sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Tribunal marroquino condena 26 ativistas da região do Rif a um total de 53 anos de prisão




Rabat, 08 set (Lusa) – O Tribunal de primeira instância de Al-Hociema (nordeste de Marrocos) condenou hoje 26 ativistas do Rif a um total de 53 anos de prisão efetiva por participação nos protestos sociais nesta região, disse fonte da defesa.

O advogado Rachid Belaali, citado pela agência de notícias espanhola Efe, explicou que estes ativistas foram condenados a entre um e três anos de prisão e ao pagamento de multas cujo valor ascende até 5.000 dirham (cerca de 500 euros).

Os ativistas, na maioria jovens, foram presos por participação numa manifestação ocorridos em 13 de agosto em Imzuren, 15 quilómetros a sul de Al-Hoceima, a capital do Rif.

Belaali assinalou que a defesa dos indiciados já recorreu das sentenças, que considerou “cruéis”.

Após sete meses de protestos, as autoridades iniciaram em maio detenções em massa de líderes, ativistas e manifestantes do Rif, permanecendo atualmente 216 sob detenção, com 46 a aguardarem julgamento na prisão de Ukacha, em Casablanca, e outros 169 na prisão regional de Al-Hoceima.

Na passada terça-feira, a organização de direitos humanos Human Rights Watch (WRH) pediu ao rei Mohamed VI de Marrocos que ordene uma investigação “séria” das denúncias de torturas da polícia contra ativistas do Rif detidos.

Apesar da prisão de toda a liderança do movimento, e cujo julgamento se inicia na próxima terça-feira, os protestos sociais e a tensão permanecem de forma esporádica em Al-Hoceima e nas povoações vizinhas.

As populações locais exigem a libertação dos detidos, a construção de uma universidade e de um hospital oncológico, e ainda mais postos de trabalho e a desmilitarização desta região do norte de Marrocos.



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