Artigo: Agência EFE
A Associação Saharaui de Vítimas de graves Violações dos
Direitos Humanos cometidas pelo Estado marroquino (ASVDH) abriu uma sede em El
Aaiún, afirmou quinta-feira à EFE o seu presidente, Brahim Dahan.
A associação, fundada em 2005, foi legalizada dez anos
depois, em abril de 2015, através de uma autorização verbal, mas foi preciso
passar um ano para que tivesse dotada das três questões básicas para qualquer
associação: número de telefone oficial, conta bancária e sede social.
A sede encontra-se num apartamento do bairro conhecido como
"Casa Piedra", que conserva o nome desde a época espanhola, e no seu
interior "todos os cartazes estão em árabe e espanhol", precisou
Dahán, um detalhe identitário (a ligação com a língua espanhola) para marcar
que os saharauis fazem parte "de uma identidade distinta".
O painel com o nome oficial da associação pode ser visto
desde quinta-feira na fachada da sede, ainda que o local tenha sido inaugurado
há dez dias atrás, a 7 de maio, com uma pequena cerimónia a que estiveram presentes
os 51 membros do Conselho Nacional, seu órgão diretivo.
Dez dias transcorridos, Dahán afirma que não tiveram
problemas no seu funcionamento nem foram importunados oi molestados pela
polícia marroquina.
Persistem – como referiu - problemas individuais de vários
dos seus dirigentes com as autoridades marroquinas, como a recusa em concederem
o passaporte a um deles ou o despedimento de outro do seu local de trabalho
devido à sua militância independentista.
A ASVDH não é a única associação independentista; como é o
caso do Coletivo de Saharauis Defensores de Direitos Humanos (CODESA), liderada
por Aminatu Haidar, que defende os presos de opinião saharauis, e outras que
atuam noutros temas como a defesa dos recursos naturais ou nas reivindicações
laborais, mas todas elas atual na ilegalidade.
Marrocos afirma que o Sahara Ocidental não tem nenhum
estatuto de exceção no que se refere aos direitos humanos, mas os direitos de
reunião, associação e manifestação são severamente restringidos no território.
O Relator da ONU para os direitos de reunião pacífica e
associação solicitou pelo menos em duas ocasiões (2011 e 2013) uma visita a
Marrocos e ao Sahara para examinar a questão , sem ter todavia jamais recebido
autorização do governo marroquino, segundo afirmaram à agência EFE fontes dessa
Relatoria.
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