Fonte: Periodistas en español / Por Jesús Cabaleiro Larrán - O Departamento de Estado dos EUA emitiu esta quarta-feira, 11 de março de 2020, um relatório
detalhado sobre a situação dos direitos humanos em numerosos países, entre eles, em Marrocos e no Sahara, deixando claro que a soberania do território saharaui está por determinar já
que é um território não autónomo figurando na lista do comité de descolonização das Nações Unidas.
O relatório analisa a situação dos direitos humanos no Sahara, o encarceramento de ativistas saharauis e os julgamentos políticos no território.
No que concerne à secção sobre liberdade de expressão e imprensa no Sahara, menciona-se que as críticas às posições do governo
marroquino em relação ao território saharaui "podem levar a processos", que variam de multas a prisão efetiva.
O relatório acrescenta que as autoridades "continuaram a expulsar, assediar ou prender pessoas que escreveram criticamente sobre o assunto". Menciona que o Alto Comissariado
das Nações Unidas para os Direitos Humanos (Acnudh) continuou reciber «relatos de perseguição e detenções arbitrárias de jornalistas, blogueiros e defensores dos direitos
humanos».
O relatório refere que em abril de 2019 as forças de segurança detiveram Ali Salem Saadouni depois deste ter gravado um vídeo onde aparece com bandeiras
da República Árabe Saharaui Democrática (RASD) durante uma manifestação em El Aaiún. o ativista foi condenado a sete meses de prisão – pena depois reduzida a cinco meses
- e a uma multa de 5000 dirhams (480 euros).
O activista Ali Salem Saadouni "plantando" bandeiras da RASD numa praça de El Aiún ocupada |
O texto recorda também a expulsão da jornalista espanhola Ana Cortés em Agadir e o caso da reporter saharaui da Equipe Media Nazha Khalidi.
O relatório menciona a sua participação na Equipe Media, "uma agência de notícias on-line saharaui que não é legalizada pelo governo
marroquino" e a quem este acusa de atividades jornalísticas "sem credenciamento emitido pelo Estado". Mais adiante, o relatório menciona que a Equipe Media sofreu "ataques cibernéticos
constantes contra a sua página no Facebook"
O relatório refere que ocorreram quarenta manifestações em El Aaiún e Dakhla, de janeiro a julho de 2019, sendo dissolvidas pela força, lembrando,
nomeadamente, a de 19 de julho que custou a vida do jovem Sabah Njourni Azmán, de vinte e três anos, após a vitória da Argélia na CAN e foi "acenada a bandeira saharaui". Dez jovens
que participaram na manifestação foram condenados a penas de um a dois anos e meio de prisão.
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