domingo, 18 de setembro de 2016

ONU propõe-se controlar em exclusivo zona no sul do Sahara face à crise




A ONU propôs a Marrocos e à Frente Polisario ocupar-se em exclusivo do controlo de uma zona do sul do Sahara Ocidental a fim de baixar a tensão gerada pelo início das obras de asfaltamento por parte de Rabat de uma estrada, informou sexta-feira um porta-voz do SG da ONU. Mas a tensão não pára de aumentar, e a Polisario enviou tanques de comate

Trata-se, explicou o porta-voz Stephane Dujarric, de uma proposta da missão das Nações Unidas na zona (MINURSO), que inclui “a retirada pelas duas partes de todos os elementos armados”.
 “A Minurso manteria a presença exclusiva na área”, explicou Dujarric, que deixou claro que toda a ação empreendida pela missão será levada a cabo com a aceitação das partes e do Conselho de Segurança.

As Nações Unidas, recordou, procura assegurar que se mantenha a paz na zona e que não haja um regresso às hostilidades.

Esta crise no extremo sul do Sahara Ocidental teve início em meados de agosto, quando o Governo marroquino anunciou uma “operação de limpeza” na zona como o alegado objetivo de combater “o contrabando e o tráfico ilegal de drogas e armas”, uma ação denunciada pela Polisario como uma violação do cessar-fogo e que respondeu com uma mobilização de efetivos.
Além disso, Rabat iniciou pouco depois trabalhos de asfaltamento de uma estrada na zona, entre o seu posto aduaneiro de Guerguerat e a fronteira mauritana, para lá do muro defensivo marroquino e dentro da chamada “zona tapão”, uma área que a organização saharaui considera “territórios libertados”.

A Frente Polisario solicitou às Nações Unidas que tome medidas para parar com essas essas obras e deixou claro que não aceitará essa pretensão por parte de Marrocos.

“Fica claro que Marrocos está tentando de novo impor um facto consumado, ignorando não só as suas obrigações sob o cessar-fogo, como a posição adotada no passado pela ONU em relação a outra tentativa de construção de estrada”, referiu o representante saharaui junto das Nações Unidas, Ahmed Bukhari.

Segundo a Polisario, a ONU estaria a considerar construir e financiar ela própria a finalização da estrad com o objetivo de baixar a tensão entre as duas partes.

A organização não prestou até agora qualquer informação a este respeito, ainda que Dujarric tenha ido mais longe e tenha firmado que “a estrada é um instrumento de paz” e que não vai contra o interesse de uma da partes....

Em finais de agosto, o secretario-geral da ONU, Ban Ki-moon, instou a que se mantivesse o “statu quo” na zona e pediu a Marrocos e à Frente Polisario a retirada de todos os elementos armados.

O Conselho de Segurança também já analizou a crise, mas por agora oficialmente manteve o silêncio.
(Fonte: EFE)

Zona sul do Sahara Ocidental - Foto de A. Zeinedine El Confidencial Saharaui

Exército Saharaui envia carros de combate e uma unidade especial para a região de El Guerguerat.


O exército saharaui enviou há dias tanques de guerra e uma unidade de forças especiais do seu Exército para a região de El Guerguerat a fim de reforçar as suas tropas deslocadas para aí desde o passado dia 28 de agosto, segundo informou uma fonte do ministério da Defesa saharaui.
Segundo fontes conhecedoras das operações terão sido enviados tanques do tipo T-250 de fabricação russa, pertencentes às tropas terrestres do exército dela libertação saharaui (ELPS).
Segundo a mesma fonte, as forças especiais que acompanham os tanques têm a missão de proteger as instalações e os equipamentos militares saharauis nas bases provisórias na região.
Este anúncio tem lugar depois de fontes da ONU terem informado sobre a difícil situação na zona, propondo controlar ela própria a região para evitar o enfrentamento bélico entre a Frente Polisario e Marrocos.
O exército saharaui lançou a 28 de agosto a sua primeira operação em muitos anos contra posições do exército marroquino no sul do Sahara Ocidental depois de Marrocos ter violado o cessar-fogo, deslocando as sus tropas para lá do muro, tendo algumas horas depois da operação terem chegado veículos e blindados da MINURSO.
A ofensiva marroquina, realizada pelas forças reais de Marrocos e da gendarmaria, deixou preocupada a comunidade internacional, que criticaram a ação criticado alegando que “Marrocos tinha violado o cessar-fogo”.
No passado dia 14 de agosto teve lugar uma ofensiva militar marroquina que culminou com a tomada dessa região, considerada chave para o comércio dos saharauis com a Mauritânia. Este território está sob controlo da Missão das Nações Unidas para o Referendo do Sahara Ocidental (MINURSO) desde 1992.
Dezenas de soldados marroquinos, apoiados por carros de combate e veículos militares blindados participaram na operação. Algumas escavadoras foram deslocadas para o local com o objetivo, segundo fontes locais, de construir fortificações para estabelecer uma base.

Bir Lehlu. - 18/9/2016 – Fonte: El Confidencial Saharaui.

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