Cerca de 2.500 representantes
da Frente Polisario convergiram esta sexta-feira para o campo de refugiados de
Dakhla para elegerem o sucessor de Mohamad Abdelaziz. O nome que de que mais se
ouve falar é o de Brahim Ghali, primeiro secretário-geral da Polisario e
durante muitos anos ministro da Defesa.
CAMPO DE REFUGIADOS DE DAKHLA
(ARGÉLIA). Agência EFE - Cerca de 2.500 representantes da Frente Polisario convergiram
esta sexta-feira para o campo de refugiados de Dakhla para eleger o sucessor de
Mohamad Abdelaziz, o histórico líder saharaui que faleceu no pasado dia 31 de
maio após uma doença prolongada.
Delegações da liderança saharaui
nos campos de refugiados, das zonas libertadas e das zonas ocupadas reuniram-se
no grande centro de congressos levantado neste campamento, situado a umas duas de
carro da cidade argelina de Tindouf.
O primeiro ponto da ordem de
trabalhos foi a eleição da presidência do próprio congresso, responsabilidade
que recaiu sobre o atual ministro de Defesa, Abadalahi Lehbib Balal, e dos quatro
membros da mesa que coordenarão os trabalhos prévios e o processo de eleição do
novo secretário-geral.
Fontes saharauis explicaram à
agencia Efe que a lista dos candidatos estará pronta "nos finais desta tarde
ou amanhã de manhã" e que o nome do novo líder da Polisario será conhecido
na tarde de sábado.
Segundo a Constituição saharaui,
esse cargo acumula também o de presidente da República Árabe Saharaui
Democrática (RASD), reconhecida por vários Governos o mundo e organismos
internacionais. A eleição "far-se-à por meio de votação direta dos
delegados", precisou a fonte.
Ainda que diversos meios tenham
caracterizado o processo como um braço-de-ferro entre "a velha guarda"
e os grupos de jovens que exigem uma renovação e uma postura mais agressiva, tudo
aponta que os saharauis optarão pelo continuísmo e a via diplomática aberta pelo
falecido Abdelaziz.
Assim o deu a entender o próprio
secretário-geral e presidente interino, Jatri Adduh, durante uma entrevista
concedida à Efe após a morte de Abdelaziz, na qual se descartou também como
possível candidato. Neste contexto, e enquanto se aguarda nas próximas horas que
sejam reveladas as candidaturas oficiais, o nome de que mais se houve falar é o
Brahim Ghali, primeiro secretário-geral da Polisario e ex-ministro de Defesa.
Membro da "velha guarda"
e antigo delegado do movimento independentista em Espanha, Ghali é considerado um
dos "duros" dentro do aparelho saharaui, partidário do regresso ao
campo de batalha se se continuar a permitir lo que denomina de política dilatória
de Marrocos.
Próximo do falecido
presidente, alguns meios apontam-no além disso como o candidato apoiado pela Argélia,
país que hoje enviou várias delegações de alto nível a Dakhla para sublinhar o
seu estreito apoio à causa saharaui.
Para além de Ghali, ouve-se
falar, ainda que com menos força, dos nomes de Mohamed Lamin Buhali, ex-ministro
de Defesa, e de Bachir Mustafa Sayed, ministro Conselheiro da Presidência,
ambos da chamada "velha guarda".
Nos últimos dias também foi
veiculada a possível aspiração de dois importantes representantes da denominada
"corrente renovadora": Mohamed Khaddad e Hamma Salama, que já receberam
um grande apoio durante o último congresso da Polisario, realizado em dezembro
passado.
Durante a primeira jornada, os
congressistas também aprovarão os relatórios da comissão de estatutos, da comissão
de resoluções, da comissão do programa de ação nacional e das mensagens, recomendações
e da declaração final.
Seja quem for eleito, não
terá um trabalho fácil pela frente já que em finais deste mês terá que fazer frente
ao seu primeiro e crucial desafio: a decisão que a ONU venha a adotar sobre a
continuidade da sua missão na zona (MINURSO).
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