sábado, 31 de dezembro de 2016

Marrocos expulsou em 2016 (pelo menos) 97 estrangeiros por ativismo prosaharaui



A polícia marroquina expulsou este ano pelo menos 97 cidadãos estrangeiros pelo seu ativismo prosaharaui, a maior parte (87) foram expulsos do território do Sahara Ocidental e os restantes de Marrocos, afirmaram hoje à agência fontes independentistas saharauis.

As cifras dos expulsos foram recompiladas pela Asociación saharaui de víctimas de violaciones de derechos humanos (ASVVDH), único grupo independentista com existência legal, e não puderam ser comparadas com as das fontes oficiais, já que habitualmente nem a polícia nem o governo informam sobre essas expulsões.

Os expulsos são originários na sua maioria de países europeus, 23 dos quais são espanhóis, e entre elas há juristas, jornalistas, professores universitários e políticos de instâncias nacionais, regionais ou municipais.

O padrão é quase sempre o mesmo: todos eles tinham chegado ao Sahara (ou estavam para embarcar num voo com destino ao Sahara) com o objetivo de participar nalguma atividade organizada pela ASVVDH ou por outros grupos independentistas ilegais.

A maior parte das vezes, ea expulsão tem lugar no próprio aeroporto de El Aaiún: a polícia marroquina entra no avião, detem o ativista e retem-no no aeroporto até o obrigar a a tomar um voo de regresso, sem permitir que ele saia da aerogare nem lhe apresente uma ordem por escrito da sua expulsão.

Em muitas ocasiões, a notícia não vai mais além do que o relato do retorno dos expulsos nos seus próprios países, e só excepcionalmente, como aconteceu em abril passado depois da expulsão oito advogados da cidade de Rabat, surge a justificação oficial; neste caso é a que eles tinham "entrado Marrocos para semear a discórdia e prejudicar a ordem pública ", como a (governo civil) Wilaya de Rabat disse então.

Há alguns meses atrás, o governo marroquino disse pela boca de seu porta-voz, Mustafa Jalfi que ao longo de 2015, um total de 20.000 estrangeiros tinham visitado a cidade de El Aaiun (capital do Sahara) por atividade "comercial, turístico e razões culturais", sem a menor alusão aos que foram expulsos por razões políticas.

O governo marroquino apresenta sempre o Sahara Ocidental (a que chama de "províncias do sul") como mais um território parte do país vive em que se vive com normalidade, mas o facto é que as entradas de estrangeiros naquele território, seja por terra ou por ar, estão severamente restringidas, e aqueles que o fazem são vigiados de perto.

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