sexta-feira, 25 de maio de 2012

Primeiro-ministro saharaui diz que a Polisario está disposta a libertar pela força os cooperantes sequestrados em Tindouf


Abdelkader Taleb Omar, primeiro-ministro da RASD

O primeiro-ministro saharaui, Abdelkader Taleb Omar, afirmou ontem que a Frente Polisario está disposta a "sacrificar a vida dos seus combatentes" para libertar os cooperantes espanhóis Enric Gonyalons e Ainhoa Fernández de Rincón, e a italiana Rosella Urru, sequestrados há sete meses nos acampamentos de Tinduf (Argélia).

Taleb Omar assegurou  durante a sua intervenção num seminário sobre o Sahara Ocidental em Madrid, que as notícias de que dispõe a Polisario é que Gonyalons e Fernández de Rincón "estão vivos".

Embora se tenha mostrando confiante de que em breve possam ser resgatados através das iniciativas que se estão a realizar, sublinhou a disposição das forças de segurança saharauis de intervirem caso seja necessário.

"A Polisario está disposta, inclusive a sacrificar a vida dos combatentes saharauis, para liberar os sequestrados porque estamos decididos resolver a questão. Mas também temos evitado pôr em perigo a vida dos sequestrados e por isso temos evitado até agora uma ação militar", referiu Taleb Omar.

"Temos todo o empenho e vontade de utilizar todos os esforços para os libertar sãos e salvos", sublinhou.

O dirigente da Polisario referiu-se ao sequestro dos cooperantes na inauguração das VI Jornadas das Universidades Públicas Madrilenas sobre o Sahara Ocidental, que realizam ontem e hoje em Madrid.

Taleb Omar referiu que a sua organização está cooperando ativamente com os governos dos países vizinhos no tratamento deste assunto.

Os espanhóis Gonyalons e Fernández de Rincón e a italiana Rosella Urru foram sequestrados no dia 23 de outubro num dos acampamentos próximos de Tindouf, no extremo sudoeste da Argélia. 

O grupo a quem se atribuiu a autoria do sequestro é o Movimento Unidade e Jihad  na África Ocidental, um ramo da Al Qaeda para o Magreb Islâmico (AQMI).

Taleb Omar reconheceu que os intentos para libertar os cooperantes complicaram-se complicado desde que os rebeldes tuaregs tomaram o controlo do  norte de Mali durante o mês de março, onde se pensa que se encontram os sequestrados.

O primeiro- ministro saharaui reiterou as suspeitas da sua organização de que Marrocos possa estar relacionado com "mão negra invisível" que perpetrou o sequestro.

Na sua opinião, "não é segredo" que Marrocos está a "exportar droga" através de grupos de narcotraficantes que operam no norte de Mali, que, por sua vez, estão ligados com as redes terroristas.

Apesar do dano causado com o sequestro, Taleb Omar assegurou que as ONG prosseguem com o seu trabalho nos acampamentos de refugiados.


EFE 

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