sábado, 9 de julho de 2016

A Frente Polisario elege este fim-de-semana o seu novo líder




Cerca de 2.500 representantes da Frente Polisario convergiram esta sexta-feira para o campo de refugiados de Dakhla para elegerem o sucessor de Mohamad Abdelaziz. O nome que de que mais se ouve falar é o de Brahim Ghali, primeiro secretário-geral da Polisario e durante muitos anos ministro da Defesa.

CAMPO DE REFUGIADOS DE DAKHLA (ARGÉLIA). Agência EFE - Cerca de 2.500 representantes da Frente Polisario convergiram esta sexta-feira para o campo de refugiados de Dakhla para eleger o sucessor de Mohamad Abdelaziz, o histórico líder saharaui que faleceu no pasado dia 31 de maio após uma doença prolongada.

Delegações da liderança saharaui nos campos de refugiados, das zonas libertadas e das zonas ocupadas reuniram-se no grande centro de congressos levantado neste campamento, situado a umas duas de carro da cidade argelina de Tindouf.

O primeiro ponto da ordem de trabalhos foi a eleição da presidência do próprio congresso, responsabilidade que recaiu sobre o atual ministro de Defesa, Abadalahi Lehbib Balal, e dos quatro membros da mesa que coordenarão os trabalhos prévios e o processo de eleição do novo secretário-geral.

Fontes saharauis explicaram à agencia Efe que a lista dos candidatos estará pronta "nos finais desta tarde ou amanhã de manhã" e que o nome do novo líder da Polisario será conhecido na tarde de sábado.

Segundo a Constituição saharaui, esse cargo acumula também o de presidente da República Árabe Saharaui Democrática (RASD), reconhecida por vários Governos o mundo e organismos internacionais. A eleição "far-se-à por meio de votação direta dos delegados", precisou a fonte.

Ainda que diversos meios tenham caracterizado o processo como um braço-de-ferro entre "a velha guarda" e os grupos de jovens que exigem uma renovação e uma postura mais agressiva, tudo aponta que os saharauis optarão pelo continuísmo e a via diplomática aberta pelo falecido Abdelaziz.

Assim o deu a entender o próprio secretário-geral e presidente interino, Jatri Adduh, durante uma entrevista concedida à Efe após a morte de Abdelaziz, na qual se descartou também como possível candidato. Neste contexto, e enquanto se aguarda nas próximas horas que sejam reveladas as candidaturas oficiais, o nome de que mais se houve falar é o Brahim Ghali, primeiro secretário-geral da Polisario e ex-ministro de Defesa.

Membro da "velha guarda" e antigo delegado do movimento independentista em Espanha, Ghali é considerado um dos "duros" dentro do aparelho saharaui, partidário do regresso ao campo de batalha se se continuar a permitir lo que denomina de política dilatória de Marrocos.

Próximo do falecido presidente, alguns meios apontam-no além disso como o candidato apoiado pela Argélia, país que hoje enviou várias delegações de alto nível a Dakhla para sublinhar o seu estreito apoio à causa saharaui.

Para além de Ghali, ouve-se falar, ainda que com menos força, dos nomes de Mohamed Lamin Buhali, ex-ministro de Defesa, e de Bachir Mustafa Sayed, ministro Conselheiro da Presidência, ambos da chamada "velha guarda".

Nos últimos dias também foi veiculada a possível aspiração de dois importantes representantes da denominada "corrente renovadora": Mohamed Khaddad e Hamma Salama, que já receberam um grande apoio durante o último congresso da Polisario, realizado em dezembro passado.

Durante a primeira jornada, os congressistas também aprovarão os relatórios da comissão de estatutos, da comissão de resoluções, da comissão do programa de ação nacional e das mensagens, recomendações e da declaração final.


Seja quem for eleito, não terá um trabalho fácil pela frente já que em finais deste mês terá que fazer frente ao seu primeiro e crucial desafio: a decisão que a ONU venha a adotar sobre a continuidade da sua missão na zona (MINURSO).

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