Antonio Masip e Willy Meyer, com ativistas saharauis dos direitos humanos, à entrada do Tribunal Militar de Rabat |
Antonio Masip, deputado europeu pelo PSOE, assistiu em Rabat, juntamente com Willy Meyer, eurodeputado pela Esquerda Unida de Espanha e vice-presidente do Parlamento Europeu, à segunda sessão do julgamento em Tribunal Militar dos 24 ativistas saharauis. O seu testemunho.
Foi emocionante o encontro com as famílias dos presos e, mais
ainda, a sua entrada na Sala do Tribunal com os dedos bem levantados em sinal
de vitória e as suas palavras-de-ordem gritadas em hassania e espanhol sobre a
independência, a liberdade do Sahara e a exigência de que a MINURSO controle a
violação dos direitos humanos no território.
No julgamento os advogados tiveram possibilidade de dizer o
que quiseram. São saharauis e marroquinos de Associações de Direitos Humanos, com
elevada qualificação profissional.
Invocaram a incompetência da juristição militar, a proibição
da nova Constituição marroquina para a existência de tribunais especiais, a tortura,
as declarações arrancadas pela violência, incluindo o estupro de um dos
acusados com uma garrafa e abuso de vários dos detidos
e - o ainda mais surpreendente -, que é o facto de um deles ter sido
detido antes mesmo de terem ocorrido os acontecimentos de Gdeim Izik. Um dos
que se auto-culpabiliza fá-lo com a impressão digital, embora se saiba que sabe
ler e escrever.
A reação das autoridades marroquinas é claramente contraditória.
Por um lado, querem manter uma imagem de moderação mas, por outro, comportam-se
tal como são, invasores, como ocupantes ilegais que, como colonialistas, cometem
abusos contra a população local.
Na rua, durante horas, as famílias saharauis estão presentes
e manifestam-se com a sua admirável capacidade de luta e tenacidade.
Fonte: Poemario por un Sahara Libre
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