quarta-feira, 27 de abril de 2016

Joaquim Chissano insta a ONU a resolver o conflito do Sahara Ocidental


  

O Enviado Especial da União Africana para o Sahara Ocidental, Joaquim Chissano, instou a ONU a resolver com urgencia o conflito do Sahara Ocidental e criticou as medidas adoptadas por Rabat contra a missão da ONU (MINURSO).

Joaquim Chissano reuniu-se ontem, na sede da ONU, com o Conselho de Segurança, numa reunião convocada por Angola e pela Venezuela, em vésperas do Conselho de Segurança renovar o mandato da missão antes do final do presente mês.
Joaquim Chissano criticou a decisão de Rabat de expulsar 84 membros civis da missão, e considerou que essa medida "constitui um precedente muito perigoso" que pode incidir negativamente noutras missões de manutenção de paz da ONU noutros países.
O Enviado da UA alertou o Conselho para as consequências que pode provocar a estagnação atual sublinhando "a crescente frustração nos acampamentos de refugiados saharauis e os riscos de uma escalada militar na região.

Joaquim Chissano lamentou "que não se tenha ainda feito nenhum progresso" na organização de um referendo de autodeterminação do povo saharaui que é a missão para que foi constituída e designada a MINURSO.
O Presidente Chissano, na sua eloquente defesa da posição da União Africana sobre o conflito do Sahara Ocidental pediu ao Conselho de Segurança da ONU que assuma as suas responsabilidades e assegure a realização de um referendo de autodeterminação do povo saharaui.

Chissano disse que o conflito do Sahara Ocidental é um problema de descolonização que afeta o continente africano e que está na agenda da ONU e da União Africana e que a sua solução justa e duradoura é uma obrigação ineludível da Comunidade internacional.

"Devemos garantir que o povo do Sahara Ocidental tenha a oportunidade de escolher livremente o seu destino", afirmou Chissano.

O ex-Presidente de Moçambique salientou que Marrocos é parte de África – ainda que não seja membro da UA - e "África tem uma responsabilidade moral e política de encontrar uma solução para os problemas do continente" e deve desempenhar um papel destacado na resolução do conflito do Sahara Ocidental, acrescentando. "Gostaríamos muito de continuar o diálogo sobre o tema" e inclusive com Marrocos".

Chissano pediu ao Conselho de Segurança a inclusão da proteção dos direitos humanos no mandato da MINURSO, que fixe uma data para a celebração do referendo e denunce "a exploração ilegal dos recursos naturais do Sahara Ocidental por parte de Marrocos.

Joaquim Chissano insistiu também em que se dê um "papel principal" à União Africana para resolver o conflito.

De referir, que Marrocos, com a ajuda da França, empreendeu grandes esforços para impedir que esta reunião tivesse lugar mas fracassou no seu intento..
27 de Abril de 2016
Sahara Press Service

(Fundación Sur)

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