quarta-feira, 6 de junho de 2012

18 meses após o seu assassinato, autoridades marroquinas enterram Said Dambar clandestinamente sem o consentimento da sua família



Os restos mortais do jovem saharaui Said Dambar foram enterrados na manhã desta 2.ª feira no cemitério da cidade ocupada de El Aaiún, Sahara Ocidental.

Familiares do jovem saharaui e muitos ativistas e ONG dos direitos humanos no território ocupado por Marrocos denunciam o enterro do jovem mártir saharaui, assassinado por um polícia marroquino a 22 de dezembro de 2010 e cujo cadáver permanecia desde então na morgue do Hospital Ben El Mehdi, de El Aaiún, à espera que se realizasse uma autópsia ao seu corpo. O enterro foi levado a cabo ena manhã desta segunda-feira logo que o Departamento do Procurador Geral do Rei do Tribunal de Apelação de El Aaiún enviou um grupo polícias a notificar a família da resolução judicial.

Nestes mais de 17 meses a família deste jovem saharaui exigiu um inquérito forense imparcial e justa para conhecer os acontecimentos que rodearam a morte do jovem Said.

O Governo de Marrocos negou-se sistematicamente a aceder à petição da família e de inúmeras organizações pro Direitos Humanos saharauis e internacionais que exigiam a autópsia como medida previa ao seu enterro.

No documento deixado na casa da família de Dambar nesta 2.ª feira , o Juiz do Tribunal de Apelação argumentava razões de saúde pública e de falta de espaço na morgue para dar lugar à urgência de sepultar o corpo deste jovem saharaui.

A família repudia esta ação ilegal do regime marroquino e anuncia medidas judiciais para estabelecer o paradeiro do corpo do jovem Said. Faz um apelo às organizações internacionais de direitos humanos para que exerçam pressão sobre Marrocos a fim de esclarecer o assassinato do jovem por arma de fogo, às mãos de polícias marroquinos.


Fortes contingentes de polícias e militares mantêm cercada e controlada a casa da família e os lugares adjacentes assim como o cemitério da cidade capital do Sahara Ocidental, impossibilitando a entrada a qualquer pessoa à residência e ao cemitério.

A família do mártir saharaui denuncia o assédio policial e paramilitar do grupo “Esquadrão da morte”, a membros da família, ativistas saharauis e outras famílias que querem expressar a sua solidariedade ante esta situação.




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