A delegação norte-americana do Centro para a Justiça e os Direitos
Humanos da Fundação Robert R. Kennedy concluiu na noite de 2.ª feira, 27 de
agosto, a sua visita ao Sahara Ocidental sob ocupação marroquina.
Santiago Cantón, membro da delegação, referiu à Efe que tiveram
"um cuidado especial em ter informação de um amplo espectro da sociedade
saharaui", e que se haviam reunido com centenas de pessoas de todas as tendências.
Cantón sublinhou que é ainda prematuro fazer uma avaliação sobre
a situação dos direitos humanos no território após os seus três dias de visita,
e que incluíram no dia de ontem reuniões com vários representantes do poder
civil marroquino no território, inclusive com o governador da região e o alcaide
de El Aaiún.
Esta noite, a delegação viajou para Rabat, onde esta manhã se
reunirão com membros do governo marroquino, antes de continuar a sua viagem no dia
seguinte para Tindouf, no sudoeste da Argélia, onde se encontram os acampamentos
de refugiados saharauis.
A maioria dos órgãos de Comunicação marroquinos, a começar
pelos oficiais, puseram em dúvida a imparcialidade da missão, liderado por Kerry
Kennedy, presidente do Centro RFK, e preferiram colocar a ênfase nas supostas simpatias
pró-independentistas dos membros da delegação.
A agência oficial marroquina MAP reproduziu numerosos
comunicados de supostas organizações saharauis ou relacionadas com o Sahara em
que é salientado "o alinhamento da Fundação Kennedy com as teses dos inimigos
da integridade territorial do Reino".
Por seu lado, a Associação Saharaui de Defesa dos Direitos Humanos
(Asadedh, pró-independentista) denunciou em comunicado divulgado em El Aaiún
"a campanha contra o Centro Robert F. Kennedy com o objetivo de perpetuar a
situação de bloqueio a que está submetida a nossa população a fim de evitar a
presença e o testemunho de instituições e personalidades imparciais".
A Asadedh agradeceu à Robert F. Kennedy Center a sua visita
"para comprovar as graves violações de direitos humanos que quotidianamente
são cometidos neste território pendente de descolonização".
EFE
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