quinta-feira, 15 de maio de 2014

Marrocos, Estado terrorista?


O Rei MOhamed VI

Em Marrocos, a classe política segue minuciosamente os ensinamentos do defunto Rei Hassan II. Um deles é o da instrumentalização da ameaça terrorista. Em 1994, Hassan II queria que a Europa abrisse o seu mercado aos produtos agrícolas marroquinos e declara que tem 5 milhões de agricultores que produzem tomates para a exportação.

Jacques Delors, Presidente da Comissão Europeia na altura, responde que os agricultores espanhóis se opõem à concorrência ao mercado da União Europeia.

" Muito bem, replicou o rei. Se Marrocos não pode exportar os seus tomates em dez anos exportaremos terroristas ".
 
Atentados terroristas de Atocha, em Madrid

Dez anos mais tarde, a 11 de março de 2004, cidadãos marroquinos fazem rebentar os comboios na estação madrilena de Atocha matando quase 200 pessoas num atentado terrorista qualificado como o 11 de setembro europeu.

Segundo o ex-ministro marroquino do Interior, que era o braço direito de rey Hassan II, o ataque contra o Hotela Asni de Marraquexe tinha como objetivo fazer crer que Marrocos também estava ameaçado pelo terrorismo islamita. Basri disse que muitos anúncios de desmantelamento de células eram manipulações para uso internacional.

Addouh Khatri, chefe da delegação de negociadores saharauis já acusou Marrocos de fomentar e alimentar o terrorismo e o crime organizado referindo que Marrocos, com as estratégias dos seus atuais líderes, continua a ser a causa da desestabilização, da insegurança e da chantagem na região.
 
Refém ocidental às mãos do MUJAO


Por seu lado, a imprensa argelina fala dos intentos de Marrocos de se envolver nos assuntos da região do Sahel para contrariar a liderança da Argélia não só na região como também em África, através da União Africana, de que Marrocos se autoexcluiu em 1984 após a adesão da RASD.

Marrocos, um país, expulso da União Africana devido à sua política expansionista e colonialista, tenta, desde a intervenção militar francesa no norte do Mali, em janeiro de 2013, para libertar as cidades malienses de Gao, Tombuctú e Kidal das garras da AQMI e do Mujao, minar os esforços internacionais para conseguir a paz nesta região. É claro que Marrocos interfere e pretende prosseguir a sua política para contrariar os esforços da Argélia e do novo governo de Bamako.

Numerosos diplomatas e peritos militares são de opinião que as autoridades marroquinas estão, desde há algum tempo, a sabotar o processo de aproximação entre as facções rebeldes do Mali. O jogo é claro: fazer fracassar os esforços de pacificação argelinos no norte do Mali.
 
Subsaharianos tentam entrar em Melilla...

Hoje m dia, justamente no momento em que a Europa fecha as suas fronteiras aos produtos marroquinos, os assaltos dos subsaharianos às cidades espanholas de Ceuta e Melilla multiplicam-se. Alguns observadores interrogam-se se os dois assuntos não estão relacionados e prognosticam maior escalada por parte de Marrocos. Sobretudo agora que a ONU está pressionando para resolver o problema do Sahara Ocidental.


Fonte: Diaspora Saharaui

Sem comentários:

Enviar um comentário