Na sequência da visita à prisão de Salé 1 de Mohammed Sabar,
secretário-geral do Conselho Marroquino de Direitos Humanos nesta quarta-feira,
09/01/2013, e durante a reunião com a comissão de diálogo que representa os
presos saharauis (grupo de Gdeim Izik), o senhor Sabar sublinhou que o Estado
marroquino está totalmente preparado para o julgamento, sem qualquer atraso ou
adiamento, tendo também enfatizado a necessidade da presença do preso político saharaui
Mohamed Ayoubi, que se encontra em liberdade condicional. O senhor Sabar assegurou
também que a sua organização seguirá todas as fases do processo, e que é
provável que o tribunal pronuncie uma sentença sobre todos os membros do grupo.
Isto significa que as disposições estão já preparadas com
antecedência e que o Estado marroquino vai voltar à sua política arrogante, ignorando
uma vez mais as leis e convenções internacionais.
Queremos apelar à comunidade internacional e exigir ao
Estado marroquino para que nos seja garantida a conformidade com todos os
requisitos de um julgamento justo ou a nossa libertação imediata.
Desde a Prisão de Salé 1, os presos políticos saharauis (grupo
de Gdeim Izik), proclamam à opinião pública internacional e local que:
1º - Apelam a todos as pessoas de consciência em todo o
mundo a fazer um maior esforço e pressão sobre o Estado marroquino a fim de que
cumpra todos os requisitos que garantam um julgamento justo;
2º - Solicitamos energicamente o envio de civis e ativistas
defensores dos direitos humanos ao julgamento militar que terá lugar em Rabat no
dia 01 de fevereiro.
3º - Reclamamos que o Estado marroquino deve abrir uma
investigação justa e transparente sobre o que sofremos de tortura física e
psicológica em todos os lugares secretos e instalações da Gendarmeria e da Polícia.
4º - Condenamos a segurança militar e o bloqueio informativo
imposto nos territórios ocupados do Sahara Ocidental, e todas as medidas de
repressão e intimidação que o ocupante marroquino ocupando inflige ao nosso povo.
5º - Condenamos a atitude de algumas potências internacionais,
especialmente a França, que defende os direitos humanos em outros lugares e faz
vista grossa para a sua violação no Sahara Ocidental.
6º - Apelamos à comunidade internacional a exercer pressão
sobre o Estado marroquino para ampliar as funções da Missão das Nações Unidas para
o Referendo no Sahara Ocidental (MINURSO) e incluir no seu mandato a proteção e
supervisão dos direitos humanos, a libertação de todos os presos políticos e
prisioneiros de guerra e a divulgação dos sequestrados e desaparecidos.
Presos políticos saharauis (Grupo Gdeim Izik)
Prisão local de Salé 1, Rabat
10/01/2013
(1) O Conselho Marroquino dos
Direitos Humanos é uma organização governamental que alegadamente tem por missão
a promoção dos Direitos do Homem mas que não é mais do que uma instituição de
fachada do regime. Foi criado a 3 de março de 2011 pelo atual rei Mohamed VI em
substituição do não menos mal reputado “Conseil consultatif des droits de
l'homme (CCDH)” criado por Hassan II em 1990.
Foto: Mohammed Sabar, secretário-geral do Conselho Marroquino de Direitos Humanos
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