A 29.ª
Cimeira de Chefes de Estado e de Governos africanos em Addis Abeba concluiu com
uma nova e retumbante derrota para a diplomacia marroquina.
Apesar da forte
presença, que integrava diplomatas e jornalistas e um amplo lobbying de assédio,
a delegação marroquina voltou de mãos vazias a Rabat.
Não tendo
conseguir dividir a União Africana em relação à questão do Sahara Ocidental confia
agora a gestão exclusiva à ONU, onde Marrocos conta com o apoio incondicional
da França para fazer avançar os seus peões.
O xeque-mate
ao rei de Marrocos fê-lo certamente entender que não basta retornar à
organização continental para ser capaz, em alguns meses, de virá-la a favor do
seu projeto anexionista. E a este propósito, as resoluções da 19.º Cimeira são
inequívocas.
Assim, a
Conferência dos Chefes de Estado africanos “insta os presidentes da União
Africana e da Comissão da União Africana, com base no Acordo-Quadro entre a
União Africana e a ONU de 19 de Maio 2017 em Nova Iorque, a fornecer o apoio
adequado à iniciativa do Secretário-Geral da ONU com vista a se chegar a um
acordo na base de uma solução consensual e definitiva do conflito. "
A Conferência
dos Chefes de Estado e de Governo sobre o relatório do Comité para a Paz e a Segurança,
na resolução número 9, por sua parte decidiu "reiterar a sua determinação
em encontrar uma solução global para o conflito do Sahara Ocidental e solicita
aos dois Estados-Membros, o Reino de Marrocos e a República Árabe Saharaui Democrática
a se empenharem em negociações diretas e sérias e a proverem a cooperação
necessária aos órgãos políticos da UA para o Sahara Ocidental "
A Cimeira também
saudou "o compromisso do Secretário-Geral das Nações Unidas para retomar o
processo de negociação de boa-fé e sem condições prévias a fim de alcançar uma
solução duradoura que deve prever o referendo do povo do Sahara Ocidental, de
acordo com resoluções pertinentes das Nações Unidas e as decisões da OUA / UA".
Por último
refira-se que "a resolução Africana sobre o Sahara Ocidental solicita ao Presidente
da Comissão da UA, em concertação com o Conselho de Paz da UA, que tome as
medidas adequadas, incluindo a eventual revitalização do Comité de Chefes de
Estado em 1978 para apoiar os esforços da ONU e encorajar as partes, hoje
presentes no seio da União Africana, a cooperar lealmente com vista ao sucesso
do novo processo”.
Fonte:
Algérie1
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