« Foreign Affairs », a prestigiada revista de relações Internacionais publicou na sua edição de Maio de 2011, uma série de artigos dedicados à «primavera árabe». Entre os artigos, o intitulado «Quarta vaga ou falsa partida?» é escrito por um dos maiores especialistas das transições democráticas, Larry Diamond. Nele o autor analisa a situação política de diferentes países do Médio Oriente e da África do Norte.
A sua avaliação da situação em Marrocos é bastante crítica em relação a Mohamed VI. Ele qualifica o rei de fraco e incompetente. Estigmatiza a sua clemência face aos homens de negócios que o cercam. Segundo Larry Diamond, as reformas são abortadas devido há coligação existente entre o aparelho de segurança e estes homens de negócios próximos do rei.
Larry Diamond é professor na Universidade de Stanford. É também o director do Centro da Democracia, do Desenvolvimento e do Primado do Direito, centro a que está ligado o primo do rei de Marrocos, Hicham Benabdallah Alaoui. Publicamos a tradução do parágrafo extraído do artigo de Larry Diamond relativo a Marrocos :
«O Rei de Marrocos, Mohamed VI é sempre venerado no seu país e considerado como um reformador no estrangeiro, mas ele é ainda mais fraco e incompetente que Abdullah (Rei da Jordânia). Não mostrou vontade de dominar os interesses venais que cercam a monarquia, ou reduzir a extraordinária concentração de riqueza no seu país. Em vez disso, o seu aparelho de segurança, o seu círculo restrito de amigos, e os meios oligopolistas de negócios que lhe são próximos, bloqueiam o apelo de reformas, isolando ainda mais o rei, e agravando a tempestade política que se prepara sob uma superfície de calma aparente.
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