Centenas de saharauis
desceram às ruas de Goulimin, no Sul de Marrocos, numa manifestação de protesto
pela morte do sindicalista e ativista saharaui Brahim Saika, na sequência dos
maus tratos a que foi sujeito e de uma greve de fome que encetou após a sua
injusta detenção.
Brahim Saika |
A sua detenção teve lugar no momento
em que o ativista procurava juntar-se a uma manifestação pacífica para chamar a
atenção sobre a situação dos desempregados saharauis. De imediato foi levado para
a comissaria de polícia onde o torturaram durante horas. Brahim decidiu então
iniciar uma greve de fome e de líquidos para protestar contra os maus-tratos a
que estava sendo submetido, e que é a forma usual como são tratados os presos
políticos saharauis.
Milhares de saharauis vivem no Sul de Marrocos
A região de Cabo Juby e de
Tarfaya, hoje sul de Marrocos, foram zonas que pertenceram, até 1958, à
província do Sahara espanhol. Esses territórios eram maioritariamente povoados
por saharauis de diferentes tribos. Foi pelo acordo de Angra de Cintra firmado a
1 de abril de 1958 entre Marrocos e Espanha, que Franco entregou ao então
regime de Mohamed V, avô do actual rei Mohamed VI, essa província e toda a
população que nela vivia. Essa a razão que explica por que aí existirem e viverem
milhares de cidadãos marroquinos pelo passaporte mas saharauis pela cultura e
coração. Alguns dos dirigentes da Frente Polisario nasceram ou são descentes de
famílias que aí habitaram ou habitam.
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