Hervé Ladsous, chefe das operações de paz da ONU |
EFE, Nações Unidas - As Nações Unidas consideram
que a sua missão no Sahara Ocidental (MINURSO) "está regressando" à
sua "plena capacidade" após a expulsão em Março por parte de Marrocos
de grande parte do seu pessoal civil.
Assim o referiu hoje o chefe
das operações de paz da organização, Hervé Ladsous, durante a sua chegada a uma
reunião à porta fechada do Conselho de Segurança da ONU para analisar a situação
da MINURSO.
Segundo as Nações Unidas, um
primeiro grupo de 25 funcionários civis já regressou ao Sahara Ocidental, um
número que está ainda longe dos 73 trabalhadores que Rabat expulsou em Março no
meio de um confronto diplomático com o secretário-geral, Ban Ki-moon.
"Temos que ver que mais regressos
podem ocorrer ", afirmou hoje Farhan Haq, um dos porta-vozes de Ban Ki Moon,
que recordou que o regresso dessas 25 pessoas é uma "primeira fase"
para recuperar a normalidade da missão, segundo um acordo alcançado com Marrocos.
Rabat expulsou o pessoal da MINURSO
em resposta a várias declarações e gestos de Ban durante uma visita à região,
considerados por Marrocos como "hostis e insultuosos", entre outras
coisas por utilizar o termo "ocupação " para se referir à situação da
ex-colónia espanhola.
Em Abril, o Conselho de Segurança
adotou uma resolução em que reclamava o regresso urgente à "plena
capacidade" da MINURSO.
No texto da resolução, o Conselho
estabelecia também um prazo de 90 dias para que a Secretaria-Geral o informasse
se isso havia ocorrido e, em caso contrário, considerar outro tipo de ações.
Essa análise é realizada hoje
m sessão à porta fechada, na qual vários países defenderão que o conflito está em
vias de resolução.
"Existe claramente uma
dinâmica positiva", afirmou hoje à sua chegada ao encontro o embaixador
francês, François Delattre, que considerou que as discussões entre as
autoridades marroquinos e a ONU "deram fruto", como mostra o acordo
que alcançaram.
Para a França, principal apoio
de Marrocos no Conselho de Segurança, "os progressos obtidos atá agora são
passos significativos" que é "importante animar".
"O caminho para o
regresso à plena capacidade está tomado", sublinhou Delattre.
Na mesma linha, o embaixador
britânico, Matthew Rycroft, considerou também que a MINURSO está a caminho de voltar
a dispor da sua "plena capacidade" e afirmou que o assunto "se
está resolvendo", ainda que não tenha referido um número preciso de funcionários
civis que deveriam voltar ao Sahara para dar por encerrado o caso.
Porém, outros membros do
Conselho, como a Venezuela, consideraram nas últimas semanas que o progresso
está sendo "muito lento" e que o o que foi pedido no passado mês de Abril
não está a ser cumprido.
Essa é também a posição da Frente
Polisario, que pediu o Conselho de Segurança que pressione Marrocos para assegurar
o regresso de todos os funcionários expulsos.
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