Entre 800 e 1.000 magistrados manifestaram-se sábado em Rabat para pedir uma administração da Justiça sem corrupção. «A nova Constituição estipula
que a Justiça é um poder independente, mas desde que foi aprovada não houve
nenhuma mudança. Exigimos a aplicação real da Constituição e o fim da relação de
dependência face ao Ministério da Justiça», afirmou Anas Ait Ben Kadur, porta-voz
da Ordem de Magistrados de Marrocos» à agência Efe.
É a primeira vez que Marrocos é palco de um protesto deste
tipo desde que há quase dois anos tiveram início os protestos da Primavera
Árabe.
«Justiça sem corrupção» ou «Reclamamos a independência do
poder Judicial» era o texto de algumas das pancartas que se podiam ver na
manifestação, informa a agência France Presse.
Efetivamente, o reino alauita conta desde há quinze meses com
uma nova Constituição aprovada de forma maioritária em referendo pelos cidadãos na
qual se fala da separação de poderes. As queixas sobre a interdependência do
Legislativo, Executivo e do Judicial, à sombra da instituição monárquica
continuam, porém, na ordem do dia.
O rei Mohamed VI nomeou em maio uma ‘alta instância’ para adequar
a Justiça à nova Constituição. Ben Kadur, porém, queixou-se de que a Ordem, que
representa 3.000 dos 3.700 magistrados do país, não está representada nessa
instância.
Diário ABC
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