O SG da ONU e o seu Enviado
Pessoal para o Sahara Ocidental, Christopher Ross, pressionaram as Nações
Unidas para resolverem o conflito saharaui na base da legalidade internacional a
fim de evitar os riscos de uma escalada.
É verdade que os anos puseram
em evidência as intervenções da França para entravar uma solução justa para
este conflito que é uma questão de descolonização.
A França, "pátria dos Direitos
do Homem", levada pelas suas estratégias neocoloniais, ignora os
sofrimentos do povo saharaui, os massacres a que foi sujeito e que continua a
ser alvo, o muro marroquino que o enclausura. Paris, ao contrário, reforça um
outro muro que cerca a questão saharaui, o muro mediático.
A França fez das Nações Unidas,
um terreno para realizar os seus planos hegemónicos e as suas ambições na região.
O Conselho de Segurança, finge colocar a questão saharaui na ordem do dia, mas
o relatório do SG é submetido à censura do embaixador francês junto da ONU.
Os cálculos da França são os
mesmos do que os de Marrocos. Pensam que com o tempo, acabarão por impor o
facto consumado da ocupação marroquina. Contudo, os factos estão aí e falam por
eles próprios. As novas gerações saharauis, são ainda mais determinadas do que
as dos seus antecessores. E os seus apoio militares, políticos e financeiros
não lhes faltam.
Têm como principal apoio a África,
guiada pela África do Sul, Argélia e Nigéria, os países que constituem a
vanguarda do continente negro em matéria de desenvolvimento económico e poder
militar.
Em Espanha, se os diferentes governos
se renderam face às pressões da França e o medo de um segundo 11-M [atentados
de 11 de Março de 2004 em Madrid], o povo espanhol acaba de se pronunciar pela
voz do conjunto dos partidos da oposição. Todas as correntes políticas espanholas,
à exceção do PP, o partido no governo, votaram no Parlamento uma resolução de
apoio ao direito do povo saharaui à autodeterminação e à independência. Um voto
que, pelo seu ‘timing’, é uma mensagem subliminar enviada ao Conselho de Segurança
que se prepara para se pronunciar sobre as derivas de Rabat que ousou expulsar uma
parte da MINURSO.
Por toda a Europa, os meios políticos,
o movimento associativo e as organizações de defesa dos direitos humanos estão
na linha da frente para mobilizar o maior número dos seus concidadãos em torno
da causa saharaui e para condenar o silêncio imposto pela França à ONU que visa
obrigar a comunidade internacional a aceitar renegar os seus princípios.
O pior dos erros seria o de pensar
que os saharauis são um povo sem defesa. Se Marrocos goza da aliança do Eliseu,
o povo saharaui tem os seus aliados e eles estão prontos a apoiá-lo com todos
os meios necessários para fazer face à ofensiva neocolonialista francesa.
Fonte: Diaspora Saharaui
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