Segundo fontes dos próprios presos de Gdeim Izin, detidos da
Prisão de Salé, em Marrocos, o seu julgamento tem de novo data marcada: desta
vez é para o dia 1 de Fevereiro no Tribunal Militar de Rabat, pelas 9h00.
Os acusados, que se encontram há mais de dois anos na Prisão
de Salé à espera de julgamento, à excepção de El Ayoubi Mohamed que se encontra
em liberdade provisória, são:
1. Abdulahi Lakfawni, detido a 12/11/10 na Praia de Foum El
Oued.
2. Abdullahi Toubali, detido a 2/12/10 em El Aaiun.
3. Ahmed Sbai, detido a 8/11/10 em El Aaiun.
4. Babait Mohamed Juna, detido a 15/08/11 em El Aaiun.
5. Brahim Ismaïli, detido a 9/11/10 em El Aaiun.
6. Cheikh Banga, detido a 8/11/10 em Gdeim Izik.
7. Deich Eddaf (Daish Daf), detido a 3/12/10 em El Aaiun.
8. El Ayoubi Mohamed, detido a 8/11/10 em Gdeim Izik.
9. El
Bachir Khadda, detido a 5/12/10 em El Aaiun.
10. El
Houssin Ezzaoui, detido a 4/12/10 em El Aaiun.
11. Enaama Asfari, detido a 7/11/10 em El Aaiun.
12.
Hassan Dah, detido a 5/12/10 em El Aaiun.
13.
Lbakai Laarabi, detido a 11/09/12.
14. Laaroussi Abdeljalil, detido a 13/11/10 em Bojador.
15. Machdoufi Ettaki (Taki Elmachdoufi), detido a 8/11/10 em
Gdeim Izik.
16. Mohamed Bani, detido a 8/11/10 em Gdeim Izik.
17. Mohamed Bourial, detido a 8/11/10 em Gdeim Izik.
18.
Mohamed El Bachir Boutinguiza, detido a 19/11/10 em El Aaiun.
19.
Mohamed Embarek Lefkir, detido a 10/11/10 em El Aaiun.
20.
Mohamed Lamin Haddi, detido a 20/11/10 em El Aaiun.
21. Mohamed Tahili, detido a 5/12/10 em El Aaiun.
22. Sid
Ahmed Lemjiyed, detido a 25/12/10 em El Aaiun.
23.
Sidi Abdallah B’hah, detido a 19/11/10 em El Aaiun
24.
Sidi Abderahmane Zayou (Zayou Abdul Rahman), detido a 21/11/10 em El Aaiun.
Recorde-se que o acampamento Gdeim Izik, onde a população civil
saharaui se manifestou para reivindicar melhores condições de vida e o respeito
pelas resoluções da ONU e autodeterminação,
foi o precursor da "Primavera Árabe" e terminou com o seu desmantelamento
brutal por parte das forças de ocupação marroquinas na madrugada do dia 08 de
Novembro de 2010.
A acusação, contra os 24 presos políticos saharauis, exercida
pelo Procurador do Rei assenta nos seguintes itens:
a) Atentar contra a segurança interna de Marrocos.
b) Ocasionar a morte através do emprego da violência de
agentes marroquinos, imputada a 12 dos acusados.
c) Pertencer a uma organização armada.
d) Profanação de um cadáver em relação a 2 dos acusados.
e) Utilização da violência contra os representantes da força
pública no exercício das suas funções.
Este julgamento já foi adiado a 13/01/2012 e a 24/10/2012 sem
justificação legal para os referidos adiamentos. Esta inumana prisão preventiva,
com que Marrocos pretende processar os alegados incidentes ocorridos no Sahara
ocidental, é nula e, nos termos dos acordos internacionais assinados por
Marrocos, deveriam evitar essa prática cruel. Na aplicação destas convenções e
resoluções da ONU, o Tribunal marroquino não tem competência para processar
legalmente supostos atos cometidos fora do território marroquino, num
território cuja administração não cabe ao regime ocupante (Marrocos), mas a
Espanha.
A Associação de Amizade Portugal-Sahara Ocidental faz seu o
apelo da Fundación Sahara Occidental para que os observadores juristas e não
juristas, Instituições, Meios de Comunicação e Comunidade Internacional, assim como
os Organismos Internacionais de que depende o território, se façam representar
para a supervisão e observação deste processo político, exemplo da repressão brutal
do regime marroquino contra a população civil desarmada.
Fonte:
Presos de Gdeim Izik e Fundación Sahara Occidental
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