domingo, 18 de setembro de 2016

Ban Ki-moon reconhece o fracasso da MINURSO no seu mais recente relatório




Ban Ki-moon apresentou quarta-feira desta semana um relatório sobre o Sahara Ocidental e a Palestina.
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, revelou num novo relatório sobre a questão saharaui divulgado na passada quarta-feira que o seu enviado pessoal para o Sahara Ocidental, Christopher Ross, comentou aos membros do Conselho de Segurança da ONU a gravidade da situação no sul do Sahara Ocidental como consequência da situação de estagnação e do fracasso atual em alcançar uma solução para a questão do Sahara Ocidental.

O relatório, divulgado a 14 de setembro, enfatiza na entrada a importância da negociação sem condições prévias e de maneira diplomática também insta as partes, Frente Polisario e Marrocos, a superar as suas próprias propostas através da procura de novas soluções inovadoras que ajudem a encontrar uma “solução política mutuamente aceitável, que conduza o povo saharaui à autodeterminação”.

O secretário-geral da ONU reconhece o fracasso da Missão das Nações Unidas para o Referendo do Sahara Ocidental (MINURSO) que foi criada pela resolução 690 (1991) do Conselho de Segurança a 29 de abril de 1991, de acordo com as propostas de resolução, tal como foram aceites a 30 de agosto de 1988 por Marrocos e a Frente Popular para a Libertação do Saguía el-Hamra e Rio de Ouro (Frente Polisario).

Depois da assinatura do cessar-fogo, as Nações Unidas enviaram uma missão designada MINURSO para supervisionar o processo para organizar um referendo de autodeterminação no Sahara Ocidental.

O mandato original da MINURSO era:

– Supervisionar o cessar fogo;

– Verificar a redução de tropas de Marrocos no Território;

– Supervisionar o acantonamento das tropas de Marrocos e da Frente Polisario aos lugares assinalados;

– Tomar medidas com as partes para assegurar a libertação de todos os presos políticos ou detidos do Sahara Ocidental;

– Supervisionar a trova de prisioneiros de guerra (Comité Internacional da Cruz Vermelha);

– Concretizar o programa de repatriação (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados);

– Identificar e registrar as pessoas com direito a voto;

– Organizar e assegurar a realização de um referendo livre e justo, e dar a conhecer os resultados.

Ainda que a organização do referendo ainda não tenha sido possível até à data, o secretário-geral da ONU reconhece o fracasso da missão por não efetuar o papel para que foi criada.

O relatório do secretário-geral da ONU adverte que na terceira comissão das Nações Unidas que se realizará nas próximas semanas se discutirá o tema “da perda de confiança na procura de uma solução para o conflito saharaui-marroquino poderá empurrar os jovens nos acampamentos de refugiados a procurar alternativas como o regresso às armas”.

Ban Ki-moon afirma no seu relatório que o Conselho de Segurança da ONU aborda a questão do Sahara Ocidental como uma questão relacionada com a paz e a segurança.

A Quarta Comissão da Assembleia Geral, a direção da Comissão de Política Especial de Descolonização e a MINURSO concluem de forma unânime que com a aplicação da Declaração Sobre a Concessão da Independência a Países e Povo coloniais, a questão do Sahara Ocidental é uma questão de descolonização.

O secretário-geral da ONU destaca que já chegou o momento para alentar as partes a comprometerem-se seriamente com o processo de negociação, destacando que o conflito do Sahara Ocidental poderia levar a região à exposição de um sério risco extremadamente real.
Reiterou que teve que visitar a região (os acampamentos de refugiados saharauis e territórios libertados) para dar um novo impulso ao processo de negociação, afirma Ban no relatório.

O SG da ONU afirma que a visita também serviu como expressão do compromisso pessoal do secretário-geral e a sua participação instando a a que se mostre mais vontade política, para assim se voltar quanto antes à mesa das negociações.

Fonte: El Confidencial Saharaui


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