobre a situação no país, que gravou, via telefone, e posteriormente emitimos. Fontes por nós confrontadas para analisar o teor das afirmações proferidas (igualmente conhecedoras do verdadeiro ex-ministro) manifestaram-se também incapazes de detectar o erro.

Na sequência da emissão, a embaixada de Marrocos alertou-nos para o facto de não reconhecer a voz do ex-ministro nas declarações que nos tinham sido prestadas. Perante a denúncia, a Rádio Renascença tentou, de novo, confirmar a identidade do entrevistado, concluindo tratar-se de uma outra pessoa que abusivamente utilizou a nossa antena para fazer passar uma mensagem para a qual não tinha autoridade.

Lamentamos profundamente o erro. Apresentamos desculpas aos nossos ouvintes e ao povo marroquino, a cujos representantes já fizemos chegar o mesmo pedido"
. A entrevista que nunca existiu???!!!


"Países do Magrebe vão seguir os exemplos da Líbia e da Tunísia"

"Como em todos os países da região, esta vaga de levantamentos populares é contra a injustiça e pela liberdade de expressão, a que se juntam os factores desemprego, pobreza, interdição da liberdade de expressão”. Ou seja, “tudo o que respeita aos direitos do homem”, analisa o ex-chefe da diplomacia marroquina.

“Penso que todos os países do Magrebe vão seguir os exemplos da Líbia, da Tunísia, do Egipto, etc. É uma questão de dias. Mesmo Marrocos. Não é uma excepção a estes acontecimentos”, antevê.

Mohamed Benaissa apoia as manifestações que têm ocorrido no seu país, em defesa de reformas políticas e da liberdade de expressão, e lamenta que os protestos estejam a ser reprimidos pelo regime.

"Não temos democracia nos países do Magrebe"

"Estou de acordo com estas manifestações, só que, lamentavelmente, elas são reprimidas pelo poder e pelo regime. É uma forma de ditadura suavizada pelo multipartidarismo, mas a democracia... sabe, é uma vitrina. É uma montra, porque não temos democracia nos países do Magrebe”, afirma à Renascença, admitindo que o regime marroquino é repressivo.

“[É repressivo] como em todos os reinos, sobretudo no mundo árabe. Não sou eu que o digo, é a história que fala”, sustenta.
A ligação telefónica perdeu-se entretanto e não foi possível retomar a entrevista.
Em Marrocos, de acordo com as agências internacionais, já terão morrido, pelo menos, cinco pessoas em incidentes registados nas manifestações em defesa de reformas políticas e da limitação dos poderes do rei.

Pedro Mesquita – RR

Mohamed Benaïssa, nasceu a 3 de Janeiro de 1937 em Asilah, Marrocos. Político com um longo trajecto de proximidade ao regime, foi ministro dos Negócios Estrangeiros de Abril de 1999 a 15 de Outubro de 2007, sendo substituído pelo actual MNE Taieb Fassi-Fihri. Foi também ministro da Cultura de 1985 a 1992 e embaixador nos EUA de 1993 à 1999.

Exército marroquino ocupa a cidade de El Aiun



Se alguém, por lirismo ou ingenuidade, imaginasse que o Sahara Ocidental não sofre uma ocupação brutal, estas imagens da capital El Aiun logo o convenceriam do contrário!

Exige-se uma nova fase no relacionamento entre Portugal e Marrocos


Dois dias depois da discussão, no Conselho Europeu, sobre a possibilidade de prorrogar o Acordo de Pescas UE-Marrocos e no meio da convulsão política e social que percorre o norte de África e os países árabes, o Ministro dos Negócios Estrangeiros de Marrocos chegou hoje a Portugal em visita oficial.

Sucumbindo às pressões de Espanha, de Marrocos e da França, Portugal tem apoiado as teses marroquinas relativamente à descolonização do Sahara Ocidental, negando, de cada vez, as obrigações do Direito Internacional e a sua própria experiência e posicionamento no caso de Timor-Leste.

Mas o vento democratizador que sopra exporá a nova luz os sofrimentos e a luta do povo saharaui pelo reconhecimento efectivo dos seus direitos.

As mais importantes organizações internacionais de defesa dos Direitos Humanos têm denunciado fundamentadamente a intensificação, nos últimos meses, das violações dos direitos humanos do povo saharaui por parte das autoridades de Marrocos.

A comunidade internacional sabe, no entanto, que só a realização de um referendo, organizado e supervisionado pelas Nações Unidas, expressão da efectivação do direito do povo saharaui à autodeterminação, poderá pôr fim a estas violações. E só ele abrirá caminho à celebração de Acordos internacionais justos e transparentes (como o das Pescas, relativo às águas territoriais do Sahara Ocidental).

Portugal deve apoiar-se nos laços de amizade que tem forjado com o povo marroquino, assim como na autoridade moral e na competência diplomática que granjeou no processo de libertação de Timor-Leste, para aplanar o caminho que levará as negociações entre a Frente POLISARIO e o Reino de Marrocos a bom porto – ou seja, à concretização de uma consulta popular ao povo saharaui, livre e justa.

Esta nova fase pode começar hoje. Será parte da contribuição portuguesa para a democratização do mundo, para que a justiça prevaleça sobre a mentira, a opressão e o terror. Precisamos desta coerência e desta coragem.

Lisboa, 22 de Fevereiro de 2011
Associação de Amizade Portugal-Sahara Ocidental

BE critica visita inoportuna de MNE marroquino a Lisboa

O Bloco de Esquerda criticou hoje a visita “especialmente inoportuna” do ministro dos Negócios Estrangeiros de Marrocos a Lisboa e o “inaceitável silêncio” do Governo português sobre as “sistemáticas violações dos direitos humanos do povo saraui” por parte do reino marroquino.


Taïb Fassi-Fihri tem previsto um encontro com o chefe da diplomacia portuguesa, quarta-feira, no Palácio das Necessidades, em Lisboa.

A visita é “especialmente inoportuna” face ao “clima de tensão, violência e recomposição política que se vive no norte de África”, uma situação que se estende também a Marrocos. “Como demonstraram as grandes manifestações ocorridas este fim-de-semana em, pelo menos, 12 cidades do país, reclamando uma constituição democrática e o fim da monarquia absoluta de Mohamed VI”, lê-se num comunicado dos bloquistas.

No texto, o BE lembra que no último fim-de-semana, o governo marroquino “aumentou de forma muito significativa a presença militar em El Aiún, a capital do Saara Ocidental ocupado” e que foi nos arredores desta cidade que, em Novembro de 2010, “o exército marroquino desmantelou brutalmente o Acampamento da Dignidade de Gdeim Izik, originando a morte de, pelo menos, 11 pessoas e centenas de feridos e de desaparecidos”.

Para os bloquistas, “é inadmissível o silêncio do Governo português” sobre as “sistemáticas violações dos direitos humanos do povo saraui” por Marrocos, nomeadamente quanto ao seu “direito à autodeterminação, objecto de mais de 100 resoluções da ONU nunca cumpridas”, além das violações às “liberdades de expressão e de associação”, e da “sistemática discriminação socioeconómica”.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Palestinianos e Saharauis, proscritos do Império

Conferências 2011

Sábado, dia 26 de Fevereiro, às 15h

Intervenções de:
António Dores (PAGAN)
Shahd Wadi (Comité Palestina)
André Traça (Comité Palestina)
Alan Stoleroff
António Batista da Silva (Associação de Amizade Portugal – Sahara Ocidental)
João Falcão Machado (Frente Polisário)
Vítor Lima (PAGAN)

Organizadores:
PAGAN – Plataforma Anti-Guerra, Anti-Nato,
Comité de Solidariedade com a Palestina
Associação de Amizade Portugal – Sahara Ocidental

Local:
Junta de Freguesia de Carnide
Largo das Pimenteiras 6
Lisboa

Carris – autocarros 204, 703, 764, 767
Metro – estação de Carnide

http://maps.google.pt/maps/place?hl=pt-PT&um=1&ie=UTF-8&q=junta+freguesia+carnide+lisboa&fb=1&gl=pt&hq=junta+freguesia&hnear=Carnide,+Lisboa&cid=17542464568907966265

Ministro dos Negócios Estrangeiros de Marrocos visita Portugal com o conflito do Sahara Ocidental como pano de fundo

José Sócrates e José Luis Zapatero são cúmplices na exploração ilegal dos recursos pesqueiros do Sahara Ocidental

O ministro dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação de Marrocos, Taïb Fassi-Fihri, chega hoje a Lisboa para uma série de encontros com o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, com o Primeiro-ministro, José Sócrates, e com o Presidente da República. O conflito do Sahara Ocidental, que o Reino de Marrocos ocupa ilegalmente desde 1975, e a prorrogação do acordo de pescas UE-Marrocos, que inclui a espoliação dos recursos haliêuticos saharauis, deverão ser os temas fortes das conversações.

Taïb Fassi-Fihri é recebido amanhã, quarta-feira, 23 de Fevereiro, pelas 12:00 horas, no Palácio das Necessidades. Segundo nota do MNE, “esta visita insere-se no quadro do diálogo político regular e das estreitas relações de cooperação entre Portugal e Marrocos”. Na agenda — refere a nota — “constam igualmente temas de interesse comum relacionados com a participação de Portugal no Conselho de Segurança das Nações Unidas e com a actual conjuntura regional e internacional”.


O ministro marroquino Taïb Fassi-Fihri


Não é difícil constatar que um dos principais temas das reuniões será o conflito do Sahara Ocidental, que Marrocos ocupa ilegalmente desde finais de 1975, uma vez que Portugal tem agora assento no Conselho de Segurança da ONU e questão será profundamente debatida em Abril próximo, quando termina mais um mandato da MINURSO (Missão das Nações Unidas para o Referendo no Sahara Ocidental).

É de prever que também a prorrogação do acordo de Pescas EU-Marrocos seja debatida, tanto mais que a posição do Governo português tem sido de clara cumplicidade com a violação do Direito Internacional que constitui a inclusão das águas territoriais da antiga colónia espanhola no âmbito do referido acordo, ao contrário de países parceiros comunitários como a Dinamarca, Suécia, Finlândia e Alemanha.

O actual acordo concede 119 licenças à frota comunitária, das quais uma centena vão directas para Espanha e oito para Portugal. A UE concede ao Reino de Marrocos uma compensação de 36,1 milhões de euros anuais, reivindicando os saharauis e nomeadamente o seu movimento de libertação nacional, a Frente Polisario, que os recursos do Sahara Ocidental sejam excluídos do acordo. 80% das 101 embarcações espanholas beneficiadas pelo acordo de pesca opera nas águas do Sahara Ocidental, assim como o oito barcos portugueses beneficiários.

Amnistia Internacional – Portugal, a Associação de Amizade Portugal-Sahara Ocidental, o CIDAC – Centro de Intervenção para o Desenvolvimento Amílcar Cabral, o Graal, a International Platform of Jurists for East Timor (IPJET), a Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres e a Western Sahara Resource Watch (WSRW) subscreveram uma carta dirigida recentemente ao Primeiro-Ministro, José Sócrates, e ao ministro dos Negócios Estrangeiros reclamando a não inclusão das águas do Sahara Ocidental quer num novo acordo de pescas EU-Marrocos, quer na prorrogação do actualmente existente, o qual expira no final do mês. Aquelas organizações recordam: “Nada poderá justificar, perante o povo português, que o Governo não actue em relação ao Sahara Ocidental como o fez relativamente a Timor-Leste, já que a situação deste, antes da realização do referendo, era, à luz do Direito Internacional, a mesma em que agora se encontra o Sahara Ocidental”.

Greve de fome dos presos políticos saharauis da Prisão de Salé em Marrocos

Os activistas saharauis dos direitos humanos denunciam as condições infra-humanas a que estão sujeitos, detidos em isolamento em “celas individuais de castigo, onde faltam as condições básicas de vida, sem ventilação, sem luz do sol”. Durante todo o tempo “estamos sujeitos a todo o tipo de violências e ilegalidades, na forma de violência física (espancamentos), violência psicológica (insultos, gritos, humilhações), o permanente acosso" — afirmam. É do seguinte teor, a carta dos presos detidos na Prisão de Salé, perto da capital de Marrocos, que ontem entraram em greve de fome.



Nosotros los abajo firmantes militantes saharauis de los Derechos Humanos y prisioneros políticos saharauis en el contexto del desmantelamiento del campamento de Gdeim Izik y de las manifestaciones de Aaiún en el Sahara Occidental, y después de nuestra transferencia por orden del juez de instrucción de la corte Militar permanente Rabat en Marruecos, prisioneros en la cárcel de Salé, estamos aislados en celdas individuales de castigo , donde faltan las condiciones básicas de vida, sin ventilación, sin luz del sol. Todo el tiempo vivimos actos ilegales, en forma de violencia física (golpes), violencia psicológica (insultos, gritos, humillaciones), el acoso permanente.
Y estamos en estas condiciones insoportables y degradantes de la condición humana y aislados totalmente del mundo exterior, incomunicados, sin hablar de la provocación y del acoso y maltrato hacia nuestros familiares.
Frente a todo esto, y luego de agotar todos los medios y frente a la posición hermética de la dirección penitenciaria quien ha cerrado todas las puertas del diálogo, si continúa sosteniendo esta política de marginación y de indiferencia hacía nuestras reivindicaciones, hemos decidido dar comienzo a una huelga de hambre 21 y 22 de febrero 2011, de 48 hs, como una primera etapa dentro de un plan de lucha, para lograr atraer la atención sobre nuestro sufrimiento y nuestra tragedia y la atención de nuestras reivindicaciones, que se traducen en una sola, nuestros derechos son:

La visita abierta de amigos y familiares, y en una sala especial de visitas.
Atención sanitaria, cuidados, servicio médico, sobre todo teniendo en cuenta que muchos de nosotros sufrimos enfermedades crónicas.
Alimentación nutritiva y balanceada.
Derecho a estudiar, a leer, a aprender.
Contacto con el mundo exterior (Libros, diarios, TV, radio, etc)
Libertad de correspondencia tanto la enviada como la recibida.
Recreos de tiempo suficientemente largos.
Derecho a comunicarse por teléfono con familiares y con el abogado defensor.
Y por último llamamos a todos los saharauis y a todas las personas de conciencia y a todas las fuerzas democráticas del mundo que defienden los Derechos Humanos a apoyarnos en esta lucha por nuestro derecho a la dignidad, y ayudarnos a hacer presión sobre el estado marroquí hasta lograr la liberación de todos los prisioneros políticos saharauis en las cárceles de Marruecos.

Firman los militantes saharauis por los Derechos del Hombre y los prisioneros políticos
Saharauis:

Defensores de Derechos Humanos:
1) Ennama Asfari.
2) Ahmed Sbai
3) Sid Ahmed Lemjayed.
4) Abdallahi Lakhfaouni.
5) Mohammed Tahlil.
6) Bashir Khadda.
7) Hassan Dah.
8 ) Banga Cheikh.
9) Mohamed Lamine Haddi.
Miembros del Comité de Diálogo del campamento:
10) Abdallahi Toubali.
11) Mohamed Bourial.
12) Houssein Zaoui.
13) Daich Dafi.
14) Abdeljalil Laarousi
15) Sidi Abdel Rahman Zayou
16) Mohamed Bashir Boutenguiza (militante asociado a la presidencia de la asociación de desarrollo y compatibilidad de los inmigrantes)
17) Sidi Abdellah Abhah (militante asociado a la presidencia de la asociación de desarrollo y compatibilidad de los inmigrantes)
18) Mohamed Bani.
19) Mohamed Elayoubi.
20) Taqui Elmachdoufi.

Prisión local de Salé en Marruecos.
Fonte: Familiares dos Presos Saharauis

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Manifestações pela dignidade em Marrocos: vídeos


O 20-F já passou. Podemos falar já de factos e não de especulações. E que o vimos são impressionantes manifestações em todo o Marrocos contra a monarquia absoluta de Mohamed VI. Como uma imagem vale mais que mil palavras deixamos aqui alguns vídeos sobre as referidas manifestações.
Os manifestantes reclamaram que que seja revogado o artigo 19 da actual "Constituição" marroquina. Esse artigo, que é na realidade a VERDADEIRA "constituição" marroquina, é o fundamento pelo qual o rei concentra todos os poderes.

Carlos Ruiz Miguel, blog Desde el Atlántico

I. EL MAJZÉN HA TRATADO DE SABOTEAR LAS MANIFESTACIONES... Y DE REPETIR LA INTOXICACIÓN DE AKDAIM IZIK
Después de que el "brazo mediático" de los servicios secretos del majzén, la agencia MAP, hubiera "informado" falsamente ayer de que se "anulaba" la convocatoria del 20-F (como se informó en este blog), ahora, según la agencia AFP ha intentado infiltar a elementos violentos para causar el caos.
Así lo afirma la agencia AFP:

El domingo se produjeron incidentes en dos ciudades marroquíes, Marrakech (sur) y Larache (norte), luego de manifestaciones a escala nacional para pedir reformas políticas, indicaron fuentes concordantes.

En Marrakech, importante centro turístico, unas 150 a 200 personas que no participaron en la manifestación atacaron y saquearon comercios y lanzaron piedras contra un edificio público así como contra un restaurante McDonald's, según un colaborador de la AFP en el lugar.

Se produjeron incidentes similares en Larache, donde jóvenes atacaron edificios públicos, sobre todo un puesto de gendarmería y un puesto de aduanas, según varios testigos.

Las fuerzas del orden no intervinieron en ninguno de los dos casos.


En la página Hespress aparecen algunas fotos de estos asaltos por matones a sueldo del majzén.

En esta página se ve un video sobre estos actos de vandalismo.
"Curiosamente" ¡qué casualidad! contra una empresa española.

Pero hay indicios de qu el majzén puede haber intentado algo más.
Este video muestra cómo un vehículo policial intenta matar a un manifestante.
Se ha hecho circular como que es de la manifestación en Tánger....
Sin embargo, algunos alegan que es un video de las manifestaciones en Túnez.
Si esta segunda hipótesis fuera cierta, el majzén intentaría que algunos lo difundan para luego poder desmentirlo y así desacreditar a los manifestantes y a quienes les apoyan.
En esta segunda hipótesis se trataría así de repetir la operación de intoxicación que los servicios secretos marroquíes llevaron a cabo para desacreditar a los manifestantes de Akdaim Izik. Recordemos: "alguien" en las horas posteriores al asalto "coló" dos fotos que no eran del asalto. En el fragor de los acontecimientos algunos medios españoles reprodujeron esas fotos... y luego el majzén los desacreditó alegando que de forma "deliberada" esos medios intentaron intoxicar a la opinión pública. Típico cinismo del majzén.

II. BALANCE DE LAS MANIFESTACIONES SEGÚN LA PÁGINA WEB "LAKOM"
La página arabófona Lakome, ofrece el siguiente balance de participación:
En Marruecos:
- Rabat: más de 16.000
- Casablanca: más de 8.000
- Marrakech: más de 50.000
- Kenitra: 5.000
- Alhucemas: más de 50.000
- Tetuán: 50.000
- Tánger más de 10.000
- Uxda: más de 5.000
- Safi: más de 2.000
- Agadir e Inzigán: más de 60.000
- Tata: 1.000


Manifestaciones de marroquíes fuera de Marruecos:
- Madrid: más de 5.000
- El Aaiún: unos 1.000


III. VIDEOS DE LAS MANIFESTACIONES
Estos son los videos de las manifestaciones del 20-F en Marruecos:

1. Manifestación en Tánger:
http://www.youtube.com/watch?v=zHLlp2YwBF8
http://www.youtube.com/watch?v=s7E9DhCWpyU

2. Manifestación en Marrakech
http://www.youtube.com/watch?v=6kIBCKkOVeg
http://www.youtube.com/watch?v=ThH5QLD_PlQ&feature=player_embedded#at=23
http://www.youtube.com/watch?v=2eY8V_cIMP0&feature=player_embedded
http://bambuser.com/channel/Marouane82/broadcast/1434089

3. Manifestación en Mequinez
http://www.youtube.com/watch?v=i-SLNHp17v0&feature=player_embedded

4. Manifestación en Uxda
http://www.youtube.com/watch?v=bPRFPWQIt78&feature=player_embedded

5. Manifestación en Taza
http://www.facebook.com/video/video.php?v=143560392374117&oid=136874103028175&comments

6. Manifestación en Casablanca
http://www.youtube.com/watch?v=umPzW9b0DV8

7. Manifestación en Tetuán
http://www.youtube.com/watch?v=Q-jcsatTOM4&feature=player_embedded

8. Manifestación en autovía de Inzagán a Agadir
http://www.youtube.com/watch?v=FFYLmMHhNT8&feature=player_embedded

9. Manifestación en Beni Mellal
http://www.facebook.com/video/video.php?v=1911365783119&comments

10. Manifestación en Rabat
http://www.youtube.com/watch?v=LuRtRboldCc&feature=player_embedded

Milhares de pessoas manifestam-se em Marrocos reclamando mais democracia


A jornada de protesto popular começou de forma pacífica mas degenerou em violentos distúrbios em várias cidades

La jornada de protesta popular convocada para este domingo en Marruecos comenzó con manifestaciones pacíficas en varias ciudades marroquíes, pero ha deriva en disturbios violentos. Grupos de alborotadores e incontrolados han saqueado entidades bancarias, atacado comisarías y comercios con piedras e incendiado vehículos en Larache (noreste del país), Alhucemas y Tánger (norte) y Marraquech (sur).

La primera chispa prendió en Marraquech a primera hora de la tarde. Poco después, la manifestación pacífica que recorría las calles de Tánger -con unas 10.000 personas según los organizadores y unas 900 a juicio de la policía-, derivó en incidentes cuando un grupo reducido de personas empezó a lanzar piedras contra locales y la policía en la céntrica plaza de las Naciones, informa Mokhtar Atitar. La policía, que se mantuvo en un extremo de la plaza (lo más cercano a la comisaría central), disolvió al grupo de personas, que bajó por las calles adyacentes hasta la playa, procediendo al lanzamiento de piedras contra varios locales nocturnos del paseo marítimo y destrozos en el mobiliario urbano, así como al menos una sede de Amendis (compañía concesionaria de la luz y el agua, uno de los focos de la protesta) y varios vehículos, según han relatado a este periódico testigos presenciales de los incidentes. Ya durante la noche, las fuerzas antidisturbios y el grupo de descontrolados (una cincuentena) continúan jugando al ratón y al gato, si bien la policía no está empleando excesiva contundencia para disolverles, según cuentan a EL PAÍS vecinos de la plaza de las Naciones. La artería principal de la ciudad, el Boulevard Mohamed V, se cerró al tráfico y solo transitan vehículos de la policía, que ha reforzado notablemente su presencia en la ciudad.

Durante la mañana, en cambio, las protestas fueron pacíficas y la policía se limitó a observarlas desde lejos. El Gobierno ha reconocido que hubo concentraciones en demanda de democracia y en contra de los consejeros del rey Mohamed VI en al menos 12 ciudades del país. En Rabat, unas 15.000 personas tomaron el centro de la ciudad, según los organizadores (2.000, según la agencia de prensa oficial marroquí) para exigir reformas y una Constitución democrática, y no para formular reivindicaciones sociales.

Estimaciones de la prensa independiente marroquí calculan que el número de manifestantes se situó en la capital en torno a los 8.000. El ambiente en Rabat fue relajado y en la concentración, en la que no se vieron símbolos islamistas, se mezclaban las clases sociales, aunque sobre todo había personas de clase media, familias con niños y gente joven.

Asistencia desigual en las ciudades

El centro de las demás ciudades del país también ha sido recorrido por cortejos de protesta integrados por miles de manifestantes, como en Casablanca, Oujda, Alhucemas o Marraquech o por centenares, como en Tánger y Kenitra. En Casablanca, los manifestantes gritaban "Libertad, dignidad y justicia" además de "menos poder para la monarquía", "El rey debe reinar y no gobernar" y "el pueblo quiere una nueva Constitución", informa la agencia AFP. La policía, desplegada desde anoche, se mantiene de momento relativamente discreta y en primera línea.

La protesta había sido convocada por jóvenes en Facebook, pero contaba con la adhesión de varias ONG de derechos humanos, de pequeños partidos de izquierda, de las bases de algunos sindicatos y de las juventudes del movimiento islamista Justicia y Espiritualidad que es ilegal, pero goza de cierta tolerancia.

Los vientos de cambio que soplan sobre el mundo árabe desde hace dos meses y que han llegado a Marruecos no pueden ser medidos tanto por el número de participantes, escaso en algunas ciudades, como por el atrevimiento de las pancartas y de los eslóganes coreados por la muchedumbre. "Majidi dégage!" (¡Majidi lárgate!) gritaba, por ejemplo, la multitud en francés adaptando a la realidad marroquí el eslogan coreado por los tunecinos contra Ben Ali justo antes de que huyese de su país. Mounir Majidi es el secretario particular del rey Mohamed VI y entre sus tareas figura el administrar la fortuna de la familia real.

"¡Dictadura lárgate!", "¡No a las instituciones ilegítimas!" y también "SNI ONA out", rezaban en inglés varias pancartas exhibidas por los manifestantes refiriéndose a los dos consorcios empresariales de la monarquía. No hubo, sin embargo, ningún ataque directo contra el monarca, pero cuando un transeúnte ha querido incorporarse a la manifestación con su retrato fue expulsado manu militari.

Democracia

Las protestas, convocadas a través de la red social Facebook, son las primeras en las que los ciudadanos piden democracia, el fin de la corrupción y la dimisión del Gobierno.

Las comunicaciones a través de Internet son muy limitadas y tampoco ha sido posible hacer un seguimiento de las manifestaciones a través del canal de televisión Al Yazira, ya que su emisión ha sido suspendida. La policía impide el acceso a Rabat también por carretera y mantiene un control en el puente que une la capital y Salé, feudo de Justicia y Caridad, partido islámico.

En las horas previas al domingo los jóvenes convocantes en Facebook recabaron nuevas adhesiones a la convocatoria de protestas, sobre todo de las secciones sindicales en muchas de las provincias, que se añaden a las de las juventudes del principal movimiento islamista, de pequeños partidos de izquierdas y a las ONG. ç

También se detectaba entre sus seguidores cierta preocupación por el riesgo de que los actos vandálicos registrados en Tánger pudieran empañar el conjunto de las protestas. Varios cientos de jóvenes se anticiparon a la convocatoria y salieron a la calle en esta ciudad del norte de Marruecos el viernes por la noche, instigados por la rama marroquí del movimiento antiglobalización ATTAC, que reclama la imposición de tasas a las transacciones financieras internacionales. Su protesta empezó con una sentada en la plaza de las Naciones, pero después intentaron desfilar por el centro de la ciudad y se toparon con una barrera policial.

Los jóvenes rompieron las lunas de decenas de vehículos y apedrearon una comisaría, pero su principal objetivo fueron los símbolos de las empresas extranjeras que firmaron grandes contratos con el Ayuntamiento de Tánger, empezando por la francesa Amendis, filial de Veolia, que proporciona luz y potabiliza el agua de la ciudad. Un autobús de Autasa (del madrileño Grupo Ruiz) y camiones de TecMed (filial de Urbaser), que recoge las basuras, fueron también atacados.

A 40 kilómetros al sur de Tánger, en Arcila, Mohamed Benaissa, el exministro de Asuntos Exteriores de Marruecos, se llevó un susto de muerte cuando decenas de jóvenes apedrearon su domicilio cuya primera puerta forzaron. Gritaron: "¡Que caiga Benaissa!", parafraseando un eslogan coreado en Egipto contra Hosni Mubarak. La policía disolvió la concentración.

La prensa afín al régimen recoge, en cambio, con grandes titulares el rechazo a manifestarse por parte de las direcciones nacionales de los sindicatos, de los partidos de la coalición gubernamental y también de los islamistas más moderados así como de numerosas asociaciones. La agencia de prensa oficial MAP anunciaba incluso en portada que tres de los jóvenes inspiradores de la protesta en Facebook la desconvocaban para evitar que sea aprovechada con "fines espurios".

EL PAIS - Ignacio Cembrero - 20-02-2011

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Cidade de El Aiún converte-se em quartel militar


A Unidade Especial do Exército marroquino que entrou Sábado pela manhã em El Aiún aumentou a sua presença nas ruas da cidade, com o aumento do número de veículos.

Além de patrulharem as ruas e mercados, ameaçar os comerciantes e pedir-lhes que fechem as lojas, coisa que vêm fazendo todo o fim-de-semana, o exército deslocou os seus efectivos por várias zonas da cidade: avenida de Smara, toda a zona do aeroporto, o estadio de Shej Mohamed Lagdaf, em redor do porto de El Aiún (a 25 quilómetros da cidade), na praia de Fum Eluad e no troço que vai desde a zona do porto até à fábrica de cimento que se encontra a 5 quilómetros.

A unidade militar que está a controlar a província de El Aiún é constituída pelas tropas melhor preparadas do exército marroquino. Entre outros equipamentos, conta com veículos americanos Hummer e Hanvi, todos elos portadores de metralhadoras automáticas.

Os Movimentos sociais e a questão do Sahara Ocidental: isto vai!

As Assembleias dos Movimentos Sociais são momentos emblemáticos nos processos dos Fóruns Sociais Mundiais.

Aí se encontram centenas de activistas vindos das mais diversas partes do mundo trazendo as suas experiências e conhecimentos que nas suas particularidades e especificidades enriquecem a vontade comum de construir um mundo mais justo, mais equitativo, mais democrático, sob a bandeira de "um outro mundo é possível!".

No FSM deste ano, que teve lugar em Dacar (Senegal), a Declaração Final da AMS teve uma inovação. Aí é dito a determinada altura:

«Inspirados en las luchas del pueblo de Túnez y Egipto, llamamos a que el 20 de marzo sea un día mundial de solidaridad con el levantamiento del pueblo árabe y africano que en sus conquistas contribuyen a las luchas de todos los pueblos: la resistencia del pueblo palestino y saharaoui, las movilizaciones europeas, asiáticas y africanas contra la deuda y el ajuste estructural y todos los procesos de cambio que se construyen en América Latina.»

É a primeira vez, tanto quanto sabemos, que é feita uma referência explícita à luta do povo do Sahara Ocidental pelo reconhecimento do seu direito à autodeterminação e um apelo à solidariedade com a sua causa.

Importa lembrar que isso aconteceu num ambiente particularmente difícil. O facto de o governo de Rabat ter co-financiado a realização do FSM (ler aqui) deu-lhe a oportunidade de povoar o evento com os seus "homens de mão" cuja preocupação era a defesa da actual "unidade territorial".

O facto de a AMS ter começado a assumir como sua esta questão e de a ter associado ao dia de acção global de 20 de Março abre perspectivas animadoras para o futuro próximo.

Veremos como os ventos que sopram na margem sul do Mediterrâneo alimentarão este "fogo".

Há-de ir.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

A quem beneficia o acordo de pescas União Europeia-Marrocos?


Artigo de Carlos Ruiz Miguel, Catedrático de Direito Constitucional da Universidade de Santiago de Compostela, publicado no seu blog Desde el Atlántico

Há uma pressão extraordinária para prorrogar a expoliação da pesca no Sahara ocupado: porquê? A ministra Rosa Aguilar diz que esta prorrogação beneficia os "interesses" dos "pescadores" supostamente espanhóis ou europeus. Há motivos para o duvidar. Os contribuintes europeus devem saber que o seu dinheiro não é utilizado para beneficiar os interesses dos europeus, mas outros interesses muito, muito mais obscuros.

I. EL GOBIERNO ESPAÑOL DESAFÍA EL DERECHO INTERNACIONAL PARA COMPLACER AL MAJZÉN DE MOHAMED VI.
El Gobierno de Rodríguez, junto al de Sarkozy (cuyos miembros están muy ocupados en ocultar los favores que les han hecho los sátrapas del norte de África), se está esforzando en presionar a la UE para que prorrogue un acuerdo pesquero de la UE con Marruecos que el servicio jurídico del Parlamento Europeo declaró ilegal en un dictamen del 11 de julio de 2009. Un dictamen que Doña Carmen Fraga Estévez, eurodiputada española hija de Don Manuel Fraga Iribarne, ocultó a la opinión pública. Sin embargo, Western Sahara Resource Watch (WSRW) lo descubrió y lo dio a conocer a la opinión pública europea en febrero del año pasado.

El acuerdo de pesca de la UE con Marruecos, firmado en el 2005 y que entreó en vigor en 2006 y que expira el 27 de febrero de 2011 es ilegal porque explota las riquezas naturales del Sahara Occidental sin que la población oririginaria ni consienta ni se beneficie de la explotación.
El Sahara Occidental es, según el Derecho Internacional, un territorio no autónomo, que no forma parte, ni nunca antes formó parte, de Marruecos según declaró el Tribunal Internacional de Justicia.

La población originaria del Sahara Occidental, que es la que consta en el censo de la ONU de diciembre de 1999, según el Derecho Internacional, tiene derecho a beneficiarse de las riquezas de su propio país y a que la mismas se exploten con su consentimiento.

En el acuerdo de pesca de la UE con Marruecos, se explotan las aguas del Sahara Occidental sin consentimiento ni beneficio de los saharauis inscritos en el censo de la ONU de 1999.

II. EL GOBIERNO ESPAÑOL MIENTE PARA JUSTIFICAR SU VIOLACIÓN DE LA LEGALIDAD
Como la ilegalidad del acuerdo de pesca es flagrante el gobierno de Rodríguez apela a unos imaginarios "intereses" españoles.
El pequeño problema es que los supuestos "interesados" han confesado públicamente que esto no es verdad.
Veamos.

Según Europa Press, la ministra ha dicho el 14 de febrero:

La ministra de Medio Ambiente y Medio Rural y Marino, Rosa Aguilar, ha señalado este lunes que su departamento ha estado trabajando "en todo momento" para conseguir la prórroga de al menos un año del actual acuerdo pesquero ente la Unión Europea (UE) y Marruecos, para ahora tener tiempo para trabajar y "defender con uñas y dientes" los intereses de los pescadores españoles.
En una entrevista en Canal Sur Televisión, recogida por Europa Press, Aguilar ha querido mandar un mensaje de "tranquilidad" a la flota española para que "esté segura y pueda salir cada día a faenar" después de que la Comisión Europea presentara su propuesta para prorrogar un año el actual acuerdo de pesca, que expira el próximo 27 de febrero.


Pero, ¿qué es lo que dicen los pescadores, los supuestos "interesados"?
Esto es lo que dijeron, apenas 3 semanas antes, los beneficiarios del expolio, también a la agencia Europa Press:

La flota gallega de palangreros que hasta hace unos cinco años obtenía "buenos resultados" faenando en aguas del Sáhara Occidental --en la captura de merluza y palometa, fundamentalmente-- lamenta la falta de recurso en el caladero desde entonces, por lo que demanda que se hagan estudios científicos para determinar las causas de la escasez, que "no se puede decir que sea por sobreexplotación".
Así lo ha expresado en declaraciones a Europa Press el responsable de la Asociación de Palangreros de Ribeira, José Ramón Blanco, quien ha indicado que en la actualidad sólo una embarcación de la localidad coruñesa se mantiene trabajando en la zona, pese a contar con siete licencias, ya que "el caladero no es rentable". "Muchos barcos tuvieron que amarrar o, los que pudieron, aguantaron y cambiaron de arte de pesca", ha relatado.

Si la situación de los palangreros es esta, el último acuerdo adoptado entre Marruecos y la Unión Europea (UE) en materia de pesca, que expira el 28 de febrero de este año, provocó "condiciones muy complicadas" para los buques que se dedican al arrastre, tal y como ha resaltado el responsable de la Asociación de Armadores de Marín, Francisco Teijeira, en declaraciones a Europa Press.


III. UN ACUERDO ILEGAL Y CONTRARIO A LOS INTERESES EUROPEOS
Lo visto pone de relieve que el gobierno de Sarkozy (cuyos miembros son tan amigos de todas las dictaduras árabes) y el de Rodríguez (que concentra su cariño en Mohamed VI) no sólo violan la legalidad internacional sino que lo hacen en perjuicio de los intereses europeos.

Sobre la ilegalidad del acuerdo no hay duda alguna.
Pero lo novedosoe es que el acuerdo además redunda en perjuicio de los intereses europeos. Los contribuyentes europeos pagan a Marruecos para que los pescadores europeos puedan expoliar la pesca del Sahara Occidental ocupado. Y sin embargo... ya ni siquiera pueden llevar a cabo el expolio porque toda la pesca se la llevan los colonos marroquíes que copan el sector pesquero en el Sahara Occidental ocupado.
El resultado es que la UE paga millones de euros para que los pescadores de la UE puedan teóricamente hacer algo... que en la práctica no pueden hacer.

Luego, si no hay intereses económicos que justifiquen el acuerdo:
¿por qué tanto interés en el mismo?
El interés es político. El interés es jurídico.
España y Francia quieren arrastrar a la UE a una complicidad en la violación del Derecho Internacional.
España y Francia quieren que la UE avale un hecho consumado brutal: la ocupación del Sahara Occidental.
¿Lo hacen sus dirigentes gratis?
Eso es lo que nos estamos jugando.

ADDENDUM
El grupo TWAWRA, que está destacando por su apoyo a la causa saharaui en los territorios ocupados ha lanzado una ciberacción contra la prórroga del ilegal expolio de la pesca saharaui.
Aquí se puede ver.

O general William Ward elogia o processo de diálogo em curso entre a Frente Polisario e Marrocos


O general William E. Ward, chefe do comando militar norte-americano para a África (Africom), elogiou sexta-feira passada o processo de diálogo em curso entre a Frente Polisario e Marrocos através das reuniões informais promovidas pela ONU.

"Penso que o prosseguimento do diálogo em curso entre a Frente Polisario e Marrocos, para se chegar a uma resolução é qualquer coisa que nós consideramos como muita positiva", afirmou a um jornalista durante uma conferência de imprensa realizada em Washington.

Sublinhando que se "trata de uma questão política", o general norte-americano elogiou igualmente os esforços do enviado pessoal do SG das Nações Unidas, Christopher Ross, para "contribuir para este diálogo e encontrar uma solução para esta situação".

Segundo aquele general, na medida em que as partes deste conflito "continuem a trabalhar em conjunto não obstante as suas diferenças, o diálogo ajudará a prosseguir na busca de soluções comuns". "Estamos encorajados com este diálogo e desejamos que ele prossiga", acrescentou.

Segundo a sua própria caracterização, o Comando dos EUA para a África (AFRICOM) “é um novo Estado-Maior militar americano dedicado exclusivamente a África”. Resulta de « reorganização da estrutura do Comando militar dos EUA (…), responsável na Secretaria de Defesa por todas as relações militares com as 53 nações africana”. (…) concentrar-se-á na prevenção de conflitos em vez intervir em guerras».
SPS, AAPSO

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Comunicado das famílias dos presos políticos saharauis da prisão de Salé-Rabat


Lo que están viviendo nuestros hijos y nuestros familiares presos políticos saharauis en la carcel de Salé en Marruecos, es el sufrimiento y la miseria degradante y trágica de la dignidad humana, se trata del total aislamiento del mundo exterior, en celdas unilaterales sin ninguna condición mínima de vida.

Los presos saharauis no tienen derecho a la luz solar, falta de ventilación, sin mencionar que sufren malos tratos, torturas, abuso verbal y el acoso por parte de los guardias y funcionarios de la administración.

Todo prisionero tiene derechos legítimos que son reconocidos por las Convenciones Internacionales relacionadas con la protección de los prisioneros. A pesar de esto la administración no escucha las repeditas quejas y peticiones de los reclusos, incluso viola los requisitos de la legislación marroquí que rige las prisiones 98/23. Esta administración ha cerrado todas las puertas del diálogo, ha preferido ignorar cínicamente sus justas demandas. Causando una catástrofe humanitaria que amenaza la integridad física, mental y su derecho a la vida, tal es el caso del preso político Mohammed Al Ayoubi (lesionado a causa de estas condiciones diarias y el trato cruel provocando una crisis psicológica grave).

Ante esta situación que viven nuestros hijos y nuestros familiares, en la prisión de Salé Marruecos y después de agotar todos los canales de diálogo con la administración de la prisión marroquí, el tribunal militar y la Dirección General de Prisiones, las familias de los presos políticos saharauis hemos decidido hacer una huelga de hambre durante 48 horas (18 y 19 de febrero del 2011) en la plaza Dchera el Aaiun, Sáhara Occidental, siendo nuestro objetivo principal la liberación inmediata para todos los presos políticos saharauis de todas las cárceles de Marruecos y del Sáhara Occidental y sin ánimo de conformarnos, pedimos lo siguiente:

- Visita, directa y abierta.
- El tratamiento y la atención de la salud.
- Nutrición equilibrada.
- Conocimiento y aprendizaje.
- Contacto con el mundo exterior (libros, periódicos, televisión, radio …).
- Libertad de enviar y recibir correo.
- Margen de tiempo suficiente de pausa para tomar sol y aire.
- Comunicación por teléfono con sus familias y abogados.

Esta huelga es sólo el primer paso, que será seguida por otras formas de manifestación en las ciudades del Aaiún Sáhara Occidental y Rabat en Marruecos, en el caso de que el gobierno marroquí continue la intransigencia, la dilación y la indiferencia hacia nuestras justas demandas, especialmente la liberación de nuestros hijos y familiares detenidos.

Conclusión y llamamiento a todas las personas de conciencia, defensores de los Derechos Humanos en todas partes del mundo y organizaciones internacionales de Derechos Humanos que nos apoyen en esta iniciativa para lograr la justicia a nuestros hijos y familiares en los cárceles marroquíes.

Con esta acción de resistencia civil pacífica, exigimos la inmediata liberación y sin condiciones de las y los presos encarcelados en la cárcel Negra de El Aaiun y en otras cárceles marroquíes.

Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda questiona o Governo sobre o Sahara Ocidental


O grupo parlamento do Bloco de Esquerda submeteu ontem duas perguntas ao Ministério do Negócios Estrangeiros acerca da continuidade do mandato da MINURSO e sobre o Acordo de Pescas da UE nos territórios ocupados do Sahara Ocidental.

Eis as questões colocadas ao MNE:

• Que posição tomará o Governo relativamente à prorrogação do Acordo de Pescas entre a União Europeia e o Reino de Marrocos de forma a salvaguardar o direito à autodeterminação do povo saharaui e a soberania sobre os seus recursos naturais?

• Tem o governo conhecimento dos relatórios apresentados pelo Reino de Marrocos à Comissão Europeia relativamente aos quatro anos de implementação do acordo? Em caso afirmativo, irá o Governo tornar públicos os conclusões desses relatórios?

• Está o Governo português decidido a, nos debates que terão lugar no Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre a renovação do mandato da MINURSO, não só apoiar tal renovação mas defender o seu alargamento à monitorização e garantia do respeito efectivo pelos direitos humanos fundamentais no território do Sahara Ocidental ?

Não à inclusão das águas saharauis no Acordo de Pescas UE-Marrocos: organizações escrevem a José Sócrates e ao ministro dos Negócios Estrangeiros


A Amnistia Internacional – Portugal, a Associação de Amizade Portugal-Sahara Ocidental, CIDAC – Centro de Intervenção para o Desenvolvimento Amílcar Cabral, o Graal, a International Platform of Jurists for East Timor (IPJET), a Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres e a Western Sahara Resource Watch (WSRW) subscreveram uma carta dirigida ao Primeiro-Ministro, José Sócrates, e ao ministro dos Negócios Estrangeiros reclamando a não inclusão das águas do Sahara Ocidental quer num novo acordo de pescas EU-Marrocos, quer na prorrogação do actualmente existente, o qual expira no final do mês. Aquelas organizações recordam: “Nada poderá justificar, perante o povo português, que o Governo não actue em relação ao Sahara Ocidental como o fez relativamente a Timor-Leste, já que a situação deste, antes da realização do referendo, era, à luz do Direito Internacional, a mesma em que agora se encontra o Sahara Ocidental”.

Eis o texto da carta:

Como Portugal sabe muito bem, porque actuou em conformidade com o Direito Internacional no caso de Timor-Leste, quando este território era ocupado pela República da Indonésia, “Qualquer potência administrante que prive os povos coloniais de Territórios Não Autónomos do exercício dos seus direitos legítimos sobre os seus recursos naturais… viola as obrigações solenes que lhe incumbem em virtude da Carta das Nações Unidas” (Resoluções 48/46 de 10 de Dezembro de 1993 e 49/40 de 9 de Dezembro de 1994).

No final deste mês de Fevereiro expira o Acordo de Pescas celebrado entre a União Europeia e o Reino de Marrocos. Dada a controvérsia gerada, não foi possível em tempo útil elaborar um novo Acordo. Por isso a Comissão Europeia pretende agora obter a aprovação do Conselho para negociar a prorrogação do Acordo existente, que inclui as águas do Sahara Ocidental, por um ou dois anos.

Um parecer do Serviço Jurídico do Parlamento Europeu, publicado em 2010, declara que as actividades pesqueiras actuais ao largo da costa do Sahara Ocidental são ilegais, em especial devido ao estatuto de Território Não Autónomo do Sahara Ocidental, na acepção do Artigo 73.º da Carta das Nações Unidas.

Como referiu recentemente a Comissária Europeia responsável pelos Assuntos Marítimos e Pescas, Sra. Maria Damanaki, devem antes ser apresentadas provas de que o Acordo de Pescas beneficia a população do Sahara Ocidental, porque «a exploração e a pilhagem dos recursos marinhos e de outros recursos naturais de Territórios coloniais ou não autónomos por interesses económicos estrangeiros, em violação das resoluções pertinentes da Organização das Nações Unidas, comprometem a integridade e a prosperidade desses Territórios».

Quase um ano depois de lhe ter sido solicitado, o governo de Marrocos enviou recentemente documentação sobre esta matéria à Comissão Europeia, mas o seu conteúdo não foi divulgado.

Finalmente, as mais importantes organizações internacionais de defesa dos Direitos Humanos têm denunciado fundamentadamente a intensificação, nos últimos meses, das violações dos direitos humanos do povo saharauí por parte das autoridades de Marrocos. Como também é sabido, todos os Acordos da União Europeia com países terceiros incluem cláusulas relativas à obrigatoriedade de respeito pelos direitos humanos.

Neste contexto, pedimos ao Governo português, no momento em que aumentam as suas responsabilidades no quadro da política externa em virtude da participação no Conselho de Segurança, que:

— solicite urgentemente à Comissão Europeia que torne públicos os relatórios elaborados por Marrocos sobre os supostos benefícios da pesca para o Sahara Ocidental;
— seja posto termo, de imediato, ao Acordo em vigor, visto que ele não exclui as águas pertencentes ao Sahara Ocidental
— dê o seu valioso contributo para que o direito do povo saharauí à autodeterminação seja efectivamente respeitado através da realização de um referendo, organizado e supervisionado pelas Nações Unidas, o que abriria caminho à celebração de Acordos internacionais justos e transparentes.

Nada poderá justificar, perante o povo português, que o seu Governo não actue em relação ao Sahara Ocidental como o fez relativamente a Timor-Leste, já que a situação deste, antes da realização do referendo, era, à luz do Direito Internacional, a mesma em que agora se encontra o Sahara Ocidental.

Junto enviamos, como referência, a carta enviada em Janeiro de 2002 ao Presidente do Conselho de Segurança pelo então Sub-secretário Geral das Nações Unidas para os Assuntos Legais, Hans Corell e que mantém toda a actualidade.

Agradecendo, desde já, a atenção prestada a este assunto da maior importância para a credibilidade de Portugal,
apresentamos os melhores cumprimentos.