Hoje, 22 de dezembro de 2012, cumprem-se dois anos do assassinato
indiscriminado do Mártir Saharaui SAID DAMBAR às mãos da polícia marroquina. Um
assassinato cobarde que ceifou a sua juventude (26 anos) deixando atrás de si uma
família destroçada. Uma mão assassina que apertou um gatilho e apagou a luz de
um jovem e lançou para a desgraça toda uma família. Que depois de pedir explicações
iniciou um terrível calvário que ainda perdura.
O governo marroquino, longe de aclarar o sucedido, limitou-se
a enviar os seus verdugos (agentes sem escrúpulos) à casa da família Dambar, cujos
membros foram agredidos no seu próprio domicílio apenas porque pediram
explicações sobre o sucedido. Agrediram toda a família, irmãs, mãe, pai, de 85
anos, e todas as pessoas que nesse momento dramático lhes prestavam os seus pêsames.
Destruíram a casa e as agressões foram inumanas e de uma enorme selvajaria. Um assalto
a uma casa de uma família humilde e indefesa cujo único delito foi preguntar pelo
seu filho assassinado.
Este é o “modus operandi” de um governo invasor e criminoso que
despreza o ser humano. O pai de SAID faleceu após muito sofrimento e ao ver com
os seus olhos como assaltavam a sua casa e batiam na sua família com uma agressividade
totalmente desproporcionada. À família é-lhe recusado trabalho, é acossada permanentemente,
ameaçada por todos os meios que não são poucos, já que falamos de um governo
com todos os meios de repressão ao seu alcance.
Esto é um triste exemplo do sofrimento indescritível que
padece o povo Saharaui nas zonas ocupadas, enquanto o mundo vira os olhos para
outro lado, um povo que está sendo literalmente massacrado sem que por ele nada
se fala. Para que acabe a construção dos milhares de fogos para colonos marroquinos
nas zonas ocupadas.
Marrocos aproveita-se da nossa caraterística de povo pacífico
para fazer uma limpeza étnica. O povo sofre em silêncio e sem mais testemunhos
que o seu próprio sofrer.
O corpo do Mártir SAID DAMBAR foi retirado ilegalmente da
morgue do hospital e desconhece-se o lugar para onde foi levado pelas autoridades
marroquinas. A sua família não lhe pode dar uma sepultura digna.
Pedimos uma investigação internacional neutral e a proteção da
população Saharaui, ante este role de atropelos e atrocidades inqualificáveis. Fazemos
um apelo desesperado ao mundo, antes que seja demasiado tarde.
Fazemos um apelo à Comunidade Internacional, às Organizações
Defensoras dos Direitos Humanos, ao Tribunal Internacional de Haia, à O.N.U, à União
Europeia e a todas as Instâncias Internacionais que intercedam junto do governo
marroquino para que este ponha fim ao sofrimento do povo saharaui.
Pedimos à MINURSO um papel mais ativo como força de proteção
da O.N.U que, até agora, tem sido passivo e simplesmente presencial.
a) Que os responsáveis das torturas, desaparecimentos forçados,
assassinatos se sentem no banco dos réus do Tribunal de HAIA, com todas as
garantias, e respondam por crimes contra a humanidade.
b) A proteção dos defensores dos direitos humanos nas zonas
ocupadas do SAHARA OCIDENTAL.
c) A proteção da família DAMBAR.
d) Saber do paradeiro de todos os presos de consciência.
e) A realização de um referendo de autodeterminação, segundo
o acordado no cessar-fogo de 1991. Que se cumpra a legalidade internacional.
f) O boicote à compra das riquezas espoliadas do Sahara Ocidental,
incluindo o pescado, os fosfatos, os produtos agrícolas, etc…
Queremos, para finalizar, agradecer de todo o coração a
solidariedade de todas as Organizações, Instituições, pessoas, ao Espaço Sahara
Lanzarote e ao povo canário irmão que nos acolheu de braços abertos durante estes
37 anos de exílio involuntário fora da nossa terra e separados da nossa família
e da terra que nos viu nascer. A nossa desgraça é a vergonha da comunidade
internacional.
A nossa arma é a PALAVRA LIBERTADE.
BASTA DE MAIS GENOCÍDIO CONTRA o POVO INDEFESO.
MUITO OBRIGADO DE TODO O CORAÇÃO EM NOME DO POVO SAHARAUI.
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