sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Marrocos, as prisões do Reino

Mohamed VI visto pelo cartoonista espanhol 



O Asdhom (Associação para a Defesa dos Direitos Humanos em Marrocos) escolheu o dia 17 de novembro para lançar uma campanha de apoio e solidariedade com os presos políticos e sindicais em Marrocos, coincidindo com a Semana de Solidariedade Internacional. A campanha é patrocinada pelo escritor Gilles Perrault que afirma que, "na luta por um Marrocos democrático e equitativo os presos políticos, homens e mulheres, estão na linha de frente de combate" (1).

Nos últimos anos, e particularmente desde o surgimento do Movimento de jovens do 20 de Fevereiro, cujas manifestações alimentaram o sonho da " Primavera marroquina", o regime marroquino endureceu sua política contra os oposicionistas, estudantes e sindicalistas.

O Asdhom identificou uma lista de 152 pessoas condenadas a penas de prisão que vão de alguns meses a muitos anos de prisão. Entre eles, 65 militantes saharauis, 39 jovens do Movimento de 20 de Fevereiro, seis sindicalistas estudantes, distribuídos por 19 prisões marroquinas.

Todas as vítimas de sentenças tendenciosas, como as dos ativistas do 20 F — Bashir Bouchaïeb Hoceima condenado a 12 anos de prisão, seis jovens de Casablanca condenados a penas de oito a dez meses de prisão por "participação em manifestação não autorizada" — ou o julgamento pendente no tribunal militar de Salé (Rabat) de 24 ativistas saharauis detidos após a repressão que se seguiu, em novembro de 2010, ao desmantelamento do acampamento de Gdeim Izik, no Sahara Ocidental, e que arriscam penas de cinco a dez anos prisão. Sem contar as acusações contra os jovens manifestantes do Movimento 20 de Fevereiro que se manifestaram em Rabat a 22 de agosto contra a cerimónia de "fidelidade" ao monarca por parte dos membros do governo, deputados, altos funcionários e outros membros dos órgãos do Estado.

Ativistas do movimento ATTAC Marrocos estão também na mira das autoridades, bem como jornalistas e blogueiros, caso de Socrate, condenado em segunda instância a uma pena efetiva de 18 meses de prisão, ou do ‘rapper’ Mourad Belhouat (um ano de prisão efetiva). Simultaneamente, a repressão contra os trabalhadores não dá tréguas. Terça-feira, à noite, nas minas de cobalto de Ouarzazate, a polícia atacou os mineiros em greve ferindo várias pessoas e, posteriormente, vários grevistas em liberdade sob fiança foram processados.

Fonte: L’Humanite.fr

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