Os restos mortais do jovem saharaui Said Dambar foram
enterrados na manhã desta 2.ª feira no cemitério da cidade ocupada de El Aaiún,
Sahara Ocidental.
Familiares do jovem saharaui e muitos ativistas e ONG dos
direitos humanos no território ocupado por Marrocos denunciam o enterro do
jovem mártir saharaui, assassinado por um polícia marroquino a 22 de dezembro
de 2010 e cujo cadáver permanecia desde então na morgue do Hospital Ben El
Mehdi, de El Aaiún, à espera que se realizasse uma autópsia ao seu corpo. O
enterro foi levado a cabo ena manhã desta segunda-feira logo que o Departamento
do Procurador Geral do Rei do Tribunal de Apelação de El Aaiún enviou um grupo
polícias a notificar a família da resolução judicial.
Nestes mais de 17 meses a família deste jovem saharaui
exigiu um inquérito forense imparcial e justa para conhecer os acontecimentos
que rodearam a morte do jovem Said.
O Governo de Marrocos negou-se sistematicamente a aceder à
petição da família e de inúmeras organizações pro Direitos Humanos saharauis e
internacionais que exigiam a autópsia como medida previa ao seu enterro.
No documento deixado na casa da família de Dambar nesta 2.ª
feira , o Juiz do Tribunal de Apelação argumentava razões de saúde pública e de
falta de espaço na morgue para dar lugar à urgência de sepultar o corpo deste
jovem saharaui.
A família repudia esta ação ilegal do regime marroquino e anuncia
medidas judiciais para estabelecer o paradeiro do corpo do jovem Said. Faz um
apelo às organizações internacionais de direitos humanos para que exerçam
pressão sobre Marrocos a fim de esclarecer o assassinato do jovem por arma de
fogo, às mãos de polícias marroquinos.
Fortes contingentes de polícias e militares mantêm cercada e
controlada a casa da família e os lugares adjacentes assim como o cemitério da
cidade capital do Sahara Ocidental, impossibilitando a entrada a qualquer
pessoa à residência e ao cemitério.
A família do mártir saharaui denuncia o assédio policial e
paramilitar do grupo “Esquadrão da morte”, a membros da família, ativistas
saharauis e outras famílias que querem expressar a sua solidariedade ante esta
situação.
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