O general marroquino Housne Benslimane abandona
precipitadamente Londres ante o temor de vir a ser detido para ser apresentado
ante o juiz francês que investiga o assassinato de Ben Barka
A agência francesa AFP revelou que o general marroquino
criminoso de guerra, Hosni Benslimane, atual comandante da Gendarmeria Real,
saiu a toda a pressa de Londres depois de inteirar-se da petição do juiz de
instrução francês, Patrick Ramelle, em que solicitava às autoridades britânicas
a detenção daquele militar para sua comparecência ante o tribunal com o
objetivo de ser interrogado pela sua implicação no assassinato de Mehdi Ben
Barka.
A Agência confirmou que Ramelle advertiu as autoridades
britânicas da presença do general Hosni Benslimane em Londres como chefe da
delegação olímpica marroquina e para a necessidade de o deterem para ser
interrogado sobre o caso do desaparecimento do opositor marroquino Ben Barka.
O intento de deter o general Hosne Benslimane em Londres
revelou, segundo a agência AFP, que a nova lei militar aprovada pelo Parlamento
marroquino através da qual o regime procura proteger os seus criminosos não irá
a funcionar face à lei internacional nos casos de flagrantes violações.
O juiz Patrick Ramell emitiu em 2007 uma ordem internacional
de detenção contra Housne Benslimane, ordem que foi paralisada em 2009 pelas
próprias autoridades francesas. O juiz pretende ouvir o general sobre o seu
papel no sequestro e assassinato de Ben Barka, cujos indícios s de implicação
no caso são muitos e concludentes, quando era então capitão do Exército e terá
contribuído, de uma forma ou doutra, no processo de sequestro do opositor de
esquerda Ben Barka através de apoio logístico.
Benslimane está implicado em numerosos crimes de guerra no
Sahara Ocidental juntamente com vários oficiais influentes atualmente nas
fileiras do exército marroquino, ou noutras funções de segurança ao serviço da
monarquia que ocupa o Sahara Ocidental desde a sua invasão em 1975. França
continua a solicitar o arresto do diretor olímpico marroquino. Ben Barka foi um
importante crítico do regime do rei Hassan II e lutou ativamente pelos direitos
dos países em vias de desenvolvimento. As circunstâncias do desaparecimento de
Ben Barka em Paris de nunca foram esclarecidas.
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