quarta-feira, 13 de junho de 2012

Espanha: mundo da cultura apoia o saharaui Lafkir Kaziza, na sua greve de fome que dura há doze dias



O poeta Luis García Montero e os atores Willy Toledo, Aitana Sánchez Gijón, Malena Alterio e Jorge Gutiérrez, entre outros, leram hoje um comunicado em frente da embaixada de Marrocos em Madrid exigindo a libertação dos presos políticos saharauis de Gdeim Izik. Condenando também o assassinato de Hamdi Tarfawi e Said Dambar pelas forças de segurança marroquinas e a detenção dos ativistas Omar Karkoub e Mbarek Belgasem.

Representantes do mundo da cultura, como o poeta Luis García Montero e os atores, Willy Toledo, Aitana Sánchez Gijón, Malena Alterio, Nathalie Poza e Jorge Gutiérrez, participaram esta manhã num ato de apoio ao saharaui Lafkir Kaziza. Diante da embaixada de Marrocos em Madrid, exigiram a libertação ou as garantias de um julgamento justo num tribunal civil para os 22 presos políticos que se encontram nos cárceres marroquinos desde o desmantelamento de Gdeim Izik (o Acampamento da Dignidade) em dezembro de 2010.

Os artistas condenaram igualmente o assassinato de Hamdi Tarfawi, sequestrado no Sahara Ocidental há duas semanas pelas forças ocupantes marroquinas, e assassinado depois de forma brutal. Do mesmo modo, recordaram o caso de Said Dambar, jovem saharaui de 26 anos assassinado após o desmantelamento de Gdeim Izik e cujo corpo foi ocultado à família durante 17 meses, tendo sido enterrado recentemente sem o consentimento da família. Informaram igualmente que ontem, após uma manifestação  de saharauis na cidade de El Aaiún, foram detidos os ativistas Omar Karkoub e Mbarek Belgasem, para os quais exigiram a libertação.
Lafkir Kaziza cumpre hoje o seu décimo segundo dia de greve de fome e a sua saúde começa a deteriorar-se. O jovem saharaui de 21 anos, que tem um braço imobilizado devido às torturas que sofreu pelas forças ocupantes de Marrocos, exige a libertação dos presos políticos de Gdeim Izik.
Lafkir Kaziza, doze dias em greve de fome

Os intelectuais e artistas anunciaram que se o Governo de Marrocos não respeita os direitos humanos no Sahara Ocidental e não acata a legalidade internacional, continuarão a apoiar o povo saharaui como até agora o fizeram. Recordaram ao Governo espanhol a sua obrigação como potência administrante do Sahara Ocidental de velar pelos direitos do povo saharaui. Anunciaram futuras ações de apoio a Lafkir Kaziza, como concentrações em todo o Estado espanhol na próxima sexta-feira às 19 horas, ou a visita amanhã a Kaziza por parte de um grupo de deputados da Assembleia de Madrid.

Coletivo de apoyo a Kaziza Lafkir

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