Rabat, 08 set (Lusa) – O Tribunal de primeira instância de
Al-Hociema (nordeste de Marrocos) condenou hoje 26 ativistas do Rif a um total
de 53 anos de prisão efetiva por participação nos protestos sociais nesta
região, disse fonte da defesa.
O advogado Rachid Belaali, citado pela agência de notícias
espanhola Efe, explicou que estes ativistas foram condenados a entre um e três
anos de prisão e ao pagamento de multas cujo valor ascende até 5.000 dirham
(cerca de 500 euros).
Os ativistas, na maioria jovens, foram presos por
participação numa manifestação ocorridos em 13 de agosto em Imzuren, 15
quilómetros a sul de Al-Hoceima, a capital do Rif.
Belaali assinalou que a defesa dos indiciados já recorreu
das sentenças, que considerou “cruéis”.
Após sete meses de protestos, as autoridades iniciaram em
maio detenções em massa de líderes, ativistas e manifestantes do Rif,
permanecendo atualmente 216 sob detenção, com 46 a aguardarem julgamento na
prisão de Ukacha, em Casablanca, e outros 169 na prisão regional de Al-Hoceima.
Na passada terça-feira, a organização de direitos humanos
Human Rights Watch (WRH) pediu ao rei Mohamed VI de Marrocos que ordene uma
investigação “séria” das denúncias de torturas da polícia contra ativistas do
Rif detidos.
Apesar da prisão de toda a liderança do movimento, e cujo
julgamento se inicia na próxima terça-feira, os protestos sociais e a tensão
permanecem de forma esporádica em Al-Hoceima e nas povoações vizinhas.
As populações locais exigem a libertação dos detidos, a
construção de uma universidade e de um hospital oncológico, e ainda mais postos
de trabalho e a desmilitarização desta região do norte de Marrocos.
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