A ONU propôs a Marrocos e à Frente Polisario ocupar-se em exclusivo
do controlo de uma zona do sul do Sahara Ocidental a fim de baixar a tensão gerada
pelo início das obras de asfaltamento por parte de Rabat de uma estrada, informou
sexta-feira um porta-voz do SG da ONU. Mas a tensão não pára de aumentar, e a
Polisario enviou tanques de comate
Trata-se, explicou o porta-voz Stephane Dujarric, de uma
proposta da missão das Nações Unidas na zona (MINURSO), que inclui “a retirada pelas
duas partes de todos os elementos armados”.
“A Minurso manteria a
presença exclusiva na área”, explicou Dujarric, que deixou claro que toda a
ação empreendida pela missão será levada a cabo com a aceitação das partes e do
Conselho de Segurança.
As Nações Unidas, recordou, procura assegurar que se mantenha
a paz na zona e que não haja um regresso às hostilidades.
Esta crise no extremo sul do Sahara Ocidental teve início em
meados de agosto, quando o Governo marroquino anunciou uma “operação de limpeza”
na zona como o alegado objetivo de combater “o contrabando e o tráfico ilegal
de drogas e armas”, uma ação denunciada pela Polisario como uma violação do
cessar-fogo e que respondeu com uma mobilização de efetivos.
Além disso, Rabat iniciou pouco depois trabalhos de asfaltamento
de uma estrada na zona, entre o seu posto aduaneiro de Guerguerat e a fronteira
mauritana, para lá do muro defensivo marroquino e dentro da chamada “zona tapão”,
uma área que a organização saharaui considera “territórios libertados”.
A Frente Polisario solicitou às Nações Unidas que tome
medidas para parar com essas essas obras e deixou claro que não aceitará essa
pretensão por parte de Marrocos.
“Fica claro que Marrocos está tentando de novo impor um
facto consumado, ignorando não só as suas obrigações sob o cessar-fogo, como a
posição adotada no passado pela ONU em relação a outra tentativa de construção
de estrada”, referiu o representante saharaui junto das Nações Unidas, Ahmed Bukhari.
Segundo a Polisario, a ONU estaria a considerar construir e
financiar ela própria a finalização da estrad com o objetivo de baixar a tensão
entre as duas partes.
A organização não prestou até agora qualquer informação a
este respeito, ainda que Dujarric tenha ido mais longe e tenha firmado que “a estrada
é um instrumento de paz” e que não vai contra o interesse de uma da partes....
Em finais de agosto, o secretario-geral da ONU, Ban Ki-moon,
instou a que se mantivesse o “statu quo” na zona e pediu a Marrocos e à Frente
Polisario a retirada de todos os elementos armados.
O Conselho de Segurança também já analizou a crise, mas por
agora oficialmente manteve o silêncio.
(Fonte:
EFE)
Zona sul do Sahara Ocidental - Foto de A. Zeinedine El Confidencial Saharaui |
Exército Saharaui envia carros de combate e uma unidade especial para a região de El Guerguerat.
O exército saharaui enviou há dias tanques de guerra e uma unidade
de forças especiais do seu Exército para a região de El Guerguerat a fim de
reforçar as suas tropas deslocadas para aí desde o passado dia 28 de agosto,
segundo informou uma fonte do ministério da Defesa saharaui.
Segundo fontes conhecedoras das operações terão sido
enviados tanques do tipo T-250 de fabricação russa, pertencentes às tropas
terrestres do exército dela libertação saharaui (ELPS).
Segundo a mesma fonte, as forças especiais que acompanham os
tanques têm a missão de proteger as instalações e os equipamentos militares
saharauis nas bases provisórias na região.
Este anúncio tem lugar depois de fontes da ONU terem informado
sobre a difícil situação na zona, propondo controlar ela própria a região para
evitar o enfrentamento bélico entre a Frente Polisario e Marrocos.
O exército saharaui lançou a 28 de agosto a sua primeira
operação em muitos anos contra posições do exército marroquino no sul do Sahara
Ocidental depois de Marrocos ter violado o cessar-fogo, deslocando as sus
tropas para lá do muro, tendo algumas horas depois da operação terem chegado veículos
e blindados da MINURSO.
A ofensiva marroquina, realizada pelas forças reais de Marrocos
e da gendarmaria, deixou preocupada a comunidade internacional, que criticaram
a ação criticado alegando que “Marrocos tinha violado o cessar-fogo”.
No passado dia 14 de agosto teve lugar uma ofensiva militar
marroquina que culminou com a tomada dessa região, considerada chave para o comércio
dos saharauis com a Mauritânia. Este território está sob controlo da Missão das
Nações Unidas para o Referendo do Sahara Ocidental (MINURSO) desde 1992.
Dezenas de soldados marroquinos, apoiados por carros de
combate e veículos militares blindados participaram na operação. Algumas escavadoras
foram deslocadas para o local com o objetivo, segundo fontes locais, de
construir fortificações para estabelecer uma base.
Bir
Lehlu. - 18/9/2016 – Fonte: El Confidencial Saharaui.
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