quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Frente Polisario evacua cooperantes dos acampamentos de refugiados



A Coordenadora Estatal de Associações Solidárias com o Sahara refere que trata-se de salvaguardar a segurança dos cooperantes.

Em relação à evacuação de cooperantes dos acampamentos de refugiados de Tindouf organizada pela Frente Polisario e pelo Governo argelino, a CEAS-Sáhara quer precisar ante a opinião pública e os meios de comunicação o seguinte:

1- A medida tem caráter preventivo ante o incremento da tensão na zona, como consequência das ações de guerra levadas a cabo no Mali, e para evitar tragédias como a produzida a passada semana nas instalações de gás de In Amenas, junto à fronteira argelina com a Líbia.

2- A repatriação dos cooperantes não foi total e absoluta já que se optou por manter a cooperação essencial e prescindir temporariamente da ajuda necessária mas não considerada imprescindível nestas circunstâncias.

3- Esta decisão, destinada a proteger a segurança dos cooperantes e a prevenir possíveis riscos potenciais ante a proximidade de um cenário de guerra, não é em absoluto comparável à que adotou num momento recente, e com carácter autónomo, o Governo espanhol. A conjuntura atual é claramente diferente, pela sua maior perigosidade, e a decisão afeta os cooperantes de todas as nacionalidades e não é uma ação improvisada e unilateral como a que caracterizou a forçada retirada dos cooperantes espanhóis. Acontecimento, então, que provocou a desestabilização e a confusão, favorecendo as posturas do Reino de Marrocos, justamente o contrário do que se procura agora.

4- A resolução adotada não implica pôr em questão a necessidade nem o valor de uma cooperação que a população saharaui necessita para a sua própria subsistência mas dar prioridade, em primeiro lugar, à segurança dos cooperantes e a prevenir a situação potencial de risco.

5- A existência dos acampamentos de refugiados, objeto da atenção solidária da cooperação, é uma consequência da falta de decisão política da comunidade internacional que continua a adiar, já por um período de trinta e oito anos, a autodeterminação da sociedade saharaui como etapa imprescindível para a descolonização do seu país. Situação de que é cúmplice o Estado espanhol ao não assumir o seu papel legal como potência administrante, de jure, do território.

Daí que reiteremos a necessidade de que a comunidade internacional proteja os direitos dos e das saharauis e possibilite que expressem democraticamente a sua decisão livre e soberana. E que se impeça o abuso judicial que se comete com os presos de Gdeim Izik, mais de dois anos submetidos a prisão preventiva, e quem se procura agora criminalizar pela sua defesa dos direitos do povo saharaui, reconhecidos legalmente pela ONU e ignorados pela ocupação militar de Marrocos, com um julgamento em Tribunal Militar no próximo dia 1º de fevereiro.

Madrid, 23 de janeiro de 2013

Fonte: http://saharaindependiente.org

Coordinadora Estatal de Asociaciones Solidarias con el Sáhara

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