No dia em que começaram as
cerimónias fúnebres oficiais nos campos de refugiados saharauis, a população
saharaui nos territórios ocupados também assinalou e homenageou Mohamed Abdelaziz,
Presidente da RASD e Secretário-Geral da Frente Polisário.
Depois da oração de
sexta-feira, centenas de saharauis saíram da Mesquita e juntaram-se numa enorme
manifestação em homenagem a Mohamed Abdelaziz, entoando palavras de ordem como
“labadil, labadi antakrir el massir” (não há outra solução que não seja a
autodeterminação).
Apesar da enorme presença
militar, paramilitar, forças auxiliares, policiais e polícia secreta que têm
atacado constantemente os manifestantes nos últimos dias para impedir qualquer
manifestação de pesar, não foi possível às autoridades de ocupação impedir o
mar de saharauis no bairro de Matalaa.
El Aaiun está transformado
num quartel militar com centenas de veículos das forças de ocupação a cruzarem
a cidade sem interrupção e com a chegada de mais tanques e outros veículos.
Segundo nos informa o
vice-presidente da CODAPSO, Hmad Hamad, o clima é muito tenso e a força e
resistência dos saharauis estão a criar temor às forças de ocupação.
Na manifestação de hoje houve
vários feridos após a brutal intervenção marroquina, mas a população está
destemida e mais determinada que nunca a defender a sua pátria e exigir a sua
autodeterminação e independência, continuamente adiada devido à recusa de
Marrocos em aceitar a legalidade internacional e contar com a estagnação do
processo e o silêncio cúmplice do Ocidente.
Também na cidade de Smara, a
população saiu da mesquita após a oração de sexta-feira entoando “Ya Chaiid
artah artah sa nawasl elkaifah” (mártir descansa que nós continuaremos a luta)
e juntou-se numa grande manifestação que foi de imediato atacada pelas forças
de ocupação.
A cidade de Bojador também
foi palco do mesmo tipo de manifestações que foram desmanteladas pelo ocupante
marroquino.
As manifestações irão
continuar durante o dia de amanhã, algumas organizadas pelas associações
saharauis, outras espontâneas como tem acontecido desde o anúncio do
falecimento do líder saharaui no passado dia 31 de Maio.
A maior homenagem que poderia
ser feita a Mohamed Abdelaziz é esta mostra da inabalável luta do povo saharaui
pela sua pátria e independência, a união do povo saharaui que tanto nos campos
de refugiados, como nos territórios ocupados e na diáspora chora a partida do
seu líder e ao mesmo tempo anuncia ao mundo que seguirá até à vitória final.
Fonte: Por un Sahara Libre
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