terça-feira, 28 de outubro de 2014

Conselho de Segurança da ONU analisa o atasco diplomático no Sahara




Nações Unidas, 27 out (EFE).- O Conselho de Segurança da ONU analisou hoje durante mais de duas horas o conflito do Sahara Ocidental, onde as iniciativas diplomáticas impulsionadas pelo Secretário-Geral Ban Ki-moon continuam atascadas.

O Enviado Pessoal de Ban para o Sahara, Christopher Ross, informou os membros do Conselho sobre a situação numa sessão à porta fechada a após a qual não quis fazer declarações.

Participou também no encontro o subsecretário-geral para as Operações de Paz da ONU, o francês Hervé Ladsous, que também não falou com os jornalistas.

A missão das Nações Unidas na zona, a MINURSO, continua sem receber a sua nova chefe, Kim Bolduc, apesar de ela ter sido nomeada desde maio passado.

Embora não tenha sido explicada a razão oficial para a espera, o ministro dos Negócios Estrangeiros marroquino, Salahedin Mezuar, queixou-se em setembro por Marrocos "não ter sido consultado" pela ONU no momento da nomeação Bolduc e deu a entender que não aceitaria a sua chegada até que fossem dadas "muitos esclarecimentos" sobre o seu mandato.

Para a Frente Polisario, Rabat bloqueia tanto a chegada da responsável da MINURSO como os esforços diplomático de Ross, segundo disse hoje à EFE o seu responsável junto da ONU, Ahmed Bukhari.

Para o representante saharaui, Marrocos colocou "um desafio frontal" às Nações Unidas, ao qual a organização deve responder. Apesar do apoio manifestado nos últimos meses pelo Conselho à missão de Ross, o diplomata não viaja para a região desde janeiro e transmitiu a alguns interlocutores o pessimismo sobre uma possível solução.

O Conselho de Segurança terá que voltar a pronunciar-se sobre o conflito na próxima primavera, altura em que a Espanha fará parte do órgão como membro não permanente.

Bukhari espera que a Espanha e outros países intercedam junto de Marrocos para se avançar em direção a uma solução para o conflito.

Desde 2007, sob os auspícios da Organização das Nações Unidas, a Frente Polisario e Marrocos tiveram várias reuniões para tentar encontrar uma solução para o conflito que remonta a 1975, após a colonização espanhola do Sahara Ocidental.

Rabat propõe uma ampla autonomia para o território, desde que este se mantenha sob o chapéu-de-chuva do Estado marroquino, enquanto a Frente Polisario exige a realização de um referendo de autodeterminação em que se posse eleger livremente a opção da independência do povo saharaui.

EFE


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