No Sahara Ocidental, o aniversário
servirá para recordar este líder carismático que teve o mérito de proclamar a
liberdade para o povo saharaui do jugo colonial, a abolição da escravatura, do sectarismo
e do tribalismo e unir o tecido social da sociedade saharaui num corpo só que é
hoje o povo do Sahara Ocidental. Muitos outros nomes serão lembrados nesta
mesma homenagem, camaradas de luta e de princípios de Louali, como Mahfoud Ali
Beiba, o primeiro presidente do Parlamento saharaui e ideólogo das estruturas
políticas e administrativas do movimento de libertação saharaui.
El Ouali Mustafa Sayed, o pai
espiritual do povo saharaui, declarou que o povo saharaui demonstrou que existe
enquanto tal e estava pronto a realizar a autonomia governamental não obstante
a vontade e os interesses de certas potências ocidentais, prontas para o pior
para puderem controlar as riquezas naturais do Sahara Ocidental. A ONU não teve
outra opção que reconhecer a Frente Polisario como o único representante
legítimo do povo saharaui, enquanto movimento de libertação nacional contra o
colonialismo, com o direito de utilizar a luta armada para concretizar as aspirações
do povo saharaui.
Mas nem as organizações
internacionais como a ONU, colada a interesses económicos e geopolíticos dos
mais poderosos existentes à face da terra, puderam perdoar àqueles que sempre
consideram um conglomerado de tribos nómadas, sem organização nem capacidade de
gestão, e que alguma vez tivessem a audácia de afrontar, inclusive através das
armas, as suas ambições e reclamar aquilo que pelo direito lhes é reconhecido.
Na sua tumba, El Ouali pode repousar
em paz, sabendo que a causa do seu povo é imortal e que a realização do seu
sonho não é mais do que uma questão de tempo.
Glória e paz a todos os
mártires da causa saharaui e vergonha a todos aqueles marroquinos que desde há 38
anos aplaudem a agressão contra os seus irmãos saharauis!
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