No final de abril, o déficit
do orçamento do Estado já atingiu mais de 21 mil milhões de dirhams (1887
milhões de euros). O enorme montante equivale ao dobro do valor registado em igual
período de 2012.
Enquanto a briga política
grassa nos corredores do poder, as contas da nação vão-se afundando mais e mais
no vermelho. No final de abril o défice orçamental atingiu 21
mil milhões de dirhams, ou
seja o dobro do buraco registado nos primeiros quatro meses de 2012. Em
questão: o elevado aumento das despesas, face a receitas que praticamente não
aumentam. Estas registaram, com efeito, um acréscimo de apenas 1,6%, quando o
valor das despesas explodiram mais de 11,6% atingindo 77 mil milhões de dirhams
(ou seja, 6 919 milhões de Euros), mais 8 mil milhões de dirhams (719 milhões de Euros) que no ano passado. Um
montante enorme, do qual cerca de dois terços são absorvidos por salários dos funcionários
(34 mil milhões de dirhams) e encargos de compensação (16,5 mil milhões).
Camponês marroquino |
Do lado
das receitas, é quase a hemorragia. As receitas fiscais baixaram 3,7%. Resultado que se explica, segundo a Tesouraria Geral
do Reino, pelas “más ‘performances’ e maus resultados de alguns grandes
contribuintes, como a Maroc Telecom, as cimenteiras ou ainda o setor financeiro”.
Isto sem contar com as taxas aduaneiras, que entraram em queda livre com uma
baixa registada de 19,3%. Baixas que foram compensadas pelo
fortalecimento das receitas dos monopólios que registaram um crescimento de 172%, graças nomeadamente aos 3 mil
milhões de dirhams de dividendos pagos pela OCP (Office Chérifien des Phosphates) (270 milhões de Euros) e aos
impostos sobre conservação fundiária.
Para cobrir este enorme déficit,
e até que os políticos se metam de acordo quanto à urgente reforma da compensação,
a única solução parece ser o recurso ao endividamento. Um empréstimo de mil
milhões de dólares está em preparação.
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