A Coordenadora Estatal de Associações Solidárias com o Sahara
refere que trata-se de salvaguardar a segurança dos cooperantes.
Em relação à evacuação de cooperantes dos acampamentos de
refugiados de Tindouf organizada pela Frente Polisario e pelo Governo argelino,
a CEAS-Sáhara quer precisar ante a opinião pública e os meios de comunicação o
seguinte:
1- A medida tem caráter preventivo ante o incremento da tensão
na zona, como consequência das ações de guerra levadas a cabo no Mali, e para
evitar tragédias como a produzida a passada semana nas instalações de gás de In
Amenas, junto à fronteira argelina com a Líbia.
2- A repatriação dos cooperantes não foi total e absoluta já
que se optou por manter a cooperação essencial e prescindir temporariamente da
ajuda necessária mas não considerada imprescindível nestas circunstâncias.
3- Esta decisão, destinada a proteger a segurança dos
cooperantes e a prevenir possíveis riscos potenciais ante a proximidade de um cenário
de guerra, não é em absoluto comparável à que adotou num momento recente, e com
carácter autónomo, o Governo espanhol. A conjuntura atual é claramente
diferente, pela sua maior perigosidade, e a decisão afeta os cooperantes de
todas as nacionalidades e não é uma ação improvisada e unilateral como a que
caracterizou a forçada retirada dos cooperantes espanhóis. Acontecimento,
então, que provocou a desestabilização e a confusão, favorecendo as posturas do
Reino de Marrocos, justamente o contrário do que se procura agora.
4- A resolução adotada não implica pôr em questão a necessidade
nem o valor de uma cooperação que a população saharaui necessita para a sua própria
subsistência mas dar prioridade, em primeiro lugar, à segurança dos cooperantes
e a prevenir a situação potencial de risco.
5- A existência dos acampamentos de refugiados, objeto da
atenção solidária da cooperação, é uma consequência da falta de decisão política
da comunidade internacional que continua a adiar, já por um período de trinta e
oito anos, a autodeterminação da sociedade saharaui como etapa imprescindível para
a descolonização do seu país. Situação de que é cúmplice o Estado espanhol ao não
assumir o seu papel legal como potência administrante, de jure, do território.
Daí que reiteremos a necessidade de que a comunidade
internacional proteja os direitos dos e das saharauis e possibilite que expressem
democraticamente a sua decisão livre e soberana. E que se impeça o abuso
judicial que se comete com os presos de Gdeim Izik, mais de dois anos submetidos
a prisão preventiva, e quem se procura agora criminalizar pela sua defesa dos direitos
do povo saharaui, reconhecidos legalmente pela ONU e ignorados pela ocupação militar
de Marrocos, com um julgamento em Tribunal Militar no próximo dia 1º de fevereiro.
Madrid, 23 de janeiro de 2013
Fonte: http://saharaindependiente.org
Coordinadora
Estatal de Asociaciones Solidarias con el Sáhara
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