domingo, 9 de setembro de 2018

Ativista saharaui Sultana Jaya entre as vítimas da repressão da polícia marroquina




Fonte e foto: El Diario / EFE - A Asociación Canaria de Amistad con el Pueblo Saharaui e a Comunidade Saharaui residente em Tenerife asseguram que [a conhecida ativista dos direitos humanos] é uma das feridas durante as manifestações de protesto que desde terça~feira a população saharaui tem levado a cabo em El Aaiún

Segundo aquelas fontes, mais de uma centena de saharauis ficaram feridos durante os protestos que desde a última terça-feira a população saharaui tem organizado em El Aaiún para denunciar junto da delegação da comissão europeia a expoliação dos los recursos naturais do Sahara por parte do regime marroquino.

Entre as vítimas desses confrontos está Sultana Jaya, que asseguram terá sido encontrada na quinta-feira passada inconsciente e e com sinais de tortura após a polícia marroquina ter dispersado as manifestações.

Sultana Jaya foi levada para um hospital, onde um médico marroquino disse que seu corpo "havia sido atingido com força no tórax, o que lhe causou danos no fígado, costelas quebradas, alagamento nos pulmões e hemorragia interna que afetou a superfície do coração".

A família Sultana Jaya, acrescentam as fontes acima mencionadas, "em face dos repetidos casos de negligência médica que custaram a vida de outros ativistas saharauís quando internados em hospitais marroquinos, levou-a para sua casa, onde está a ser tratada com medicina tradicional Saharaui ".

A Associação Canária de Amizade com o Povo Saharaui e a Comunidade Saharaui que vive em Tenerife salienta que não é a primeira vez que a Sultana Jaya é atacada pela polícia marroquina, denunciam a "brutalidade do regime de ocupação ilegal marroquino" e criticam o silêncio dos governos da Espanha e das Ilhas Canárias.

Nota da AAPSO:
Sultana Jaya
Sultana é conhecida por seu ativismo pelos direitos humanos, mas principalmente notabilizou-se durante os protestos dos estudantes saharauis que tiveram lugar em Marraquexe, em 2007, quando centenas de estudantes saharauis protestaram contra o tratamento diário de que eram alvo por parte de professores e polícias.

Foi então presa pelas forças de segurança de Marrocos e levada para interrogatório, onde foi exposta a diferentes métodos de tortura, durante os quais perdeu um dos seus olhos. Como a sua história foi divulgada na Internet, tornou-se de imediato um símbolo da resistência saharaui contra a ocupação e as violações dos direitos humanos por parte de Marrocos.

Vários poetas e cantores saharauis têm escrito poemas e canções sobre a sua experiência e testemunho. Esteve em Espanha onde foi sujeita a uma delicada cirurgia ocular. Desde então, recebeu muitos prémios de direitos humanos, continua a participar em diferentes conferências e prossegue o seu ativismo contra a ocupação marroquina.


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