quinta-feira, 2 de junho de 2011

Atentado de Marraquexe: a versão do Makhzen cada vez mais frágil


A versão marroquina sobre o atentado de Marraquexe sofreu um sério revés quando a Al-Qaeda do Norte de África (AQMI) negou qualquer participação no atentado, o Governo português desmentiu que o principal suspeito fora detido em Portugal por uma razão relacionada com o "jiadismo" e quando o suposto vídeo de "ameaças" da AQMI apresentado para credibilizar a tese oficial era, afinal, um peça com quatro anos de idade...

Segundo o Professor constitucionalista Carlos Ruiz Miguel, a versão oficial do Makhzen corre o risco de ser totalmente descredibilizada pela decisão das autoridades francesas e suíças terem decidido levar a cabo uma investigação própria sobre o caso. “Tudo parece indicar que alguém na França e na Suíça não se fia muito naquilo que podem fazer a polícia, os serviços secretos e os tribunais marroquinos” sublinha Carlos Ruiz Miguel.

Mohamed Fadel REdouane, especialista do Islamismo em Marrocos e doutor na Escola Prática de Estudos Superiores em Paris-Sorbone, declarou ao “Le Monde das Religiões “ que certos “centros internos” do Estado marroquino podem ter cometido o crime do Café de Argana. Por «centros internos» deve entender-se “os conservadores civis e militares”, apoiados por responsáveis das forças de segurança que velam para que o actual estado de coisas perdure eternamente.

Cabe recordar que segundo uma informação relatada pelo diário “Ennahar Online”, três dias antes do atentado, oficiais da DST, os serviços secretos marroquinos, se tinham revoltado para reclamar reformas na instituição antes de “lavar a roupa suja da DST”.

Estes oficiais anunciaram a sua solidariedade com o movimento 20 de Fevereiro (20-F), que reclama reformas em Marrocos, e a sua participação em todas as manifestações que se realizem na região de Temara, lugar donde se encontra a prisão dos serviços secretos marroquinos.
SPS

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