domingo, 23 de setembro de 2018

Departamento de Estado dos EUA reitera apoio ao direito de autodeterminação do povo saharaui




Fonte - Agência noticiosa APS - O Departamento de Estado dos Estados Unidos reiterou hoje, sexta-feira, 21 de Setembro, o apoio ao direito do povo saharaui à autodeterminação, reafirmando o seu apoio aos esforços do enviado Horst Köhler, para lançar uma nova ronda de negociações entre a Frente Polisario e Marrocos.
Pablo Rodríguez, funcionário do Departamento de Estado, disse à APS: "Apoiamos o processo diplomático da ONU e seus esforços para chegar a uma solução mutuamente aceitável para o conflito que garanta a autodeterminação do povo saharaui".
Os esclarecimentos de Pablo Rodríguez são feitos no dia seguinte a uma declaração que lhe foi atribuída pela agência marroquina MAP, segundo a qual os Estados Unidos apoiam desde já o plano de autonomia proposto pelo Marrocos. Rodriguez explicou que é importante se referir ao contexto que até agora tem sido a "posição dos funcionários do Departamento de Estado". E explicou que "de acordo com esse cenário, o plano de autonomia de Marrocos representa apenas uma abordagem". Os Estados Unidos apoiam o direito do povo saharaui à autodeterminação, princípio consagrado no direito internacional.
Rodríguez desejava dissipar qualquer mal-entendido a esse respeito, reiterando claramente o apoio de Washington aos esforços de mediação de Horst Köhler e o mandato da MINURSO de realizar um referendo sobre a autodeterminação no Sahara Ocidental.
"Isso inclui o apoio ao trabalho do enviado pessoal do Secretário Geral das Nações Unidas para o Sahara Ocidental, bem como do mandato da Missão das Nações Unidas para o Referendo no Sahara Ocidental (MINURSO)", acrescentou o diplomata norte-americano na sua resposta por escrito à agência APS.
Os esclarecimentos do Departamento de Estado são um lembrete para a posição dos Estados Unidos e a que Marrocos terá de se curvar, já que o enviado pessoal está se preparando para enviar convites a ambas as partes no conflito para retomar as negociações refere a fonte indicada.
Por outro lado, segundo a mesma fonte, "a coordenadora política da missão dos Estados Unidos na ONU, Amy Tachco, explicou que, ao reduzir o mandato do Minurso para seis meses em vez de um ano, os EUA enviaram duas mensagens importantes".
“A primeira é que não pode haver mais status quo sobre a MINURSO e o Sahara Ocidental. A segunda é que agora é hora de dar todo o nosso apoio aos esforços do enviado pessoal Köhler para facilitar as negociações com as partes em conflito ", afirmou Amy Tachco. A nova abordagem coloca o Marrocos diretamente ante as suas responsabilidades. Tendo dificultado o trabalho de dois emissários americanos, James Baker e Christopher Ross, o Marrocos está tentando encontrar desculpas para evitar uma quinta ronda de negociações.
Para isso, Rabat contou com a sua rede de lobbistas em Washington e gastou milhões de dólares para obter apoio dos EUA para o seu plano de autonomia.
Além disso, a posição dos EUA está alinhada com a das Nações Unidas, que considera o Sahara Ocidental como um território não autónomo que aguarda a descolonização.
Em sua lista de dependências e territórios com soberania especial, o Departamento de Estado ressaltou que a soberania do Sahara Ocidental ainda não foi determinada e que não reconhece nenhum poder administrativo neste território, informou a agência estatal de imprensa argelina.

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