ECS. Argel. | 22-02-2022 – No passado domingo em Argel, o presidente da Comissão dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Assembleia Nacional Popular (NPA) da Argélia, Mohamed Hani, encontrou-se com dirigentes do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, afirmou a Assembleia Nacional argelina numa declaração.
No encontro foi discutido o estado das relações entre Argel e Teerão, bem como questões de interesse comum. Posteriormente, os funcionários do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano que participaram na reunião; Haciniane Mir, Diretora-Geral do Departamento do Médio Oriente, e Ali Gamchi, Diretor do Departamento do Norte de África, respectivamente, "expressaram o desejo do seu país de reforçar as excelentes relações parlamentares, especialmente após a inauguração do grupo de amizade", afirmando o empenho do Irão em "promover a cooperação bilateral nos domínios comercial e económico".
Na esfera externa, os funcionários salientaram também "a importância da coordenação bilateral" durante os vários fóruns internacionais "a favor da causa palestiniana", bem como o "apoio" do Irão à organização de um referendo que garanta o direito do povo saharaui à autodeterminação, em conformidade com a regulamentação internacional que rege a descolonização. No mesmo contexto, funcionários iranianos saudaram o "sucesso da diplomacia argelina em suspender o estatuto de observador da entidade sionista na UA".
Pela sua parte, o presidente da Comissão dos Negócios Estrangeiros do Parlamento argelino “passou em revista as posições imutáveis da Argélia a favor de causas justas, em cuja primeira linha estão as questões palestiniana e saharaui, recordando o apego do seu país ao princípio da não ingerência nos assuntos internos dos Estados”, conclui a declaração.
Em Outubro passado, numa nota oficial divulgada, o Irão anunciou o seu "apoio inabalável" ao direito à autodeterminação do povo saharaui que vive sob ocupação militar marroquina. A República Islâmica do Irão reafirma o direito à autodeterminação do povo saharaui, em conformidade com a Resolução 1514 (XV) das Nações Unidas sobre a concessão da independência aos países e povos coloniais'' refere a nota.
Na mesma linha, o Irão expressou o seu apoio às negociações em curso com vista a alcançar uma solução política justa, duradoura e mutuamente aceitável que permita a autodeterminação do povo do Sahara Ocidental. Na declaração enfatizam: "Sublinhamos a importância do empenho das partes em continuar este processo no quadro das conversações patrocinadas pela ONU, sem condições prévias e de boa fé, de acordo com os objectivos e princípios da Carta das Nações Unidas".
A República Islâmica do Irão reconheceu a RASD em 27 de Fevereiro de 1980, por ocasião do quarto aniversário da proclamação da RASD. Durante os anos da primeira guerra (1975-1991), o Irão prestou ajuda humanitária (cobertores e alimentos) aos refugiados saharauis. Anos mais tarde, em 2000, Teerão congelou as relações diplomáticas com a RASD sem retirar o reconhecimento diplomático.
18 anos após o rompimento com o governo do Aiatolá, mais precisamente em 2018, o Reino de Marrocos expulsou o embaixador iraniano e anunciou a ruptura das suas relações diplomáticas com o Irão sob o pretexto complacente de alegado apoio militar à Frente Polisario. O Irão negou as acusações e respondeu a Rabat que deveria lidar com os seus "problemas regionais". A Frente Polisario descreveu-os como "um grande embuste". O Irão, vivendo sob um embargo internacional sufocante, é o único país que não abandonou os seus aliados na mais negra das circunstâncias.
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