quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Sahara Ocidental: uma das regiões no mundo com maior número de minas anti-pessoal



O Sahara Ocidental é uma das regiões no mundo com maior número de minas anti-pessoal, declarou em Londres o presidente da ONG "Action On Armed Violence", Steven Smith.

"O Sahara Ocidental é uma das áreas mais contaminadas que temos de lidar a nível mundial, mais de 2.500 pessoas foram vítimas de minas anti-pessoal e as necessidades são enormes, dada a escala do fenómeno na região", disse o Steven Smith.

"Queremos aumentar os nossos esforços no Sahara Ocidental para um melhor apoio às vítimas de minas anti-pessoal, 56% das quais ficam com sequelas para toda a vida", acrescentou o responsável.

A ONG "Action On Armed Violence", envolvida na remoção de minas e na assistência às vítimas de minas anti-pessoal a nível mundial, foi convidada por um grupo do Parlamento britânico a analisar o caso do Sahara Ocidental.

O objetivo da reunião era relatar a experiência da ONG na destruição de minas nos territórios libertados pela Frente Polisário.

Deputados de todos os partidos políticos, membros do Ministério dos Negócios Estrangeiros e ONGs britânicas assistiram à apresentação.

Steven Smith disse à plateia que a sua ONG tinha iniciado a limpeza do território em 2006, em colaboração com a Frente Polisario, e que a sua ambição era atingir dois objetivos: identificar os campos minados que representam um perigo potencial para as populações Saharauis e prosseguir, numa segunda fase, à desminagem, graças a equipas especializadas que estão no local.


 "Mas isso vai levar um longo tempo, dada a magnitude da tarefa", disse Smith. Para atingir esse objetivo o mais rápido possível e evitar mais vítimas, a ONG começou a treinar saharauis para ações de desminagem — disse Steven Smith —, que salientou que homens e mulheres do Sahara Ocidental se juntam a esta difícil tarefa, "perigosa, mas extremamente necessária", afirmou.

A discussão que se seguiu à apresentação do Steven Smith centrou-se em torno do financiamento da ONG, uma vez que a desminagem requer um treinamento especializado e caro, devido ao perigo que ele representa.
"O Governo da Noruega contribui em grande parte para o financiamento da ONG", disse Smith.

A grande questão foi levantada por deputados pela participação ativa do povo saharaui na tarefa. Os intervenientes elogiaram a iniciativa e renderam homenagem à mulher saharaui que participa, ao lado do homem, na luta pela independência.

O representante da Frente Polisário no Reino Unido, Mohamed Ali Mohamed Limam, presente na reunião, disse que o muro marroquino defensivo, que se estende ao longo de 2700 km e dispõe de mais de 5 milhões de minas anti-pessoal, representa a "face odiosa" da ocupação de territórios saharauis pelas forças marroquinas.

"Esse é o muro da vergonha", afirmou, sublinhando a ausência de vontade política por parte dos marroquinos para uma solução justa e pacífica da questão do Sahara Ocidental que continua a ser a última colónia em África. (SPS)

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