sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Comunicado dos presos políticos saharauis do Grupo Gdeim Izik



Na sequência da visita à prisão de Salé 1 de Mohammed Sabar, secretário-geral do Conselho Marroquino de Direitos Humanos nesta quarta-feira, 09/01/2013, e durante a reunião com a comissão de diálogo que representa os presos saharauis (grupo de Gdeim Izik), o senhor Sabar sublinhou que o Estado marroquino está totalmente preparado para o julgamento, sem qualquer atraso ou adiamento, tendo também enfatizado a necessidade da presença do preso político saharaui Mohamed Ayoubi, que se encontra em liberdade condicional. O senhor Sabar assegurou também que a sua organização seguirá todas as fases do processo, e que é provável que o tribunal pronuncie uma sentença sobre todos os membros do grupo.


Isto significa que as disposições estão já preparadas com antecedência e que o Estado marroquino vai voltar à sua política arrogante, ignorando uma vez mais as leis e convenções internacionais.

Queremos apelar à comunidade internacional e exigir ao Estado marroquino para que nos seja garantida a conformidade com todos os requisitos de um julgamento justo ou a nossa libertação imediata.

Desde a Prisão de Salé 1, os presos políticos saharauis (grupo de Gdeim Izik), proclamam à opinião pública internacional e local que:

1º - Apelam a todos as pessoas de consciência em todo o mundo a fazer um maior esforço e pressão sobre o Estado marroquino a fim de que cumpra todos os requisitos que garantam um julgamento justo;

2º - Solicitamos energicamente o envio de civis e ativistas defensores dos direitos humanos ao julgamento militar que terá lugar em Rabat no dia 01 de fevereiro.

3º - Reclamamos que o Estado marroquino deve abrir uma investigação justa e transparente sobre o que sofremos de tortura física e psicológica em todos os lugares secretos e instalações da Gendarmeria e da Polícia.

4º - Condenamos a segurança militar e o bloqueio informativo imposto nos territórios ocupados do Sahara Ocidental, e todas as medidas de repressão e intimidação que o ocupante marroquino ocupando inflige ao nosso povo.

5º - Condenamos a atitude de algumas potências internacionais, especialmente a França, que defende os direitos humanos em outros lugares e faz vista grossa para a sua violação no Sahara Ocidental.

6º - Apelamos à comunidade internacional a exercer pressão sobre o Estado marroquino para ampliar as funções da Missão das Nações Unidas para o Referendo no Sahara Ocidental (MINURSO) e incluir no seu mandato a proteção e supervisão dos direitos humanos, a libertação de todos os presos políticos e prisioneiros de guerra e a divulgação dos sequestrados e desaparecidos.

Presos políticos saharauis (Grupo Gdeim Izik)
Prisão local de Salé 1, Rabat
10/01/2013
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(1) O Conselho Marroquino dos Direitos Humanos é uma organização governamental que alegadamente tem por missão a promoção dos Direitos do Homem mas que não é mais do que uma instituição de fachada do regime. Foi criado a 3 de março de 2011 pelo atual rei Mohamed VI em substituição do não menos mal reputado “Conseil consultatif des droits de l'homme (CCDH)” criado por Hassan II em 1990.

Foto: Mohammed Sabar, secretário-geral do Conselho Marroquino de Direitos Humanos

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