14-08-2022 Fonte: HCP- Agências - A taxa de desemprego entre os jovens licenciados do ensino superior em
Marrocos ultrapassa atualmente os 60%, o que, segundo observadores, ilustra a
"grave crise" do emprego que assola o Reino.
De
acordo com os dados do Alto Comissariado para o Planeamento (HCP) marroquino,
divulgados por ocasião do Dia Internacional da Juventude, celebrado todos os
anos a 12 de Agosto, verifica-se que a taxa de desemprego dos jovens titulares de
licenciatura do ensino superior atinge os 61,2%.
O
órgão público marroquino especificou, além disso, que cerca de 5 milhões de
jovens marroquinos de 15 a 24 anos estão fora do mercado de trabalho.
O
aumento da taxa de desemprego é mais acentuado nas áreas urbanas e entre as
mulheres jovens.
O
desemprego atinge também 31,8% dos jovens dos 15 aos 24 anos, contra 13,7% dos
25 aos 44 anos e 3,8% dos maiores de 45 anos.
Mais
de 4 jovens trabalhadores ativos em cada 10 (41,9%) têm um trabalho não
remunerado; segundo esta organização 14% dos jovens trabalhadores ativos têm um
trabalho precário do tipo ocasional ou sazonal.
Além
disso, mais de 7 em cada 10 jovens empregados (73,2%) não possuem contrato
formalizado da sua relação de trabalho com o empregador, enquanto 13,2% possuem
contrato a termo certo, 6,5% contrato permanente e 7,1% têm apenas um acordo verbal.
Outra precisão, e não menos importante, referida pela mesma fonte, é o facto de o desemprego dos jovens marroquinos ser de longa duração e de primeira inserção. São 70,4% dos jovens que estão desempregados há um ano ou mais e quase três quartos nunca trabalharam (73,4%).
Organismos
internacionais e regionais apontam repetidamente o dedo para a situação social
considerada "explosiva" em Marrocos e a existência de desigualdades
gritantes, devido a inúmeras falhas e à falta de apoio por parte dos serviços
do Estado, em particular à franja juvenil, deixada entregue a si própria.
Segundo
o organismo oficial marroquino, "Marrocos tem 5,9 milhões de jovens dos 15
aos 24 anos, o que representava 16,2% da população total em 2021, 50,9% são
homens, 59,9% são habitantes urbanos e 56,6% têm idades compreendidas entre os
15 e os 19 anos.
Mais
de 6 em cada 10 jovens (64,6%) têm um diploma de nível médio, 20,6% um diploma
de nível superior e 14,8% não têm diploma".
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