O Secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, solicitou que sejam restabelecidas
as plenas funções da missão da organização do referendo no Sahara Ocidental (MINURSO)
e avisa que, se isso não for feito, existe o risco de a guerra volta à ex-colónia
espanhola.
Ban refere-o no seu relatório anual sobre o conflito, a que
hoje a EFE teve acesso, e que foi elaborado em plena crise com Marrocos, depois
de Rabat ter exigido a saída de boa parte do pessoal civil da missão.
Segundo o chefe da ONU, o "risco de uma rotura do
cessar-fogo e o retomo às hostilidades, com o perigo de uma escalada de guerra em
grande escala, crescerá significativamente no caso de a MINURSO ser forçada a sair
ou se veja incapaz de executar o mandato estabelecido pelo Conselho de Segurança".
No relatório transmitido ao Conselho de Segurança mas ainda
não tornado público, Ban solicita a extensão por mais um ano do mandato da MINURSO
e pede às potências que garantam que a mesma possa desenvolver todas as suas atividades.
"Apelo ao Conselho de Segurança a restaurar e apoiar o
papel dado à MINURSO", refere no texto, no qual adverte para o "precedente"
que poderia ser criado se a ONU se vergasse às exigências marroquinas.
Ban está no meio de um forte conflito com Rabat, que no mês
passado anunciou toda uma série de medidas em resposta a várias declarações e
gestos do diplomata coreano durante uma recente visita à região, consideradas
por Marrocos como "hostis e insultuosas".
Entre outras coisas, o Governo marroquino expulsou a 73 funcionários
da MINURSO e congelou as suas contribuições financeira à missão.
No seu relatório, Ban lamenta que, em vez de procurar
explicações por via diplomática, Rabat tivesse optado por "comunicados
públicos e organização de manifestações de protesto em Rabat e El Aaiún".
O documento, de 22 páginas, constituirá a base das discussões
que o Conselho de Segurança manterá ao longo deste mês para decidir o futuro da
MINURSO.
Fonte: EFE
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